Cursar uma faculdade no exterior é um sonho de muitos jovens estudantes. E ele pode ser realizado por meio da nota do Enem.
Diversas instituições de países da América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia aceitam a nota do Enem como forma de ingresso.
Um dos principais destinos dos candidatos brasileiros são as universidades portuguesas. Muito disso porque, desde 2014, várias instituições daquele país passaram a aceitar a nota do Enem em seus processos seletivos.
Entre as universidades de Portugal que aceitam o Enem estão Universidade de Coimbra, Universidade de Aveiro, Universidade de Algarve e Universidade de Lisboa.
Em geral, não existe uma nota de corte, mas na Universidade de Coimbra, por exemplo, o candidato precisa ter tirado no mínimo 500 para participar do processo seletivo.
Em outros países, é possível utilizar a nota do Enem como um complemento dentro do processo de admissão, segundo Beatriz Alvarenga, especialista em Estudos Internacionais da Fundação Estudar.
"Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido será feita uma análise mais holística: vão avaliar o histórico acadêmico, as atividades extracurriculares, se o candidato fez trabalho voluntário, se pratica esporte, se tem uma carta de recomendação", afirma Beatriz.
"Nesses casos, o Enem entra mais como uma peça nessa análise. É mais um argumento para o jovem comprovar a qualidade dele."
Segundo Beatriz, é "menos complicado" para os candidatos brasileiros tentarem uma vaga em universidades portuguesas, porque a nota do Enem substitui inteiramente a avaliação nacional. "Mas isso apenas para as universidades que têm parceria com o MEC, e por isso aceitam a nota do exame."
Para tentar uma vaga em faculdades de outros locais, o estudante terá de encarar uma burocracia maior.
"Precisará mandar todos os comprovantes de todas as atividades extracurriculares, fazer carta de apresentação, um teste de proficiência que comprove que fala bem a língua", afirma Beatriz. "Não quer dizer que seja mais difícil ser aprovado, mas o processo burocrático é certamente maior."
Mas os candidatos a cursar uma graduação no exterior têm de estar atentos a outros fatores, segundo a especialista.
"A preocupação não pode ser apenas com o processo de admissão, com a burocracia da seleção. O aluno tem de estar atento a várias outras coisas. Ele precisará, por exemplo, aprender bem o idioma e fazer um teste de proficiência. E só esse teste pode ter um custo bem caro", conta ela.
"Os custos começam já no envio da candidatura, porque normalmente o candidato tem de pagar uma taxa, que pode ser em euro ou em dólar."
Além disso, Beatriz chama a atenção para o custo em si das graduações. "A maioria das universidades são pagas. E os valores não são baratos. A preparação financeira deve ser levada em consideração", pondera.
Em Portugal, a "mensalidade" (entre aspas porque o pagamento pode ser feito semestralmente ou anualmente) é mais baixa do que nos Estados Unidos ou no Reino Unido. Mas o custo para estudar fora é altíssimo.
"Recomendo muito que as pessoas pensem nessa preparação financeira, inclusive levando em consideração a busca por bolsas de estudo, porque elas podem ajudar bastante."
Isso sem contar o custo que vai além do ensino: aluguel, alimentação, roupas, seguro de saúde. E tudo feito em moeda estrangeira, que pode estar mais valorizada do que o real.
Outro ponto que Beatriz ressalta é a adaptação de vida em outro país. "Já vi jovens que ficaram com a saúde mental abalada porque não sabiam como era a rotina em outro país. Principalmente no inverno."
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha