“Lugar de mulher é onde ela quiser.” A frase foi repetida como um mantra na entrega do Prêmio “Mulheres que Transformam”, criado pela XP Inc. Outros termos foram citados: empoderamento, quebra de paradigma, equidade salarial, autoconfiança, coragem, feminismo, engajamento e propósito.
A entrega do prêmio foi em 3 de março, segundo dia da Expert ESG, que reuniu lideranças globais para discutir meio ambiente, impacto social e governança corporativa nos investimentos (leia mais).
O objetivo do prêmio foi o de reconhecer empreendedoras, gestoras, executivas, escritoras, economistas e educadoras que se destacam na transformação dos mercados em oito categorias: autora do ano, empreendedora do ano, empreendedora social, empreendedora cultural, economista do ano, educadora do ano, profissional tech do ano e profissional de destaque em finanças.
As premiadas foram eleitas por votação popular online. Mais de 27 mil pessoas votaram (veja as ganhadoras na galeria abaixo).
“Essa premiação é uma das ações práticas da XP para dar mais visibilidade às mulheres. Queremos aumentar a participação feminina na empresa. A meta é chegar em 2025 com 50% dos cargos ocupados por elas”, disse Marta Pinheiro, diretora ESG da XP. Atualmente, elas representam 26% dos colaboradores da companhia. A XP anunciou a abertura de 100 novas vagas para mulheres em diversos escalões.
Mas o caminho rumo à igualdade de gênero é longo. Pesquisa do Insper mostrou que apenas 13% dos cargos de presidente em companhias são de mulheres. Para as negras a situação é ainda pior: em 100 startups, apenas 2% são lideradas por elas.
Quanto à presença feminina em investimentos, menos de um quarto dos CPFs cadastrados na Bolsa de Valores é de mulheres. Pesquisa do Instituto Locomotiva e XP Inc. mostrou que 32% das mulheres temem lidar com dinheiro, contra 16% entre os homens.
No mercado de tecnologia da informação, só 20% da força de trabalho é representada por mulheres. “Tem vagas sobrando, e a mulher pode sim ocupar mais espaço. Esqueçam rótulos como ‘mulher e tecnologia não combinam’”, disse Iana Chan, vencedora da categoria tecnologia.
Mas há bons exemplos. No Twitter, as mulheres são 60% da força de trabalho e 50% dos cargos de liderança, segundo a diretora-geral da rede social no Brasil, Fiamma Zarife, uma das curadoras do prêmio. Além de Zarife, outras sete mulheres reconhecidas no mercado brasileiro, como Rachel Maia, presidente do Conselho Consultivo do Unicef, e Vivianne Senna, empresária, presidente do instituto Ayrton Senna, participaram da escolha.
As vencedoras receberam um troféu feito pela artista Sara Rosemberg e farão parte de uma rede de apoio formada pelos principais executivos da XP Inc. como Guilherme Benchimol, Marta Pinheiro, Thiago Maffra, Caio Megale, Ana Laura, Betina Roxo, Marina Cançado, Izabella Mattar e Pethra Ferraz.
O prêmio teve patrocínio de Chandon, Farfetch, Pantys e Veedha, e o apoio do Programa Ganha-Ganha, –iniciativa da ONU Mulheres, OIT e União Europeia que busca equidade de gênero no setor privado– e Origens do Sabor.
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