EAD ajuda jovens e adultos a concluir o ensino

Programa do Sesi oferece certificações de conclusão dos ensinos médio e fundamental

Cerca de 11 milhões de adultos do Estado de São Paulo não possuem a escolarização básica completa. Apenas no setor da indústria, há mais de 81 mil pessoas que não têm o ensino fundamental completo e 784 mil não concluíram o ensino médio.

O primeiro dado é da Pnad Contínua de 2022. Os outros, do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS). É para tentar diminuir esses números que o Sesi-SP criou o programa EJA - Educação de Jovens e Adultos, para que essas pessoas tenham a oportunidade de retomar a educação que foi interrompida.

Alunos do programa EJA do SESI-SP
Alunos do programa EJA do SESI-SP - Karim Kahn/SESI-SP

Se no ensino regular o aluno cursa o fundamental 2 em quatro anos, no programa EJA ele pode obter a certificação de conclusão em 12 meses (mesmo tempo de duração para a certificação do ensino médio).

"Um diferencial nosso é a realização de um reconhecimento de saberes. É um período de cerca de seis semanas em que atendemos as pessoas para saber qual é o nível de aprendizagem dela. Um pedreiro, por exemplo, sabe calcular área, perímetro, mas talvez ele não saiba qual é o conceito formal que está por trás daquilo", afirma Rita Figueiredo, supervisora Técnica Educacional do Sesi-SP.

"Por meio desse reconhecimento, sabemos como está o aluno e ele só vai estudar as habilidades e competências que ainda não domina."

Em 2024, além de ampliar o número de vagas no programa (de 6 mil para 21 mil), o Sesi-SP passará a oferecer também certificação de ensino profissionalizante, das seguintes qualificações: Desenhista de moda; operador de computador; assistente de controle de qualidade; controlador e programador de produção; almoxarife; costureiro sob medida; assistente de RH; inspetor de qualidade.

"Se a pessoa não concluiu o fundamental, por exemplo, ela vai fazer a matrícula para o EJA para a conclusão dessa fase. Se quiser também uma certificação profissional, vai poder buscar também essa qualificação profissional, de modo integrado", explica Figueiredo.

Queremos formar cidadãos que, por algum motivo, se afastaram da escola. São pessoas que interagem socialmente e profissionalmente, mas talvez sintam falta de alguns elementos

Rita Figueiredo

Supervisora Técnica Educacional do SESI-SP

"Queremos formar cidadãos que, por algum motivo, se afastaram da escola. São pessoas que interagem socialmente e profissionalmente, mas talvez sintam falta de alguns elementos", diz Figueiredo.
Com as certificações, os alunos poderão prestar vestibular ou Enem e, assim, têm a possibilidade de cursar uma graduação.

O EJA do Sesi-SP tem 80% da carga horária no modelo EAD. O restante são momentos de reconhecimento de saberes, de avaliação e de apresentação de projetos.

Os alunos fazem as atividades no ambiente virtual e depois desenvolvem projetos práticos que são apresentados presencialmente.

"Temos pesquisas que mostram que há muita gente no mercado de trabalho, nas indústrias, que não tem escolaridade. Então esse programa oferece a oportunidade de elevação da escolaridade para quem se afastou das trilhas de aprendizagem, mas querem retomar os estudos e os projetos de vida", afirma Figueiredo.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha