O sonho de desbravar o universo sempre esteve presente nos filmes e na literatura de ficção científica, mas, ao longo das últimas décadas, sempre se desfez diante de incontornáveis limitações tecnológicas.
Vivemos hoje em um tempo no qual essas barreiras parecem finalmente estarem caindo, principalmente porque empresas privadas como a SpaceX, do bilionário Elon Musk, da Tesla, a Blue Origin, de Jeff Bezos, da Amazon, e a Virgin Galactic, de Richard Branson, decidiram acelerar seus foguetes e entrar para valer na corrida pelo turismo espacial.
O caminho rumo ao espaço não mais é uma exclusividade de governos, pois, ainda que EUA, Rússia, China, índia, Comunidade Europeia, Emirados Árabes Unidos, entre outros, também estejam lançando ou reativando seus programas, a exploração espacial em larga escala só irá acontecer em parceria com o setor privado.
A chamada Missão Marte já está em andamento. Recentemente, Emirados Árabes, China e EUA pousaram novas sondas no planeta vermelho. No entanto, colocar humanos em solo marciano em condições habitáveis é outra história.
“Nós temos e acreditamos na tecnologia para enviar humanos a Marte. Para ir estudar lá e retornar”, afirma Jim Green, diretor de Ciências Planetárias da Nasa, a agência espacial norte-americana. “Na realidade não é se a tecnologia pode nos deter, é por causa dela que podemos fazer isso. O público americano é bastante generoso e continua nos financiando, é isso é especial. Nós planejamos ter humanos em Marte na década de 2030, ainda em meu tempo de vida”, afirma.
Segundo estudos, uma viagem ao planeta vermelho duraria por volta de 180 dias. Os astronautas ficariam lá entre 20 e 30 dias e voltariam para casa em uma viagem de outros 220 dias, num total de 14 meses.
Enquanto isso, pessoas comuns, sem treinamento de astronauta, podem começar a arrumar a mala para passar um tempo em algum hotel no espaço ou até mesmo dar uma voltinha próximo à Lua. Um dos projetos em desenvolvimento visa construir um módulo de luxo para hóspedes na Estação Espacial Internacional, que fica a 400 km de altura e onde se pode chegar em menos de 24 horas.
Os chamados voos orbitais ao redor da Terra, ou quem sabe até mesmo à Lua, já devem ocorrer em um futuro ainda mais próximo. A Virgin Galactic, por exemplo, pretende usar uma nave similar aos ônibus espaciais americanos com capacidade para seis passageiros e alcançar um limite de 100 km de altura, onde será possível passar alguns minutos flutuando em gravidade zero. A ideia é dar várias voltas na Terra em uma viagem que pode durar duas horas ou até alguns dias.