Relaxar em estâncias hidrominerais, respirar história nas cidades coloniais, fazer roteiros cheios de fé por igrejas centenárias e arte barroca, passear em saudosas marias-fumaças preservadas, curtir muita natureza intocada, os melhores queijos, cafés e cachaças e aquela cozinha mineira que todo mundo ama. Quem trabalhou a vida inteira sonhando um dia viver experiências incríveis, pode respirar aliviado. O recém lançado programa Voa Brasil, do Governo Federal, em que aposentados do INSS podem comprar passagens por até R$ 200 o trecho, já está valendo. Oportunidade perfeita para conhecer Minas Gerais, literalmente, voando.

O estado mais hospitaleiro do país tem também um dos maiores aeroportos, o de Confins, em Belo Horizonte. Apenas nos primeiros seis meses de 2024, uma média de 31.000 pessoas por dia passaram por ali, um crescimento de mais de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Há muito o que ver nos arredores da capital, mas a melhor notícia é que o interior do estado conta com outros 16 aeroportos menores, para onde se pode voar, diminuindo assim deslocamentos por terra e tornando a viagem mais confortável.

Segurança é outro fator que atrai muitos aposentados e suas famílias a Minas Gerais. Desde 2021, o estado conta com a Rede Integrada de Proteção ao Turismo, iniciativa do governo do estado, por meio da Secult (Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais), juntamente com a Polícia Militar e a comunidade local.

Conheça a seguir algumas experiências perfeitas para aposentados em Minas Gerais e saiba para quais aeroportos deve-se voar para acessá-las.

Relaxar nas estâncias hidrominerais

No sul de Minas, as cidades do chamado Circuito das Águas têm em comum, além das fontes com poder medicinal, clima ameno, hotéis muito confortáveis e atmosfera de tranquilidade e relaxamento. Caxambu tem a maior concentração de águas carbogasosas do planeta –um total de 12 fontes medicinais com propriedades distintas em seu belo Parque das Águas. Elas ganharam fama de milagrosas depois que a Princesa Isabel se curou de uma anemia bebendo dessas águas. Como retribuição, mandou construir a Igreja de Santa Isabel de Hungria.

Já São Lourenço é uma cidade bem mais jovem, com seu Parque das Águas datado de 1936, mas famoso pela beleza. Outras atrações como passear no Trem das Águas, antiga maria-fumaça que percorre a ferrovia construída pelos ingleses, completa a jornada histórica. Fazem também parte desse circuito Baependi, Cambuquira, Lambari e outras. Já no sudoeste do Estado, Araxá também é famosa por suas termas, assim como Poços de Caldas.

Para onde voar: O aeroporto de Varginha acessa o Circuito das Águas (130km de São Lourenço) e Poços de Caldas (149km); já Araxá tem seu próprio aeroporto.

• DEPOIMENTO

Comer, rezar e se apaixonar pela Estrada Real

A Estrada Real, o caminho que a Coroa Portuguesa fazia para escoar o Ouro de Diamantina para Paraty, é daquelas viagens em que a estrada é o destino, mas seus 1.630 quilômetros exigem que se façam escolhas. O pedaço entre Ouro Preto e São João Del Rei, trecho do Caminho Velho da estrada, concentra cidades históricas, arte barroca, igrejas belíssimas e alguns dos melhores exemplos da cozinha mineira. Vale ficar alguns dias em Ouro Preto para conhecer todas as igrejas, flanar pelas ruelas da cidade que é Patrimônio da Unesco desde 1980 e dar um pulinho em Mariana.

Na estrada, não deixe de parar em Ouro Branco, onde começa a Cordilheira do Espinhaço, em Congonhas, para ver a obra de Aleijadinho, e em Lagoa Dourada, conhecida como a "terra do rocambole". Ao chegar a São João Del Rei, troque o carro pelo trem, ao menos para o passeio na maria-fumaça que vai a Tiradentes. Aliás, vale se hospedar em Tiradentes e ficar alguns dias aproveitando a cidade que, além de linda e sossegada, é um polo gastronômico reconhecido mundialmente por seu Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes.

