Descentralizado, evento gera mais empregos e amplia renda do estado

Governo investe em comunicação e cria o Carnaval da Liberdade e o da Tranquilidade para atender a diversos públicos e beneficiar mais cidades

A imagem mostra um painel de debate com três pessoas sentadas em cadeiras em um palco. Ao fundo, há um grande telão com o texto 'CARNAVAL E TURISMO: APROFUNDAMENTO SOBRE A EXPERIÊNCIA E SUCESSO DE MINAS GERAIS' e os logotipos de 'MINAS GERAIS' e 'Estúdio Ponta'. As pessoas no painel estão vestidas de forma formal, com um homem de terno cinza, um homem de terno preto e uma mulher com blusa clara. O ambiente é moderno e bem iluminado.

Debatedores durante o painel Planejamento, execução e resultados do Carnaval Mineiro Masao Goto Filho/Estúdio Folha

O sucesso do Carnaval de Minas Gerais é fruto da implementação de uma política pública e já provoca impactos positivos na geração de emprego e renda no estado.

Esses foram os principais aspectos destacados no painel "Planejamento, execução e resultados do Carnaval Mineiro", realizado durante o seminário "Carnaval e Turismo: Aprofundamento sobre a experiência e o sucesso de Minas Gerais".

Segundo a Secretaria Estadual de Comunicação de Minas Gerais, o Carnaval mineiro passou por várias mudanças nas últimas décadas. A folia antes era um movimento espontâneo, restrito principalmente às cidades históricas, mas que aos poucos passou a se concentrar apenas em Belo Horizonte.

Quando iniciou os diálogos para investir na organização da festa, o governo teve como prioridade olhar para o estado como um todo, para diversificar e descentralizar a folia.

O Carnaval passou a ser tratado como política pública. Houve um trabalho para entender o fenômeno de Belo Horizonte e sua grandiosidade sem esquecer do interior. Assim foi criado o Carnaval da Liberdade e o da Tranquilidade, pensando em um roteiro para atender diferentes públicos.

Segundo a secretaria, uma das estratégias do governo foi usar a comunicação para atrair turistas de outros estados e países, uma vez que o Carnaval mineiro ainda tinha um impacto tímido na economia.

Presente no evento, Marcelo de Souza e Silva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH e do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, lembrou que 72% do PIB de Belo Horizonte é oriundo de comércio e serviços e 85% dos empregos são gerados pelo setor, reforçando a importância do Carnaval.

Marcelo de Souza e Silva - Masao Goto Filho/Estúdio Folha

As pessoas vão a um evento cultural e acabam frequentando bares e restaurantes, lotando hotéis e gerando dinheiro e imposto de volta

Marcelo de Souza e Silva

presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH e do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas

O Sebrae Minas, por exemplo, criou o programa "Meu Negócio é Carnaval" para ajudar blocos e organizadores de eventos a se manterem ativos o ano todo.

Segundo Souza e Silva, iniciativas ligadas ao setor em Belo Horizonte estão sendo replicadas em todo o estado e influenciando eventos já tradicionais em Minas, como A Virada da Liberdade, no Réveillon, o Natal de Mineiridade, a Semana Santa e a corrida de Stock Car.

Ele ressaltou também a importância do diálogo com o poder público e com a iniciativa privada, que patrocinou o evento, gerando ainda mais desenvolvimento econômico e social.

Geo Ozado - Masao Goto Filho/Estúdio Folha

O Carnaval tem que ser visto como uma cultura em crescimento, em andamento. A festa fomenta a economia criativa, o turismo cultural e musical, a gastronomia e a hotelaria

Geo Ozado

fundador do bloco Baianas Ozadas

Geo Ozado, fundador do bloco Baianas Ozadas, que sai no Carnaval de Belo Horizonte há 13 anos, avaliou que a folia mineira passa por um reflorescimento.

Ele ressaltou a importância de mecanismos de apoio como a lei de incentivo fiscal para a manutenção dos blocos, mas diz que ainda é possível melhorar.

"O Carnaval tem que ser visto como uma cultura em crescimento, em andamento. A festa gera R$ 5,3 bilhões de retorno, fomenta a economia criativa, o turismo cultural e musical, a gastronomia e a hotelaria. Esse crescimento do Carnaval é um amadurecimento", disse.

Investimento irá impulsionar novas atrações turísticas

O Carnaval tem sido tratado pelo governo mineiro como um catalisador de geração de renda e uma plataforma para impulsionar outras atrações turísticas do estado. Esse ponto foi discutido durante o painel "Oportunidades para Minas em Cultura, Turismo e Economia Criativa".

Segundo a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult), o poder público correu atrás para dar as soluções que os foliões querem, entendendo a indústria criativa e da cultura como um grande fenômeno de geração de muita renda.

O governo mineiro investiu pouco mais de R$ 50 milhões na organização da folia mineira, que resultou em R$ 5,3 bilhões a mais na economia. E o sucesso das ações implementadas na folia poderá ajudar a impulsionar outras vertentes do turismo mineiro.

O setor de bares e restaurantes, por exemplo, viu seu ticket médio aumentar não só durante o feriado mas também no pré e pós-Carnaval, movimentados pelos ensaios e desfiles de blocos.

"Nós temos a cidade criativa da gastronomia, capital dos bares e dos botecos. É impossível falar de turismo sem falar em gastronomia", disse Karla Rocha, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

A entidade tem ajudado seus associados mineiros a adaptar o serviço ao público do Carnaval, mudando horários, mexendo no cardápio e acelerando o serviço. "Tudo isso tem sido feito com base em um diálogo muito grande", completou.

Karla Rocha - Masao Goto Filho/Estúdio Folha

Nós temos a cidade criativa da gastronomia, capital dos bares e dos botecos. É impossível falar de turismo sem falar em gastronomia

Karla Rocha

presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

Rocha ressaltou que o incremento do setor de entretenimento com shows, eventos e datas comemorativas tem ajudado a impulsionar a gastronomia diversa de Minas, que vai dos petiscos de boteco e pratos caseiros à alta cozinha em todas as regiões do estado.

Há também um incentivo ao uso dos produtos regionais como queijos, vinhos, doce de leite e cachaça, valorizando a produção local.

Ocupação crescente

Flávia Araújo Badaró, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, destacou que os leitos em Belo Horizonte chegaram a ter ocupação de 95% durante o Carnaval. Em algumas cidades do interior, o índice foi de 100%. O valor médio da diária subiu 16% em relação a 2024.

"Costumo falar que o Carnaval foi só o começo. Depois, teremos muitos outros eventos. Minas está na moda! Também estamos trazendo o turismo corporativo, que é muito importante para mantermos a ocupação dos hotéis lá no topo, visando manter uma média de 60%, 70% ao ano", afirmou.

Flávia Araújo Badaró - Masao Goto Filho/Estúdio Folha

O Carnaval foi só o começo. Também estamos trazendo o turismo corporativo, que é muito importante para mantermos a ocupação dos hotéis lá no topo

Flávia Araújo Badaró

presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

O turismo cultural e ecológico também tem crescido em todo o estado –60% do orçamento da Cultura está direcionado para o interior, por exemplo.

O governo já atraiu cerca de R$ 4 bilhões em investimentos externos para Minas Gerais, com a chegada de novos empreendimentos hoteleiros. E tem trabalhado para mostrar ao Brasil sua diversidade de atrações, como a Cordilheira do Espinhaço, sítios de pinturas rupestres, cachoeiras, parques, cidades barrocas etc.

O importante, segundo a Secult, é que toda pessoa que visite Minas sinta e experimente o que é ser mineiro.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha