Planejamento é a chave para o sucesso

Consórcios são investimentos econômicos que podem trazer ótimos resultados

Dentre perguntas recorrentes a respeito de consórcios surge a sobre se a modalidade consiste em um tipo de investimento. Segundo a presidente do conselho nacional da Abac, Edna Maria Honorato, há, sim, muitas oportunidades que sinalizam a modalidade como investimento econômico. "Por exemplo, nos imóveis, a possibilidade está na locação que proporciona rendimentos com aluguéis; no caso dos veículos automotores, como automóveis, motos e caminhões, eles podem ser destinados a várias atividades profissionais. Podemos citar ainda a presença dos consórcios nos negócios com máquinas agrícolas, industriais ou, ainda, com as chamadas pesadas, utilizadas na construção civil", diz. Ela ressalta, no entanto, que consórcio não é um investimento financeiro, cuja aplicação proporciona rendimentos na forma de juros. Ao participar de um grupo um consorciado tem a expectativa de retorno no resultado que os ativos reais proporcionam.

E consórcios são financiamentos? O termo financiamento se refere a contratos entre consumidores e instituições financeiras, em que, em troca do crédito imediato, pessoas se comprometem a pagar, no futuro, o valor recebido acrescido de juros. Os consórcios, por sua vez, são autofinanciamentos, ou seja, têm características diferentes já que são os participantes os provedores dos recursos que eles mesmos utilizarão, razão pela qual não há cobrança de juros.

Planejamento é a chave para o sucesso

Os consórcios são ainda, sim, uma forma de poupar, mas não são cadernetas de poupança, já que elas compreendem um tipo de investimento financeiro. Eles ajudam a juntar dinheiro a ser dispendido no futuro, já que sua lógica é a de reservar recursos hoje para compra de um bem ou serviço mais adiante. Aliás, o planejamento financeiro é fundamental na hora de optar por um plano. A regra fundamental é avaliar o fluxo de pagamentos do consórcio desejado e a capacidade de honrar com ele. Atrasos nas parcelas prejudicam os consorciados e os grupos. Quem está com parcelas por pagar e não foi contemplado deixará de participar dos sorteios, enquanto para quem já foi e não utilizou o crédito, o repasse dos recursos não será efetivado. Ainda, no caso de um participante ter usado o crédito e depois tornar-se inadimplente, a administradora pode executar as garantias e solicitar a retomada do bem. O devedor precisará arcar também com custos extras de multas e juros, conforme estabelecido em contrato.
Mas consórcios oferecem saídas para aqueles que não conseguem mais honrar as suas prestações. Para quem não recebeu a carta de crédito, é possível, com a concordância da administradora, optar por um bem ou serviço de menor valor, o que acarretará prestações menores. Outra possibilidade é transferir a cota para outra pessoa. Esse procedimento também carece de aprovação da administradora, e os contratos indicam se ele está previsto e em quais condições se dará.

A desistência em relação à participação em um grupo de consórcio pode resultar de diferentes fatores. Segundo Jorge Freire, do BomConsórcio, recentemente vivemos a pandemia, por exemplo, e uma crise traz à modalidade muitas pessoas que, entendendo as suas condições diferenciadas em relação às taxas, buscam nela a solução para a continuidade das suas histórias, dos seus negócios, dos seus projetos de vida. "Mas ela mesma acaba pegando muitos de surpresa, alterando expectativas e reduzindo a capacidade de pagamento. O número de pessoas que desistem dos seus planos tem melhorado, fruto de várias iniciativas, como a ação diligente da Abac e as parcerias feitas pelas administradoras com empresas como a nossa. Na medida em que você oferta para as pessoas uma possibilidade de saída, por um lado você as deixa mais seguras em relação à entrada no mercado de consórcios e, por outro lado, mitiga em boa medida o desconforto para aqueles que passam por uma eventual mudança de planos", avalia.

Jorge conta que o BomConsórcio surgiu da percepção sobre o fato de que os desistentes, ao terem as suas cotas canceladas, não encontravam uma porta de saída formal que desse a eles a segurança de receber rapidamente a parte que lhe cabia com taxas justas. "Em qualquer área, se eu me vejo obrigado a mudar de planos e consigo me desfazer do investimento que fiz tendo de volta a parte do recurso que me é devida de uma maneira justa e bem remunerada, o mercado todo cresce. Com o consórcio é assim também. Vimos que as administradoras tinham essa dor porque alguns dos seus consorciados, ao terem as suas cotas canceladas, precisavam esperar um eventual sorteio ou o prazo de finalização do consórcio para liquidação da cota e recebimento dos seus valores. Então, quisemos atender melhor a esses participantes. E isso significa dar suporte não apenas ao desistente, trazendo essa saída segura e justa, mas também ao entrante, mostrando a ele que, se os seus planos mudarem, o recurso não ficaria retido", descreve Jorge.

Foi da busca, portanto, por uma agenda positiva entre a administradora e consorciados, que surgiu o BomConsórcio, que promoveu uma disrupção ao dar formalidade ao mercado secundário. "Escolhemos operar apenas com administradoras com as quais tivéssemos um acordo operacional firmado, com regras muito claras, que nos permitissem: assegurar que o titular da cota era quem dizia ser e que a cota tinha as condições que ele dizia ter; acompanhar que essa cota foi transferida para um comprador; e acompanhar o pagamento feito para esse titular da cota. Tudo isso numa plataforma 100% digital e segura", relata o executivo. Além disso, para viabilizar as ofertas justas, a BomConsórcio levou para os veículos de investimento a tese do direito creditório decorrente de uma cota de consórcio, mostrando que o devedor é uma administradora de alta credibilidade, e que o crédito é de um cedente que tem todo o interesse em receber de maneira antecipada. Entendendo a seriedade das administradoras e do modelo de consórcios, conseguimos precificar melhor", detalha.

Ou seja, se o risco é pequeno, consegue- -se ter taxas mais competitivas para atender melhor o cedente, que é a parte frágil. "O BomConsórcio nasceu inovando em dois mercados: no de consórcios, sendo pioneiro na formalização do mercado secundário, e no financeiro, com a tese de direitos creditórios decorrentes de cotas, provocando o surgimento de fundos de investimento lastreados nesses ativos", completa.