Comprar uma blusa fabricada na China, fazer uma consulta médica virtual, assistir uma aula mesmo a quilômetros de distância da universidade e fazer uma transferência bancária em segundos. Nunca estivemos tão conectados – são mais de 5,3 bilhões de pessoas em todo o mundo com acesso à internet. Ao mesmo tempo em que as transações online tornaram-se cotidianas, o volume de golpes cresce significativamente.
No Brasil, as tentativas de fraudes bancárias aumentaram 80% de 2020 para cá, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Um dos tipos de golpe mais comum é o "e-mail phishing", quando criminosos tentam roubar dados confidenciais e pessoais por meio de e-mails, SMS e aplicativos de troca de mensagem que direcionam o usuário a sites falsos. Globalmente, os prejuÃzos causados por furtos de identidade no ambiente digital chegaram a US$ 52 bilhões em 2021.
O prejuÃzo não é apenas do usuário – a quebra de confiança do consumidor no sistema afeta empresas e instituições de todos os tamanhos e setores. Por isso, é preciso cada vez mais investir em soluções de cibersegurança.
"A Mastercard quer colaborar com o mercado na jornada de conhecimento e educação sobre os riscos de segurança", afirma o vice-presidente sênior de Produtos e Serviços da companhia no Brasil, Leonardo Linares. Uma das empresas lÃderes em tecnologia e meios de pagamento, a Mastercard participou do Febraban Tech 2022, maior evento de tecnologia e inovação do mercado financeiro, para trocar experiências e apresentar as principais tecnologias disponÃveis para ampliar a segurança digital das pessoas e das empresas.
A confiança das pessoas é um dos bens mais importantes no mundo dos negócios. "O consumidor tem que confiar no sistema", ressalta Johan Gerber, vice-presidente executivo global de Segurança e Inovação Cibernética da Mastercard.
Para enfrentar os riscos do mundo digital, a Mastercard investiu na diversificação de sua própria equipe de trabalho, na aquisição de uma série de empresas de tecnologia com as mais variadas soluções de cibersegurança e em startups e fintechs que apresentem propostas inovadoras para o mercado financeiro.
Essas tecnologias da Mastercard englobam desde antes do inÃcio da transação, na identificação do cliente, até a experiência final do cliente. Graças à aquisição de referências mundiais nessa área (veja quadro abaixo), a Mastercard oferece soluções permanentemente atualizadas para construir uma fortaleza em torno das empresas, sem causar atritos com seus clientes.
Essas tecnologias permitem a identificação imediata do usuário, sem que ele perceba. A biometria comportamental, por exemplo, é uma das soluções usadas nesse processo. "Analisamos como a pessoa interage com seus dispositivos", explica Gerber. A tecnologia detecta particularidades como a maneira de digitar, o aparelho usado, horários de utilização e outros dados.
É como se a empresa conseguisse reconhecer seu cliente à distância. "É uma confiança construÃda em comportamentos, que queremos replicar", explica o executivo. As soluções da Mastercard também conseguem avaliar o risco da transação ao comparar os hábitos de consumo de um usuário. "Conseguimos ver o comportamento associado à informação [do meio de pagamento]", diz Gerber.
As soluções da Mastercard vão além da operação. Para evitar atritos desnecessários entre a empresa e seu cliente, há mecanismos que permitem fazer uma análise rápida nos casos em que o cliente, por exemplo, não reconhece uma determinada compra feita pela internet. Nesses casos, são fornecidas informações adicionais para o cliente, como o que ele comprou e onde, ajudando-o a reconhecer a compra.
As tecnologias da Mastercard podem ser aplicadas inclusive em sistemas de pagamentos instantâneos, como o Pix. "Se o Banco Central precisar de soluções para o Pix, nós podemos fornecer produtos de infraestrutura", destaca Gerber. A Mastercard já atua dessa maneira em paÃses como o Reino Unido e as Filipinas.
Prevenção de ataques
A Mastercard também usa inteligência artificial para identificar em escala global ataques cibernéticos em potencial antes que se realizem. Desta maneira, a empresa tem uma visão holÃstica do mundo digital, podendo antecipar riscos.
De acordo com Gerber, o uso das soluções da marca resultou na recusa de US$ 25 bilhões em operações digitais suspeitas no ano passado. Mas, ao mesmo tempo, o número de transações online autorizadas pelos bancos cresceu 12%. "Ao fazer a coisa certa, as empresas tornam a experiência mais fácil para o consumidor, com prevenção de fraudes", ressaltou.
A Mastercard ajuda ainda as empresas a conhecer os riscos cibernéticos de suas próprias redes. Ao avaliar como o sistema de uma companhia se comunica com a internet, é possÃvel produzir uma pontuação de risco e apontar vulnerabilidades.
De acordo com Gerber, uma nota "F" indica que um sistema tem 40 vezes mais chances de ser vÃtima de "ransomware" - espécie de sequestro de dados com pedido de resgate - e está quatro vezes mais exposto a um evento de vazamento de dados. A empresa pode realizar as correções e verificar se seus fornecedores e parceiros também estão protegidos. "A cada dez dias nós mapeamos o grau de higiene cibernética de cada instituição financeira do mundo", explica.
Gerber destaca que a Mastercard tem por objetivo a proteção de transações digitais até de suas concorrentes. "Se um elo é quebrado, pode haver perda de confiança do consumidor no sistema como um todo", conclui.