O duplo desafio de fornecer energia a uma população crescente e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de CO2 para mitigar os impactos das mudanças climáticas tem impulsionado a norueguesa Equinor a fazer uma transição que a levará de uma grande empresa de petróleo e gás para uma companhia ampla e integrada de energia, com portfólio crescente de fontes renováveis.
A preocupação com o meio ambiente e com a redução das emissões faz parte da estratégia de negócios da Equinor globalmente. A empresa estabeleceu a ambição de zerar suas emissões lÃquidas até 2050 e pretende reduzir a intensidade de carbono de suas operações internacionais em 50% até 2030.
Com sede na Noruega e operações em mais de 30 paÃses, a Equinor completou 20 anos de atuação no Brasil neste ano, com foco na exploração e produção de óleo e gás e em energias renováveis.
Na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, opera o campo de Peregrino e tem participação de 25% no campo de Roncador. Opera ainda o bloco BM-C-33, no pré-sal, um de seus principais projetos de gás natural. Na Bacia de Santos, a empresa investe no campo de Bacalhau, que será o maior projeto do pré-sal brasileiro operado por uma empresa internacional. Nesses 20 anos de atuação, a Equinor já investiu mais de US$ 11 bilhões no paÃs e planeja injetar mais US$ 15 bilhões até 2030.
Energia limpa
O Brasil tornou-se uma operação importante para a transição energética da Equinor. A empresa tem planos de construir um portfólio de energias renováveis no paÃs, com iniciativas de energia solar, eólica offshore e armazenamento de bateria.
O Complexo de Apodi, no Ceará, em que a Equinor tem participação de 43,75%, é a primeira planta solar da empresa no mundo. Com 500 mil painéis solares, que ocupam o espaço equivalente a 300 campos de futebol, o complexo começou a produzir em 2018 e tem capacidade para fornecer energia limpa para cerca de 200 mil famÃlias. Só esse projeto de energia solar equivale a uma redução de aproximadamente 200 mil toneladas de CO2 por ano.
​Mar e vento
Aproveitando sua experiência na produção de óleo e gás no mar, a Equinor desenvolveu uma tecnologia própria para a geração eólica offshore, em plataformas flutuantes que permitem a captação de energia em áreas de águas profundas. A empresa já opera plantas desse tipo na Noruega e na Escócia e iniciou estudos para criar complexos semelhantes nos estados do Rio de Janeiro e EspÃrito Santo, com capacidade para abastecer até 2 milhões de residências.
"Nossos projetos em óleo e gás contribuem há anos para o desenvolvimento do Brasil e, além disso, estamos investindo em energias renováveis, auxiliando a diversificação da matriz energética brasileira"
Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil
O objetivo da Equinor é ter entre 15% e 20% dos investimentos anuais globais dedicados a fontes renováveis até 2030. A companhia planeja também aumentar 30 vezes sua capacidade instalada de energia renovável, até 2035, em relação ao que tem hoje. "Nosso primeiro projeto em energia solar globalmente fica no Ceará e queremos seguir desenvolvendo oportunidades de fontes de energia cada vez mais sustentáveis", afirma Veronica.
Menos emissões
A Equinor já é a empresa que produz petróleo com as emissões mais baixas do mundo. São 9 quilos de CO2 por barril em produção operada, enquanto a média global da indústria está em 17 quilos. Até 2025, a empresa pretende alcançar nÃveis abaixo de 8 quilos de CO2 por barril.
No Brasil, iniciativas focadas na redução das emissões começaram a ser implementadas. No campo de Peregrino, na Bacia de Campos, a Equinor está substituindo o diesel por gás natural para a geração de energia. Com isso, as emissões devem ser reduzidas em 25%. Somado a outras iniciativas, a expectativa é atingir um corte de cerca de 100 mil toneladas de CO2 por ano no campo, o equivalente a 50 mil carros rodando por um ano.
A Equinor tem buscado também, junto aos fornecedores, otimizar a frota de barcos e voos para suas plataformas e vem estudando o uso de barcos a bateria com alimentação inteligente, para reduzir o consumo de diesel. Em 2020, a empresa adquiriu participação na brasileira Micropower, que atua em sistemas de armazenamento de baterias, uma parte importante do desenvolvimento de tecnologias necessárias para aceleração do processo de transição energética.
"Temos uma perspectiva de longo prazo no Brasil, com estratégia de crescimento em todos os setores de energia. E queremos seguir fazendo história de forma segura, responsável e sustentável", afirma Veronica Coelho, terceira liderança feminina consecutiva no comando da empresa no paÃs.