Traçar soluções conjuntas que façam diferença na saúde das pessoas é o que motiva a Takeda a reunir diferentes agentes estratégicos do setor para debater formas de melhorar o acesso à saúde, afirma Renata Campos, presidente da Takeda Brasil.
Na 4ª Jornada pela Saúde “A Blueprint for Success – Brazil Summit Digital”, a consultoria Prospectiva trouxe dados mostrando que a Covid-19 impactou ainda mais o orçamento da área. Como ampliar o acesso à saúde diante dessa realidade?
É necessário um conjunto de iniciativas para atingirmos esse objetivo. Nossos convidados da 4ª Jornada pela Saúde “A Blueprint for Success – Brazil Summit Digital” relataram alguns caminhos: priorizar áreas, coordenar gastos e melhorar a gestão. Entendemos que o primeiro passo seja perceber que acesso à saúde não é uma premissa exclusiva do setor público, passa também pelo mercado privado e inclui o encorajamento de parcerias para equilibrar a ampliação da oferta de serviços e de produtos e a sustentabilidade do sistema. Também compreende reunir diferentes agentes estratégicos do setor em encontros como esse que promovemos para debater o tema e entender gargalos, a partir de dados, como os das pesquisas realizadas pela Takeda em parceria com o Ibope Inteligência e pela IQVIA e a The Economist, nas edições de 2018 e 2020, respectivamente. Acreditamos que, a partir desse envolvimento e esforços, é possível traçar soluções conjuntas que façam a diferença no cuidado e na atenção das pessoas, o que é, justamente, uma das premissas da Takeda – colocar o paciente no centro de todas as suas decisões.
Qual o caminho para efetivarmos as parcerias público-privadas?
Para romper os obstáculos, todos os envolvidos nessa engrenagem precisam se unir para iniciar uma mudança. Nosso papel, como indústria farmacêutica, é fazer parte dessa discussão, gerando oportunidades e buscando parcerias para melhorar o acesso à saúde no Brasil.
Estamos na quarta edição da nossa Jornada pela Saúde, que é uma importante iniciativa para combinar experiências, conhecimentos e perspectivas variadas. A Takeda não medirá esforços para estar cada vez mais próxima da comunidade de pacientes e dos profissionais de saúde e, assim, entender melhor as necessidades médicas não atendidas e avaliar de que maneira podemos atuar para oferecer suporte às pessoas que dependem dos nossos medicamentos no Brasil.
No setor privado, oferecemos programas inovadores de acesso a produtos que ainda não estão incluídos na cobertura obrigatória da saúde suplementar. No setor público, temos iniciativas como a Carreta da Saúde “Destino Viver Bem”, uma parceria com o Grupo Fleury e a ONG Voluntários do Sertão. Além disso, realizamos investimentos por meio de nossa área de Responsabilidade Social Corporativa com o intuito de manter e melhorar nosso impacto na área de saúde e necessidades advindas da pandemia, contribuindo para uma sociedade sustentável. No último ano fiscal apoiamos, no Brasil, 30 projetos, seja via investimento privado - como as parcerias com o GRAACC, Itaci e Tucca e Amigos do Bem -, seja por meio de leis de incentivo, como a Fundação Dorina Nowill e Instituto C. No total, cerca de 297 mil pessoas foram impactadas diretamente e outras 308 mil indiretamente.
Especialistas acreditam que, por conta da pandemia da Covid-19, parte da população está mais consciente da importância de cuidar bem da saúde, das vacinas e da ciência. Quais outros impactos a pandemia pode deixar?
A pandemia mostrou os impactos da saúde na economia, política, educação, tecnologia, entre outros setores. A indústria farmacêutica tem sido um apoio fundamental durante a pandemia de Covid-19 por conta da necessidade de produtos e insumos para os cuidados com a saúde.
Mas não podemos deixar de registrar aspectos preocupantes, como o fato de muitas pessoas terem descontinuado cuidados médicos de rotina, interrompido tratamentos importantes e deixado de investigar sintomas de possíveis doenças que necessitam de intervenção imediata para evitar complicações. Nesse sentido, a Takeda buscou incorporar novas soluções, como o Home Infusion, para atender pacientes que realizavaminfusões em centros públicos ou privados e que foram impactados pela pandemia. Ao migrarem para o Home Infusion, registraram melhora de 21% na adesão ao tratamento.
Os palestrantes do evento foram unânimes em dizer que cada setor da sociedade tem um papel a cumprir para melhorar o acesso à saúde. Qual o papel da indústria farmacêutica?
A Takeda acredita que a indústria farmacêutica tem um papel fundamental de contribuição no aumento do acesso à saúde e está comprometida em traduzir a ciência em medicamentos que transformam vidas, garantindo acesso a terapias inovadoras – que agreguem na qualidade de vida do paciente e que tragam valor para a sociedade – buscando soluções para necessidades médicas não atendidas nas áreas-foco em que atua: gastroenterologia, oncologia, neurociências, doenças raras, bem como terapias derivadas do plasma e vacinas. Para isso, a Takeda desenvolveu um robusto sistema global de P&D no qual investe aproximadamente US$ 4,5 bi por ano, cerca de 15% de seu faturamento, além de manter um pipeline robusto composto por mais de 40 moléculas, sendo 50% designados a medicamentos órfãos.
No entanto, não podemos trabalhar sozinhos. Reconhecemos que, para atender às necessidades dos pacientes, precisamos unir forças com outros atores do complexo sistema de saúde brasileiro exercendo o nosso protagonismo, trocando experiências, discutindo caminhos, criando parcerias e, principalmente, estando abertos para oportunidades que façam sentido para os pacientes no que diz respeito à ampliação do acesso à saúde. Atualmente, a Takeda tem 200 parcerias ativas no mundo para pesquisa e desenvolvimento de novas opções terapêuticas, por exemplo. Além disso, desde 2016, nosso Programa de Acesso a Medicamentos traz sua contribuição para pacientes e profissionais de saúde, apoiando mais de 125 mil pessoas.
Paciente é fundamental para tornar sistema de saúde sustentável
Um sistema de saúde sustentável, seja ele público ou privado, exige o envolvimento de todos os atores: profissionais de saúde, governo, indústria farmacêutica, hospitais, planos de saúde e, principalmente, do paciente. “O paciente precisa saber e atuar como parte fundamental do processo”, afirma Rafael Fortes, diretor de Acesso ao Mercado e Relações Institucionais.
Fortes destaca que, bem informadas e empoderadas, as pessoas têm condições de praticar o autocuidado de forma consciente e integral, acessando de maneira responsável produtos e serviços de saúde. “Todas essas práticas contribuem diretamente para o uso sustentável do sistema de saúde, poupando e otimizando a destinação dos recursos”, afirma.
A Takeda tem realizado várias ações para disseminar a importância da detecção precoce de inúmeras doenças, como linfoma, mieloma múltiplo e doenças inflamatórias intestinais.
Uma das preocupações da companhia é superar as muitas barreiras que impedem os pacientes de alcançar os cuidados e o tratamento de que precisam, independentemente das regiões onde vivem. “Enfrentamos esse desafio, procurando melhorar a jornada do paciente de forma ampla e abrangente e buscando o fortalecimento dos sistemas de saúde nas regiões onde atuamos. Além disso, procuramos caminhos para prover acesso sustentável, de forma ampla, nos sistemas público e privado de saúde”, afirma Igor Gomes, ex-diretor de Business Operations, Patient Value & Market Access, e atual Cluster Head da região VMAPS (Vietnã, Malásia, Filipinas e Singapura).
Por isso, em 2020, a Takeda apoiou, por meio de patrocínio de fóruns e iniciativas de educação sobre doenças, 18 associações de pacientes de todo o país, facilitou o acesso de 33 mil pessoas a exames para doenças raras e condições complexas, além de contribuir com o atendimento e com o seguimento do tratamento médico de 3.100 pacientes. “Também demos suporte para apoiar 1.200 médicos no atendimento a seus pacientes e subsidiamos cerca de 14 mil procedimentos (entre infusões para pacientes com doenças raras, gastrointestinais, além de exames e coletas) para oferecer segurança e conforto aos pacientes que seguem seus tratamentos com medicamentos Takeda”,diz Igor Gomes.