Com a chegada do fim do ano, surgem diversas despesas –previstas ou não. Dívidas acumuladas, presentes para familiares e amigos, viagens, contas a pagar e sonhos a realizar.
Também é a época do 13º salário, um reforço e tanto para as famílias que precisam de ajuda para fechar as contas ou têm aqueles desejos adiados na fila.
Mas, afinal, como é melhor gastar esse dinheiro? A escolha do que fazer com renda extra tem que levar em conta as prioridades e o momento financeiro de cada um.
Para quem está no processo de busca ou de pagamento do financiamento de um imóvel, o dinheiro do 13º pode ser um grande aliado.
Mas antes de tomar decisões sobre o uso dessa verba é importante fazer uma análise criteriosa das possibilidades, levando em conta o cenário da pessoa ou da família.
O primeiro passo, no entanto, é estar com as finanças organizadas e saber exatamente quanto e como gastar.
Existem dívidas ativas, boletos a pagar e outras necessidades mais urgentes? Se sim, melhor aproveitar para resolver problemas urgentes. Mas, se as contas estão estáveis e a escolha for pelo uso do 13º para a compra do imóvel, existem muitas formas de fazê-lo. E uma delas com certeza vai fazer diferença no processo de aquisição da casa própria.
USOS PARA O 13º
Para dar a entrada em um apartamento, por exemplo, é preciso ter em mãos uma porcentagem do valor do imóvel –pelo menos algo como 10% ou 20% do preço total do apartamento.
Neste caso, o 13º salário pode se tornar uma boa ajuda para iniciar a poupança deste valor ou completar/reforçar o montante que já está sendo guardado.
Para aqueles que já estão pagando o financiamento, o 13º é um reforço interessante para o adiantamento das prestações. Assim, o comprador consegue reduzir o saldo devedor, provocando um novo cálculo dos pagamentos futuros, que tendem a ser mais baixos.
Nesse mesmo cenário, o salário extra pode ser usado para cuidar de taxas e juros. Quem está com parcelas atrasadas precisa estar atento para evitar problemas futuros. O salário extra de fim de ano pode entrar no planejamento para quitar essa dívida.
Após três parcelas em atraso, o comprador pode receber uma notificação do banco para renegociar sua dívida. Caso isso não aconteça, a instituição financeira pode tomar o imóvel.
Para quem compra um apartamento na planta, especialistas do mercado aconselham esperar a entrega das chaves para fazer o pagamento total.
Assim, o 13º pode ser guardado para reforçar o orçamento quando esse momento chegar.
PLANEJAMENTO DAS SURPRESAS
Despesas extras como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), registros e certidões emitidas pelos cartórios, trabalho de despachantes, comissão do corretor etc., devem ser levadas em conta durante o planejamento financeiro para a aquisição do imóvel.
Depois da compra, eventuais reparos e reformas podem aumentar ainda mais os gastos. Ter um dinheiro guardado é uma boa estratégia para evitar surpresas.
A criação de um fundo de reserva é um outro uso interessante para o 13º durante o processo de compra.
Especialistas indicam que a melhor opção é colocar essa reserva para render. Investimentos como fundos de renda fixa são opções seguras e fáceis de acessar.
Seja qual for a opção de pagamento do imóvel, o planejamento financeiro é fundamental.
Especialistas indicam que é importante não comprometer mais do que 30% do orçamento familiar com a aquisição do bem.
"O 13º salário, uso do FGTS, restituição do imposto de renda, abono salarial e outros tipos de ganhos que vão além do contracheque mensal podem ser grandes aliados de uma boa estratégia de acesso ao mercado imobiliário. São recursos que podem ser utilizados como entrada ou como amortização extraordinária de financiamentos imobiliários", diz Evandro Luis, economista do Grupo QuintoAndar.
Imóveis populares estão em alta
O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tem sido um dos principais motores de crescimento do mercado imobiliário nos últimos anos. E o cenário deve continuar assim em 2025.
"Em 2024, pela primeira vez, esse segmento superou o médio padrão em volume de vendas e lançamentos, marcando uma mudança significativa no perfil de mercado", diz Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano.
O mercado oferece boas oportunidades para diversas faixas de renda, sustentado pelo desejo latente do consumidor de conquistar seu lar definitivo
Segundo pesquisa feita pela Abrainc e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o MCMV apresentou aumento de 26,1% do número de unidades vendidas e de 22,5% no valor total de vendas entre janeiro e outubro de 2024, os dados mais atualizados do mercado.
O volume de lançamentos dos imóveis populares subiu 33% no mesmo período.
Esse crescimento foi impulsionado em parte pelas mudanças realizadas no programa em 2023, que aumentaram o limite dos imóveis de Faixa 3 de R$ 264 mil para R$ 350 mil. Para as famílias das Faixas 1 e 2, o limite foi para R$ 190 mil e R$ 264 mil, a depender da localidade.
A renda familiar também subiu para R$ 8 mil, aumentando o volume de pessoas aptas a buscarem um imóvel do MCMV.
"O mercado oferece boas oportunidades para diversas faixas de renda, sustentado pelo desejo latente do consumidor de conquistar seu lar definitivo", afirma Renée Silveira.
Na análise de Evandro Luis, economista do Grupo QuintoAndar, em 2025, é esperado menos incentivo para a contratação de imóveis usados e mais incentivo para construções de novas unidades por meio do programa MCMV.
Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP, avalia que o programa deva crescer em torno de 10% neste ano. "Lembrando que hoje 60%, 65% dos lançamentos na cidade de São Paulo são do Minha Casa, Minha Vida", afirma.
No final do ano passado, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (CCFGTS) aprovou um orçamento de R$ 142,3 bilhões destinados aos programas de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana em 2025.
O volume anual deve ser mantido até 2028 e prevê R$ 126,8 bilhões para habitação.
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha