Por que comprar um imóvel e fugir do aluguel

Essa é uma decisão que deve levar em conta o momento do mercado, a fase da vida e a disponibilidade de recursos para investir na compra da casa própria

Antes de decidir entre comprar um imóvel ou morar de aluguel, vale refletir sobre alguns fatores. Entre eles, o cenário do mercado - por exemplo, pagar os juros do financiamento imobiliário ou investir o dinheiro e contar com rendimentos? - e pessoais, como o momento de vida. Se os juros do financiamento imobiliário estiverem altos, vale pensar em investir o que seria direcionado à compra de um imóvel e aguardar o melhor momento. Mas, nesse caso, é preciso ter disciplina para, realmente, poupar recursos.

Os juros no Brasil estão em tendência de queda. Em dezembro, o Banco Central cortou pela quarta vez seguida a taxa básica de juros da economia, a chamada taxa Selic. Caiu de 12,25% para 11,75% ao ano.

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Vista da fachada do Portal Vila Prudente - Vila Sapopemba, da Plano & Plano - Flavio R. Guarnieri/Divulgação

Essa é a taxa básica da economia. Quando ela cai, são reduzidas também as taxas de financiamento e a remuneração de aplicações como a renda fixa. Nesse cenário, a compra fica mais vantajosa que o aluguel.

Há outros fatores a favor da compra de um imóvel. Ele oferece uma certa estabilidade e segurança e representa um patrimônio. A pessoa mora no que é dela, não está sujeita aos aumentos de aluguel, ao risco de ter que deixar o imóvel por não conseguir pagar. No imóvel próprio, há liberdade para realizar modificações e adaptações no espaço condizentes com o gosto pessoal e necessidades do morador. E, no futuro, se a renda mensal diminuir em virtude, por exemplo, da aposentadoria, o proprietário do imóvel tem onde morar, sem se preocupar com aluguel.

Somado a tudo isso, fato é que ter a casa própria é o sonho da maioria dos brasileiros. Um dos estudos que corrobora essa afirmação foi realizado pelo Instituto Datafolha, a pedido do Quinto Andar. Realizado em 2021, com 3.186 entrevistas, nas cinco regiões do país, o Censo Moradia Quinto Andar mostrou que ter um imóvel é o sonho de 87% dos brasileiros. A importância da casa própria recebeu uma nota média de 9,7 em uma escala de 0 a 10, empatada com ter uma profissão e à frente de ter estabilidade financeira (9,6), plano de saúde (9,2), religião (9), filhos (7,9) e se casar (6,9).

A diretora de Incorporação da Plano & Plano, Renée Silveira, destaca um fato curioso relacionado ao perfil geracional dos compradores de apartamentos da construtora. Segundo ela, a Geração Z, que abrange os nascidos aproximadamente entre meados da década de 1990 e meados dos anos 2010, parece identificar a compra da casa própria como uma representação de segurança. "No ano passado, esse perfil geracional representou 23% de nossas vendas, um aumento de 5 pontos percentuais em relação a 2021, quando eram responsáveis por 17% de nossas vendas", diz.

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Renée Silveira - Plano & Plano/Divulgação

No ano passado, esse perfil geracional representou 23% de nossas vendas, um aumento de 5 pontos percentuais em relação a 2021, quando eram responsáveis por 17% de nossas vendas

Renée Silveira

diretora de Incorporação da Plano & Plano

Minha Casa, Minha Vida e os financiamentos tradicionais

Mais do que um modelo de financiamento de imóvel, o Minha Casa, Minha Vida faz parte de uma política pública, com objetivo de diminuir o déficit habitacional que no Brasil chega a 5,8 milhões de moradias, de acordo com estudo da Fundação João Pinheiro, que considerou o período entre 2016 e 2019.

O estudo, cujos dados são utilizados pelo governo federal desde 1995, também apresentou uma tendência de aumento no déficit, principalmente em razão dos altos valores do aluguel urbano. O número de casas desocupadas por conta do valor alto do aluguel saltou de 2,814 milhões em 2016 para 3,035 milhões em 2019.

Para fazer frente a esse cenário, de acordo com o Ministério das Cidades, a atual versão do MCMV apresenta, em relação à anterior, condições melhores. As taxas de juros do financiamento do imóvel para as pessoas que se enquadram na faixa 1 foram reduzidas. Para famílias com renda mensal de até R$ 2.000, a taxa passou de 4,25% para 4% ao ano, nas regiões Norte e Nordeste. Para quem vive nas demais regiões do país, passou de 4,5% para 4,25% ao ano. Também para as faixas 2 e 3 do MCMV, os juros são os mais baixos do mercado, com limite máximo de 8,16% ao ano, no âmbito da habitação popular.

Diretora de Incorporação da Plano & Plano, empresa responsável por 30% das vendas de apartamentos do segmento econômico na cidade de São Paulo no ano passado, Renée Silveira explica que as taxas de juros dos financiamentos imobiliários praticadas no mercado, fora do programa MCMV, variam de acordo com as regiões do país, as instituições financeiras e muitos outros aspectos. "Não dá para cravar um número, mas podemos dizer que, atualmente, giram em torno de 9,7% e 11,5% ao ano", afirma a executiva.

Para ter uma ideia da competitividade dos juros do programa MCMV, o interessado pode simular o financiamento nos sites dos diversos bancos ou consultar os dados do Banco Central, que informa a taxa média praticada pelas instituições financeiras em determinado período.

Os dados servem apenas como referência, porque as taxas reais variam de acordo com o perfil de cada cliente e de seu relacionamento com a instituição financeira. De qualquer maneira, a menor taxa média de juros ao ano do mercado, ou seja, os 10,77%, praticados pela Caixa Econômica Federal, é 2,61 pontos percentuais maior do que o limite máximo de taxa de juros do MCMV (8,16%), oferecida na categoria 3 (compradores em área urbana, com renda entre de R$ 4.400,01 a R$ 8.000,00).

Outro atrativo importante do MCMV, de acordo com a diretora de Incorporação da Plano & Plano, é a segurança. Isso porque é um modelo em que o comprador já assina o contrato de financiamento bancário no fechamento do negócio, em cerca de três meses. "Com isso, o comprador já tem em mãos durante o período da obra do seu imóvel um documento que tem valor de escritura, e, muito importante, já sabe qual será sua taxa de juros e o valor das parcelas de todo o contrato", explica.

Para imóveis adquiridos na planta, há outras opções no mercado em que o comprador paga durante a obra um percentual para a construtora e somente na entrega das chaves é que entra o financiamento bancário. Nesse modelo, o comprador vai lidar com a dúvida sobre como o mercado vai se comportar em relação à taxa de juros, quando solicitar o financiamento. Também há o crédito associativo em que o comprador assina o contrato de financiamento no início da obra e já garante a taxa de juros desde o início. Esse modelo é similar, em alguns aspectos, ao MCMV, mas as taxas de juros não se equiparam.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha