Descrição de chapéu genética

Uso da genética vai revolucionar o combate a doenças graves

Técnicas que identificam e tratam doenças de forma personalizada conseguirão aumentar a eficácia e o alcance dos tratamentos

Da ficção científica para a vida real, está em curso a maior revolução do conhecimento biológico da humanidade. Técnicas como sequenciamento genético, testes de DNA e estudos de genômica, antes tão distantes do nosso dia a dia, já estão sendo usadas e se consolidam como base da medicina do futuro.

O mapeamento do genoma humano no início deste século foi o grande marco que possibilitou aos pesquisadores uma série de descobertas que vão impactar cada vez mais a vida e a saúde da população do planeta.

O entendimento de que determinadas doenças têm origem nos genes e que a resposta a certas drogas varia dependendo da genética de cada paciente reforçou a relação entre genoma, diagnóstico e tratamento, viabilizando o surgimento da medicina personalizada.

Essa área da medicina visa tratar a saúde do paciente de maneira exclusiva, considerando seu histórico e analisando cada caso individualmente. A partir de testes genéticos e técnicas de genômica são identificados genes associados a doenças específicas, facilitando a prevenção e o tratamento.

Toda essa evolução mudou o olhar da medicina para doenças graves como o câncer. Vale lembrar que câncer é um conceito amplo para um conjunto enorme de doenças que têm em comum a proliferação desordenada das células. Mas são doenças distintas, com causas distintas.

De uns anos para cá, com o avanço da genômica e da oncologia de precisão, a medicina passou a buscar tratar a causa da transformação celular, em vez de focar a parte do corpo afetada. A oncologia de precisão se baseia em testes moleculares e no rastreamento dos genes para detectar defeitos nas células. Ela testa o DNA do câncer, a origem do tumor. A partir daí, foram e continuam sendo desenvolvidas terapias de precisão, medicamentos e tratamentos específicos para esses defeitos celulares, como a terapia-alvo e a imunoterapia.

Os avanços no combate ao câncer nas últimas décadas são inegáveis. Nos anos 1980, cerca de 70% dos pacientes não sobreviviam; hoje, menos de 40% morrem. Nos últimos dez anos, a redução da letalidade foi da ordem de 10%. Pode parecer pouco, mas, em uma perspectiva histórica, isso quer dizer que nossos netos muito provavelmente vão enxergar o câncer como uma enfermidade do passado.

A telemedicina e o uso da inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico de doenças são outros exemplos de avanços já incorporados e ao dia a dia de médicos e pacientes e que tendem a ter a relevância anda mais ampliada.

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