Paisagem cultural da mineiridade é natureza, cidades e patrimônio

Campanha A liberdade mora em Minas destaca variedade de atrações para diferentes perfis de interesse dos visitantes

Igreja Sao Francisco de Paula, em Ouro Preto

Igreja Sao Francisco de Paula, em Ouro Preto Pedro Vilela / Agencia i7

Uma região que agrada tanto aos que preferem o turismo de natureza quanto àqueles que buscam uma viagem mais cultural. A campanha "A liberdade mora em Minas", lançada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, tem o objetivo de colocar Minas Gerais como principal referência do turismo no país.

Essa liberdade passa pela escolha do turista, que tem à disposição, por exemplo, oito parques nacionais e mais de 22 unidades de conservação abertas à visitação. Três biomas diferentes estão representados no estado: o cerrado, a caatinga e a mata atlântica.

Em meio a tantas belezas naturais, uma concentração de bens patrimoniais é mais uma opção para quem visita Minas: o estado abrange mais de 60% do patrimônio histórico brasileiro.

Prova de que Minas Gerais é um destino que atrai turistas pela sua diversidade de atrativos é que, neste mês, o Aeroporto Internacional de Confins começa a funcionar com novas conexões regionais, com voos diretos para Varginha, no sul do estado, além de Patos de Minas, Paracatu, Juiz de Fora e Teófilo Otoni. Também foram criadas novas rotas nacionais, ligando Belo Horizonte a Navegantes, Santarém, Caldas Novas e Lençóis Bahia-Chapada.

Mariana, Ouro Preto, Congonhas e Diamantina, por exemplo, exibem casarões e igrejas que compõem boa parte da riqueza cultural e artística do país e apresentam ao mundo um tipo de barroco que também espelha a diversidade, segundo Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. "Nenhum barroco do mundo tem a forma livre como o nosso", diz. "Ele tem influência portuguesa e também alemã, da Baviera."

A produção de um dos maiores nomes do barroco da América, o escultor, entalhador e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, encontra-se quase toda distribuída por essas cidades históricas, como na Igreja de São Francisco de Paula, encravada em uma paisagem montanhosa, em Ouro Preto, cujo centro do altar abriga a imagem do santo, obra do autor.

O artesanato dos vales do São Francisco, Mucuri, Rio Doce e Jequitinhonha traduz as cores, as formas e a força da cultura popular que conquista olhares de todo o Brasil e do exterior. A cozinha de cada um desses territórios guarda uma peculiaridade enquanto revela os laços comuns que dão corpo à própria mineiridade.

Em Pirapora e Januária, cidades banhadas pelo rio São Francisco, há as praias de água doce encontradas também em São Gonçalo do Rio Preto, no Alto Jequitinhonha. Ali, a vida ribeirinha se constrói no dia a dia em meio às histórias, lendas e saberes transmitidos por gerações.

JARDIM E MUSEU

Tanta tradição criativa é acompanhada de perto no estado por uma vocação que não se limita à tradição e abrange também o moderno e o contemporâneo. "Um bom exemplo disso é o Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, que recebeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, e o Instituto Inhotim, em Brumadinho", afirma Oliveira.

O reconhecimento do Conjunto Moderno da Pampulha pela Unesco se deu em 2016. O projeto do complexo modernista, do qual faz parte a Igreja de São Francisco de Assis, contou com a participação de ícones como o arquiteto Oscar Niemeyer, o artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx e o também artista plástico Candido Portinari.

Já o Instituto Inhotim congrega, em 140 hectares, um dos maiores museus a céu aberto do mundo e um jardim botânico com mais de 4.300 espécies raras.

As riquezas naturais que configuram as paisagens mineiras também são muitas e ecléticas: cavernas, cânions, rios, cachoeiras, parques, matas e sítios arqueológicos se espalham por pontos turísticos. A Serra do Cipó, área de proteção ambiental que Burle Marx definiu como "o jardim do Brasil", está entre elas.

O Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata, abrangendo os municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, condensa vários desses atrativos que podem ser apreciados por quem gosta de fazer uma boa trilha a pé.

Outra opção é o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte mineiro, área de conservação que reúne mais de 180 cavernas e grutas, como a do Janelão, onde encontram-se pinturas rupestres que indicam ter até 9.000 anos.

O Circuito das Águas, por sua vez, contempla 13 cidades e atrai visitantes pela qualidade terapêutica e relaxante das fontes hidrotermais. No sul de Minas, Poços de Caldas vem se destacando por quem busca o turismo de natureza e de aventura, como praticantes de voos de parapente.