Uma região que agrada tanto aos que preferem o turismo de natureza quanto àqueles que buscam uma viagem mais cultural. A campanha "A liberdade mora em Minas", lançada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, tem o objetivo de colocar Minas Gerais como principal referência do turismo no país.
Essa liberdade passa pela escolha do turista, que tem à disposição, por exemplo, oito parques nacionais e mais de 22 unidades de conservação abertas à visitação. Três biomas diferentes estão representados no estado: o cerrado, a caatinga e a mata atlântica.
Em meio a tantas belezas naturais, uma concentração de bens patrimoniais é mais uma opção para quem visita Minas: o estado abrange mais de 60% do patrimônio histórico brasileiro.
Prova de que Minas Gerais é um destino que atrai turistas pela sua diversidade de atrativos é que, neste mês, o Aeroporto Internacional de Confins começa a funcionar com novas conexões regionais, com voos diretos para Varginha, no sul do estado, além de Patos de Minas, Paracatu, Juiz de Fora e Teófilo Otoni. Também foram criadas novas rotas nacionais, ligando Belo Horizonte a Navegantes, Santarém, Caldas Novas e Lençóis Bahia-Chapada.
Mariana, Ouro Preto, Congonhas e Diamantina, por exemplo, exibem casarões e igrejas que compõem boa parte da riqueza cultural e artística do país e apresentam ao mundo um tipo de barroco que também espelha a diversidade, segundo Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. "Nenhum barroco do mundo tem a forma livre como o nosso", diz. "Ele tem influência portuguesa e também alemã, da Baviera."
A produção de um dos maiores nomes do barroco da América, o escultor, entalhador e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, encontra-se quase toda distribuída por essas cidades históricas, como na Igreja de São Francisco de Paula, encravada em uma paisagem montanhosa, em Ouro Preto, cujo centro do altar abriga a imagem do santo, obra do autor.
O artesanato dos vales do São Francisco, Mucuri, Rio Doce e Jequitinhonha traduz as cores, as formas e a força da cultura popular que conquista olhares de todo o Brasil e do exterior. A cozinha de cada um desses territórios guarda uma peculiaridade enquanto revela os laços comuns que dão corpo à própria mineiridade.
Em Pirapora e Januária, cidades banhadas pelo rio São Francisco, há as praias de água doce encontradas também em São Gonçalo do Rio Preto, no Alto Jequitinhonha. Ali, a vida ribeirinha se constrói no dia a dia em meio às histórias, lendas e saberes transmitidos por gerações.
JARDIM E MUSEU
Tanta tradição criativa é acompanhada de perto no estado por uma vocação que não se limita à tradição e abrange também o moderno e o contemporâneo. "Um bom exemplo disso é o Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, que recebeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, e o Instituto Inhotim, em Brumadinho", afirma Oliveira.
O reconhecimento do Conjunto Moderno da Pampulha pela Unesco se deu em 2016. O projeto do complexo modernista, do qual faz parte a Igreja de São Francisco de Assis, contou com a participação de ícones como o arquiteto Oscar Niemeyer, o artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx e o também artista plástico Candido Portinari.
Já o Instituto Inhotim congrega, em 140 hectares, um dos maiores museus a céu aberto do mundo e um jardim botânico com mais de 4.300 espécies raras.
As riquezas naturais que configuram as paisagens mineiras também são muitas e ecléticas: cavernas, cânions, rios, cachoeiras, parques, matas e sítios arqueológicos se espalham por pontos turísticos. A Serra do Cipó, área de proteção ambiental que Burle Marx definiu como "o jardim do Brasil", está entre elas.
O Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata, abrangendo os municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, condensa vários desses atrativos que podem ser apreciados por quem gosta de fazer uma boa trilha a pé.
Outra opção é o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte mineiro, área de conservação que reúne mais de 180 cavernas e grutas, como a do Janelão, onde encontram-se pinturas rupestres que indicam ter até 9.000 anos.
O Circuito das Águas, por sua vez, contempla 13 cidades e atrai visitantes pela qualidade terapêutica e relaxante das fontes hidrotermais. No sul de Minas, Poços de Caldas vem se destacando por quem busca o turismo de natureza e de aventura, como praticantes de voos de parapente.