Para onde voar: Para fazer este circuito, voe ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Vale já sair de carro alugado do aeroporto e aproveitar para conhecer também a capital mineira.

Galgar os caminhos da fé

Minas tem uma ligação muito forte com a religiosidade. As cidades históricas de Congonhas, Ouro Preto, Tiradentes e São João del Rei respiram fé por conta de suas igrejas, santuários, missas e procissões, especialmente na Semana Santa. Mas há outros centros de peregrinação muito importantes. Em Caeté, ao lado de Belo Horizonte, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, padroeira do estado, recebe milhares de romeiros. Já Baependi é conhecida pelo Santuário de Nhá Chica, onde está sepultada Francisca de Paula de Jesus, a "santinha de Baependi", beata brasileira que atrai milhares de fiéis também para sua antiga casa em busca de graças e bênçãos. Por fim, o Santuário do Caraça é um dos destinos religiosos mais antigos e impressionantes de Minas Gerais, localizado entre Catas Altas e Santa Bárbara. É um ponto de peregrinação em meio a belezas naturais de elevar o espírito.

Para onde voar: Caeté é acessível pelo aeroporto de Belo Horizonte (75km), assim como Caraça (127km). Já para Baependi voa-se a Varginha (117km).

Seguir a rota do queijo minas artesanal

Tiradentes pode ser o ponto de partida para um roteiro gastronômico mais mineiro impossível. É que toda essa região do Campo das Vertentes, que inclui além de Tiradentes e São João del Rei cidades como Nazareno, Ritápolis, Antônio Carlos, São Vicente de Minas e Carrancas, abriga propriedades rurais produtoras do queijo artesanal e que formam uma rota muito especial, a do queijo terroir Vertentes.

Neste ano, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal podem ser reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O pedido de candidatura, entregue em março de 2023, está sendo analisado. Esse reconhecimento promete aquecer ainda mais o turismo queijeiro na região que hoje já conta com roteiros turísticos organizados como o Rota do Queijo Terroir Vertentes, de quatro dias, ideal para quem quer degustar essas maravilhas em várias propriedades sem se preocupar com nada.

Bem mais ao norte do Estado, as cidades históricas de Diamantina e Serro também são famosas por seus queijos, assim como a região da Serra da Canastra e Araxá. Já o queijo premiado de Alagoa, na Mantiqueira, pode ser conhecido numa Rota Gourmet de 1 dia.

Para onde voar: Para Tiradentes, voe a Juiz de Fora (155km), Goianá (173km), Varginha (214km) ou Belo Horizonte (235km); para Diamantina voe a Montes Claros (231km) ou Belo Horizonte (256 km); Araxá tem seu próprio aeroporto; e para Alagoa, voe a Varginha (184km) ou Juiz de Fora (208km).

Ver arte, história e natureza ao mesmo tempo

Quem pensa em fazer um roteiro por algumas das melhores coleções de arte do planeta logo imagina uma viagem mais urbana. Não em Minas, onde arte e natureza estão lindamente em harmonia. Apesar de a Rota das Artes começar na capital Belo Horizonte com experiências como visitar o Palácio da Liberdade e o Museu Minas e Metal, ambos gratuitos, o visitante vai rapidamente pôr o pé na estrada para outros sete municípios ligados às artes tradicional e contemporânea, à cozinha mineira e ao Patrimônio Histórico. A parada seguinte é o maior museu a céu aberto da América Latina, o incrível Instituto Inhotim, em Brumadinho, cidade central do chamado Destino Veredas, região que engloba várias cidades vizinhas, como São Joaquim de Bicas e Igarapé. Ali estão concentradas a maioria das experiências sugeridas na Rota das Artes. Outras atividades podem ser feitas nas cidades históricas de Ouro Branco, Ouro Preto, Mariana e Congonhas.

Para onde voar: Para fazer esse circuito, voe ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte.

Fazer trilhas leves que levam a vistas incríveis

Quando se trata de grau de atividade física, Minas é um estado muito democrático. Com 50 parques nacionais e estaduais, não faltam lugares para fazer caminhadas muito desafiadoras que podem durar dias, mas também há de sobra trilhas fáceis que levam a paisagens inacreditáveis. Para os adeptos da segunda opção, o Parque Nacional da Serra da Canastra é perfeito. Basta saber, por exemplo, que para acessar a nascente do icônico rio São Francisco são apenas 800 metros e, caminhando o dobro disso, a recompensa é ver a Casca D’Anta, a segunda maior cachoeira mineira, uma gigante de 186 metros. Sem falar que dá sempre para descansar fazendo uma experiência numa fazenda de queijos. Outro lugar ótimo para trilhas leves é o Parque Estadual do Ibitipoca. Ali, uma trilha de apenas um quilômetro leva a uma das melhores vistas, o Mirante do Cruzeiro. A trilha dos Arcos também é bem fácil, com 1,5 km. Para quem quer ir um pouco além, a caminhada de cinco quilômetros do Circuito das Águas parece muito, mas é bem plana e com passarelas de madeira para facilitar o acesso em alguns pontos. Sem falar que as cachoeiras e piscinas naturais ao longo do percurso recarregam as baterias.

Para onde voar: Para a Serra da Canastra voe a Araxá (139km). Para Conceição do Ibitipoca voe a Juiz de Fora (92km) ou Goianá (124km).

Beber café direto da fonte

Quem ainda não ouviu falar sobre Patrocínio deve guardar esse nome. No Cerrado mineiro, é hoje a maior cidade produtora de café no Brasil. São 958 propriedades cafeicultoras, incluindo algumas das maiores, mais sustentáveis e mais tecnológicas do estado. Várias delas oferecem experiências como degustações, visitas guiadas, almoços ou jantares harmonizados, provas e workshops. Outra rota muito conhecida ligada ao café no estado coincide com o Circuito das Águas, uma vez que São Lourenço, Três Pontas, Cambuquira, Baependi, Caxambu e Cruzília são juntas a maior região produtora de café do mundo. Vale aproveitar uma viagem às estâncias hidrominerais para fazer tours de um dia a fazendas produtoras, como o Pelos Caminhos do Café ou Do Pé à Xícara, ambos com saída de São Lourenço,

Para onde voar: Para ir a Patrocínio voe para Patos de Minas (73km), Araxá (109km), Uberlândia (148km) ou Uberaba (177km). Já para São Lourenço, Varginha (123km) é o aeroporto mais próximo.

Degustar a melhor cachaça do Brasil

Salinas, no norte de Minas, é conhecida como a Capital Mundial da Cachaça por conta de seus mais de 50 produtores. Lá tudo gira em torno da bebida mais amada do Brasil. Há o Museu da Cachaça, que conta como a cidade ficou conhecida no mundo inteiro pela qualidade do seu produto que viaja longe. O mais bacana aqui, no entanto, é conhecer in loco a produção e degustar direto do alambique os rótulos mais premiados. No mês de julho, o Festival Mundial da Cachaça de Salinas, que já teve 21 edições, atrai para a cidade cerca de 15 mil visitantes.

Para onde voar: Salinas tem aeroporto.

Como funciona o Voa Brasil

Os aposentados do INSS que não tenham viajado de avião nos últimos 12 meses têm direito às passagens de até R$ 200 por trecho do programa Voa Brasil, independente da faixa de renda. Para buscar sua passagem é preciso ter o nível prata ou ouro na conta gov.br. Ao fazer login na plataforma, apenas os que se enquadram nos requisitos do programa poderão acessar a página de busca. A partir daí basta inserir a cidade de origem, o destino e as datas da sua viagem e clicar em "buscar". Pode-se comprar apenas ida ou ida e volta.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha