O início de 2024 não parecia altamente promissor para o mercado imobiliário. Mas o que se viu nos 12 meses seguintes foram crescimento significativo da renda das famílias, taxas de financiamento menores do que as de 2023, um volume recorde de contratações via Minha Casa, Minha Vida e boas taxas de rentabilidade.
Por isso, as expectativas para o ano que começa também são positivas. O crescimento não deve ser grande como no período anterior, mas 2025 ainda deve apresentar números expressivos de vendas e valorização dos imóveis mesmo com o aumento dos juros.
"As expectativas para 2025 são muito positivas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a gente imagina um crescimento do mercado da ordem de uns 5%, tanto em vendas como em lançamentos. Não será um crescimento como o do ano passado, o ritmo será um pouco menor, mas vai continuar crescendo", afirma Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP.
Segundo pesquisa da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), de janeiro a outubro de 2024, o número de vendas de novos imóveis aumentou 21,5%. No mercado de alto e médio padrão, o crescimento foi de 3,8% no volume total de negociações e de 23,7% no valor total comercializado.
O Minha Casa, Minha Vida, por sua vez, experimentou salto de 26,1% no volume de unidades comercializadas.
Embora o cenário seja positivo, o aumento da taxa de juros deve impactar o poder de compra de quem está em busca de um imóvel. O mercado projeta que a Selic ultrapasse os 15% até o fim deste ano.
Não será um crescimento como o do ano passado, mas vai continuar crescendo
A alta da taxa vai exigir a busca por novas abordagens e estratégias tanto de consumidores quanto de incorporadoras.
Os compradores podem buscar negociações diretas com as incorporadoras e condições de financiamentos que sejam mais interessantes no momento, como aqueles que usam taxas prefixadas, por exemplo.
Às incorporadoras cabe apresentar propostas e ofertas com prazos e preços especiais que atraiam esses clientes.
A subida da Selic impacta diretamente o mercado de alto e médio padrão, já que o Minha Casa, Minha Vida trabalha com juros fixos e mais baixos.
"Apesar disso, este segmento mantém uma demanda consistente,
sustentada por um público com maior poder de compra e que se manteve estável nos últimos anos", diz Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano, lembrando que o segmento registrou um crescimento de 3,8% no volume de vendas em 2024, segundo a pesquisa Abrainc-Fipe.
O mercado imobiliário, atualmente apresenta boas oportunidades de compra para o público de médio-alto padrão, com uma demanda consistente e empreendimentos bem localizados.
"Uma das estratégias que vem atraindo compradores nesse segmento é o financiamento pelo crédito associativo, que permite ao cliente garantir a taxa de juros atual e reduzir exposição a oscilações futuras da Selic", completa Renée.
Lazer, comodidades e compactos devem continuar em alta
Impulsionados principalmente pelos desejos da geração Z, os imóveis de menor metragem e localizados perto dos principais eixos de transporte encontraram boa aceitação no mercado e devem continuar assim no próximo ano.
Apartamentos menores e, consequentemente, mais baratos são uma alternativa mais viável para pessoas solteiras que estão saindo da casa dos pais e buscam uma vida mais prática, casais que começam a morar juntos ou famílias pequenas que realizam o sonho da primeira casa própria.
"A geração Z, composta por jovens entre 18 e 25 anos, tem se tornado um público cada vez mais ativo no mercado imobiliário. Para essa geração, o imóvel representa mais do que uma moradia, é uma segurança financeira e um estilo de vida mais prático e sustentável", avalia Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano.
Para atender à demanda do público em busca dessas unidades, o mercado deve manter a tendência de equipar os empreendimentos com lazer e serviços que tornam o dia a dia mais prático.
Entre esses diferenciais estão academia, coworking, pet place, minimercado, espaço delivery, bicicletário etc.
Os serviços também devem continuar com força tanto no segmento compacto quanto nos imóveis maiores de médio ou alto padrão.
Os imóveis compactos também são uma modalidade muito procurada para investimento por quem aposta no aluguel como fonte extra de renda.
"Os apartamentos, assim como qualquer produto, têm que caber no bolso do cliente. Então, apartamentos de 40 m², 50 m² até 60 m², de um e dois dormitórios, realmente são os apartamentos que mais vendem", diz Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP.
Com as mudanças no plano diretor em São Paulo, por exemplo, que ajudaram a levar mais imóveis para perto dos eixos de transporte e permitiram mais construção de unidades do Minha Casa, Minha Vida em áreas centrais, o mercado deve continuar a ver os compactos em alta em 2025.
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha