Trabalho será onde, quando e como o cidadão quiser

No futuro, será possível apertar as mãos através da tela do computador, hologramas reproduzirão encontros reais e o empreendedorismo estará no DNA dos profissionais

Como será o trabalho no futuro? Especialistas não têm dúvidas: será remoto. Mas esqueça as reuniões por aplicativos, como conhecemos hoje. Imagine, por exemplo, uma videoconferência em que um profissional em São Paulo consiga apertar a mão de um colega em Nova York através da tela de seu computador, ignorando as leis da física. “Aparelhos sensoriais vão simular a sensação de contato físico, como em um videogame”, afirma Humfrey Martin Kimanya, membro da New York Academy of Sciences. “No futuro, as pessoas irão também viajar usando seus computadores. O teletransporte é um quebra-cabeças que será resolvido pelos pesquisadores ainda neste século”, arrisca.

Antes disso, hologramas e avatares habilitados por Inteligência Artificial vão permitir que equipes se reúnam “presencialmente” para trabalhar, mesmo cada um dos profissionais morando em uma cidade diferente. Sensores de tato e olfato complementarão a experiência, tornando-a tão real quanto no mundo físico. Dispositivos com Realidade Aumentada estarão no centro de representações visuais de projetos e em testes de produtos realizados em escala mundial.

Os robôs se tornarão cada vez mais inteligentes e habilidosos. Com isso, além da atuação em trabalhos repetitivos ou perigosos, eles assumirão parte do trabalho intelectual realizado por humanos, tornando-se competentes profissionais de TI, professores, chefs e até escritores.

Forte tendência no futuro, o empreendedorismo individual será estimulado pela rápida transformação tecnológica e pelas novas necessidades. Para os jovens nativos digitais, empreender será um modo de vida. Eles terão ainda mais oportunidades para criar seus próprios negócios, lançar produtos e serviços disruptivos e até falhar.

Futurólogos classificam os empreendedores como essenciais para a nova economia global, porque eles vão liderar a busca por inovação e ainda estimular as grandes empresas a se renovarem.

Outra mudança é que as pessoas não terão a mesma profissão a vida toda e, com as inovações geradas pela transição da economia industrial para a digital, virá também a necessidade de uma revolução das regras do trabalho.

“A sociedade precisa começar a repensar o conceito de trabalho, porque no futuro ele será muito diferente e com certeza não estará mais no centro da vida das pessoas”, afirma o cientista político Darrel M. West, autor do livro “The Future of Work: Robots, AI and Automation”.

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