Queda da Selic e financiamentos facilitados impulsionam vendas

Pesquisa mostra que 87% dos brasileiros sonham com casa própria

Com estabilidade econômica, queda dos juros e aquecimento no mercado, 2024 começa com perspectivas positivas para quem quer comprar um imóvel.

A oferta de novos empreendimentos tem sido ampla e variada, com um crescimento sensível em relação ao ano passado. Aliado a isso, a economia mais estável e a sinalização de queda da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central tornam mais fácil o acesso a financiamentos, impulsionando as vendas.

Em janeiro de 2023, foram construídas 170 novas unidades em São Paulo e 4.410 foram comercializadas. No mesmo mês de 2024, o número saltou para 941 lançamentos e 5.604 vendas, de acordo com o Secovi-SP.

No ano passado, mesmo com juros ainda considerados altos, o volume de vendas de imóveis novos cresceu 32,6% comparado a 2022. A expectativa é que com as sinalizações dadas pelo Banco Central, o mercado continue a crescer.

QUEDA DA SELIC

O banco tem promovido sucessivas quedas na Selic, com uma perspectiva de diminuição da taxa básica de juros constante até 2025, chegando a 8,5%.

Cria-se, assim, um cenário favorável para quem quer adquirir imóveis por meio do financiamento imobiliário.

O impacto, no entanto, não é direto nem imediato. A Selic é uma referência para as taxas de juros praticadas no mercado. Com os bancos tendo menos custos de captação por conta da queda da taxa, eles costumam rever suas próprias políticas de juros, diminuindo os valores de empréstimos e financiamentos para manter a competitividade no mercado.

Essa movimentação pode estimular a demanda pelo crédito imobiliário, com condições de pagamento mais favoráveis e acessíveis.

"Para quem quer comprar um imóvel, esse movimento abre portas para viabilizar esse objetivo com condições mais facilitadas. Ainda que mais e mais pessoas estejam morando de aluguel, ter o imóvel próprio continua sendo um grande sonho da população", diz Thiago Teixeira, Head Comercial do QuintoAndar.

Essa vontade foi confirmada por uma pesquisa realizada pelo QuintoAndar em parceria com o Datafolha, que ouviu 3.000 mil pessoas. Os dados mostram que 87% dos brasileiros afirmam ter o sonho de conquistar sua casa própria.

A pesquisa também mostrou que o brasileiro dá uma nota de importância para a casa própria maior que confere a ter filhos, ter uma religião ou se casar.

IMPACTO GERAL NA ECONOMIA

A redução da taxa Selic também gera impacto positivo em toda a economia.

Além do aquecimento do mercado imobiliário, com juros mais baixos, os investidores também podem considerar a compra de imóveis como alternativa mais atrativa em relação à renda fixa. Isso tem impacto na valorização dos imóveis.

Outro aspecto positivo da diminuição da Selic é que a estabilidade econômica aumenta a confiança para os consumidores e pode influenciar a escolha por bens duráveis como imóveis.

Para que os apartamentos possam chegar aos compradores é preciso que a construção civil também esteja aquecida, e esse é outro impacto positivo da queda da taxa de juros.

Proprietários de imóveis que já estão pagando financiamento também podem ser beneficiados pela queda da Selic. Muitos financiamentos são regidos por índices como a TR (Taxa Referencial) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que sofrem influência da taxa básica de juros. Os maiores impactos são em financiamentos mais longos, com 20 anos ou mais de prazo.

Ao tornar os financiamentos habitacionais mais acessíveis para as famílias, os cortes na Selic aumentam a demanda por novos imóveis, impulsionando a criação de empregos e a geração de renda

Luiz França

presidente da Abrainc

Com financiamentos mais baixos, as incorporadoras e as construtoras têm condições de aumentar suas operações, gerando mais empregos e aquecendo o crescimento do setor.

"Ao tornar os financiamentos habitacionais mais acessíveis para as famílias, os cortes na Selic aumentam a demanda por novos imóveis, impulsionando a criação de empregos e a geração de renda", afirma Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).

"Vale ressaltar que a indústria da construção e incorporação imobiliária desempenha um papel significativo na economia, sendo responsável por 11% dos empregos formais gerados nos últimos 12 meses, 9% dos impostos arrecadados, além de conseguir impulsionar outras 97 atividades econômicas", completa.

Plano diretor de São Paulo cria nova onda de construções

A perspectiva de financiamentos mais atraentes para os consumidores aliada à oferta de imóveis gera a expectativa de aquecimento do mercado na capital paulista.

Com o novo Plano Diretor da cidade, as construtoras têm ampliado sua variedade de oferta de unidades e encontrado mais espaço para construir.

Pela nova regra, as empresas são incentivadas a construir em terrenos que se situam num raio de até 700 metros das estações de metrô e 400 metros dos corredores de ônibus –anteriormente, os limites eram 600 metros e 300 metros.

Nessas áreas, é possível fazer edifícios que tenham uma área construída equivalente a quatro vezes o tamanho do terreno.
O objetivo é adensar as regiões que já têm maior oferta de transporte público, facilitando a locomoção das pessoas pela cidade.

Existe uma perspectiva de que os preços dos terrenos parem de subir, mas esse movimento não deve, necessariamente, impactar numa redução do valor dos imóveis à venda porque os custos das incorporadoras podem crescer.

O valor do metro quadrado em São Paulo tem mostrado uma tendência de crescimento nos últimos anos. Saltou de R$ 12.834 em 2021 para R$ 13.652 em 2022 e R$ 15.294 em 2023.

O metro quadrado mais elevado na cidade é na região oeste: R$ 18.006.

Os edifícios construídos sob as novas regras devem começar a entrar no mercado neste ano, e os lançamentos, em 2025.

A expectativa de representantes de construtoras e entidades do setor é que o novo cenário, além de estimular o mercado imobiliário, ajude a diminuir o déficit habitacional da capital paulista.

"Apesar de contar com um mercado promissor, o déficit habitacional na cidade ainda é muito alto e atinge atualmente cerca de 625 mil moradias. Nos próximos 10 anos, a demanda habitacional do município está estimada em 462 mil moradias, o que evidencia a necessidade de um planejamento urbano cuidadoso para atender às necessidades tanto do mercado de média e alta renda, quanto da população mais carente", avalia Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).

"Com o novo Plano Diretor, as incorporadoras também poderão oferecer imóveis mais alinhados aos desejos dos consumidores", completa.

Uma tendência que já tem sido observada é a proliferação de edifícios com unidades mistas, que unem na mesma construção de estúdios a apartamentos grandes e áreas comerciais.

Esse uso misto permite que diferentes perfis de consumidores tenham a possibilidade de morar em áreas com ampla oferta de transporte e infraestrutura urbana.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha