Um diagnóstico de câncer transforma a vida de todo paciente. Segue-se a ele uma infinidade de exames e, na maioria dos casos, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e outra série de exames e procedimentos. Muitas vezes o paciente e seus familiares se sentem perdidos, quase invisíveis no meio dos protocolos.

Por outro lado, o tratamento do câncer é uma das áreas da medicina que mais evoluiu nos últimos anos. A oncologia passou por avanços científicos impressionantes nas últimas décadas, que transformaram muitos tipos de câncer em doenças crônicas.

Vale lembrar que o câncer é o nome genérico para um grupo de mais de 200 doenças. Elas têm um ponto comum: começam com o crescimento e multiplicação anormal e descontrolado das células. Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, a tendência é de aumento no número de casos de câncer, no Brasil e no mundo.

Ao longo da vida, um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres sofrerão com a doença, de acordo com o Globocan 2018, estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer.

Como lidar com esse cenário? O modelo tradicional das últimas décadas e que continua a ser aplicado em vários lugares é, diante da suspeita de câncer, o paciente procura um oncologista, que o direciona para a biópsia com um cirurgião e, confirmado o diagnóstico, há encaminhamento para tratamento.

O Samaritano, hospital da Rede Americas, adota o modelo cancer center, que permite o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação em um só lugar. Como uma orquestra, entra em cena uma equipe multidisciplinar que inclui desde oncologistas-clínicos e cirurgiões oncológicos até psicólogos.

"O atendimento personalizado e o suporte multidisciplinar do Samaritano estão entre os nossos diferenciais", afirma Cynthia Lemos, oncologista do hospital. "Nosso atendimento multidisciplinar inclui oncologistas especialistas, enfermeira navegadora, enfermagem especializada, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, concierge dedicado à oncologia (para que a jornada do paciente no hospital seja mais breve e mais fácil), coach oncológico, farmácia clínica, serviço social e terapia ocupacional."

Segundo Cynthia, o serviço de coaching oncológico, comum no exterior, é oferecido por poucos hospitais no Brasil. "Esse profissional ajuda o paciente a lidar com a doença. O atendimento é individual. Se o paciente precisa parar de fumar, por exemplo, o coach faz um planejamento e ajuda a definir metas para que o objetivo seja atingido. Os resultados têm sido muito positivos, assim como o feedback dos pacientes", afirma Priscila Mendes Paiva, enfermeira responsável pela área de oncologia do Samaritano.

E completa: "A oncologia está intimamente ligada ao estilo de vida. Temos evidências de que hábitos saudáveis, como praticar atividade física regular e ter uma alimentação equilibrada, diminuem os riscos de recidiva e melhoram a resposta ao tratamento."

Cynthia afirma que a proposta desse atendimento humanizado, centrado no paciente, implica olhar cada um não como doente mas com o objetivo de promover a saúde. "Mesmo que o paciente esteja tratando uma doença metastática, adotar hábitos mais saudáveis vai ajudar a melhorar a qualidade de vida. E o coach tem um papel importante nesse processo."

As duas especialistas destacam também a importância do papel da enfermeira navegadora para a jornada do paciente. "Ela acompanha a pessoa do início ao fim do tratamento e, eventualmente, no pós-tratamento. Além de dar apoio e suporte para o paciente e para a família, ela é a referência da equipe multidisciplinar e da equipe médica, fazendo a interface com esse grupo de profissionais", explica Priscila.

O Samaritano conta com três enfermeiras-navegadoras: uma para oncologia, hematologia e transplante de medula óssea (TMO), uma para tumores sólidos em adultos e uma para a pediatria e TMO pediátrico.

"Elas preparam os pacientes para os exames e procedimentos que os deixam mais temerosos, como cirurgia, biópsia de medula óssea e o próprio transplante de medula. Visitam os pacientes diariamente nas unidades de internação e dão todo o suporte necessário", completa.

​ONCOLOGIA DE PRECISÃO

Além de oferecer os tratamentos oncológicos de ponta, como terapia alvo e imunoterapia, outros pontos de destaque na oncologia do Samaritano são o corpo clínico altamente especializado, o serviço de radiologia intervencionista e de oncogenética.

O departamento de oncologia realiza encontros semanais, chamados de tumor boards, com discussões de casos clínicos com a equipe médica multidisciplinar (patologistas, radiologistas, radioterapeutas).

"Cada especialidade tem o seu tumor board específico semanal. Dentro do corpo de oncologistas clínicos, usamos o modelo de subespecialistas: no caso de um câncer de mama, por exemplo, a paciente será atendida por um médico com essa expertise. Isso garante uma qualidade muito maior de atendimento e um desfecho melhor", diz Cynthia.

A radiologia intervencionista representa um avanço na oncologia, pois possibilita fazer biópsias direcionadas por métodos de imagem, como tomografia ou ultrassonografia, sem a necessidade de cirurgia. Possibilita também a destruição de células tumorais agindo diretamente no tumor, com maior poder de penetração e assertividade e com menores danos aos tecidos saudáveis adjacentes.

A oncogenética estuda os aspectos moleculares, celulares, clínicos e terapêuticos das síndromes de predisposição ao câncer. Ela pesquisa o impacto de mutações hereditárias na incidência e biologia dos tumores e tem como principal objetivo identificar o risco aumentado de desenvolver câncer devido às características genéticas e ajudar a reduzir esse risco. "A oncologia depende de uma cadeia muito complexa de habilidades, profissionais e recursos. E nós reunimos tudo isso", afirma Cynthia.