SP ganha mais mobilidade com obras de expansão e modernização

Estado investe para garantir um transporte mais rápido, seguro e sustentável aos paulistas; serão mais de 75 quilômetros na capital, Região Metropolitana e Baixada Santistatodas as grandes obras que o governo tem feito mostra que as boas escolhas, as boas decisões

Projetos em andamento irão somar mais de 75,30 quilômetros e beneficiar milhões de pessoas na capital, região metropolitana e na Baixada Santista
Projetos em andamento irão somar mais de 75,30 quilômetros e beneficiar milhões de pessoas na capital, região metropolitana e na Baixada Santista - Estúdio Folha

O estado de São Paulo nunca investiu tanto em mobilidade urbana. São mais de R$ 15 bilhões direcionados ao transporte público metropolitano desde 2019, com obras de modernização e da expansão do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

Os recursos viabilizam não apenas a ampliação de novas linhas, mas também melhorias na infraestrutura atual, que chega a atender 10 milhões de pessoas por dia. Tudo para garantir mais rapidez, conforto, segurança e acessibilidade aos passageiros e, ao mesmo tempo, impactar o desenvolvimento econômico de todo o estado.

No total, as obras em andamento somarão mais de 75 quilômetros ao sistema, beneficiando milhões de pessoas na capital, na Região Metropolitana e na Baixada Santista.

Com as obras, a periferia se aproxima cada vez mais do centro com as novas linhas e estações previstas. "Só você vivendo o dia a dia de uma cidade como a nossa para conhecer o impacto que causa na vida das pessoas a extensão de novas linhas de Metrô", afirmou o governador Rodrigo Garcia durante o seminário Desafios da Mobilidade no Estado de São Paulo, realizado no início da semana. O evento foi uma parceria do Estúdio Folha com o governo de São Paulo.

Os moradores das regiões mais afastadas do centro da capital paulista serão os principais beneficiados com as obras de expansão do Metrô e da CPTM – são 35 novas estações e 40 quilômetros de trilhos.

As novas linhas, planejadas ou já em construção, irão reduzir significamente o tempo em que as pessoas levam para ir e voltar do trabalho. Isso significa mais qualidade de vida à população e mais produtividade às empresas.

É o caso de quem mora na Brasilândia, na zona norte da capital, e leva mais de 1h30 para chegar à região central de ônibus. Quando a Linha 6-Laranja do Metrô estiver concluída, será possível fazer o mesmo trajeto em pouco mais de 20 minutos.

Já quem mora em São Mateus, na zona leste de São Paulo, vai economizar 40 minutos para chegar ao centro com a extensão da Linha 15-Prata até a estação Jacu-Pêssego.

CONCESSÕES E PPPS

Para ampliar a rede atual, o governo paulista tem reforçado a bem sucedida parceria com a iniciativa privada. Com R$ 18 bilhões em investimentos e 9.000 empregos gerados, a Linha 6-Laranja é a maior obra do gênero e a maior parceria público-privada (PPP) de mobilidade da América Latina. Serão 15,3 quilômetros e 15 estações. A expectativa é de 630 mil passageiros por dia, com conclusão prevista para 2025.

O governo do estado de São Paulo tem experiência em processos de concessão, com reconhecida competência para realizar esses processos com seriedade e com atenção aos compromissos estabelecidos.

A Linha 4-Amarela de metrô foi a primeira PPP do Brasil e conta com investimentos de US$ 450 milhões. Ao longo dos 30 anos de parceria com a concessionária ViaQuatro, os investimentos devem chegar a US$ 2 bilhões.

Os desafios para ampliar a rede atual são inúmeros. Além de altos investimentos, a dimensão e complexidade das obras demandam tempo. É preciso elaborar estudos, analisar a demanda, planejar e executar as desapropriações, além de licitar e contratar as obras. Na maioria dos casos, todo esse processo demora cerca de dez anos.

Além da expansão das linhas, uma das prioridades da Secretaria de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo (STM) é a modernização de todas as linhas, ampliando a velocidade, a segurança e, principalmente, a acessibilidade das estações do Metrô e da CPTM.

Para evitar acidentes, estão sendo instaladas portas nas plataformas de todas as estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, além da troca do sistema de sinalização e controle de trens, que garante maior regularidade na circulação dos trens.

O Metrô inaugurou ainda um centro de controle que usa inteligência artificial para monitorar o desempenho de diversos equipamentos, o que permite atuar antes de eventuais falhas. A inteligência artificial está presente igualmente em câmeras que auxiliam na segurança e na melhoria das operações. Os serviços do Metrô têm aprovação de mais de 70% dos passageiros.

CPTM

No caso da CPTM, as obras de modernização foram intensificadas na última década. Houve renovação da frota de trens, todos com ar-condicionado, e outras medidas para dar mais conforto aos passageiros, modernização da infraestrutura, abertura de estações, além da implementação da Linha 13-Jade, em 2018, a primeira ligação sobre trilhos da capital ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Em fevereiro de 2019, foi resolvido um dos maiores gargalos do sistema: o fim da baldeação em Guaianases (zona leste de São Paulo) para os passageiros da Linha 11-Coral oriundos da região do Alto Tietê, na Grande São Paulo. Essa mudança significou um ganho de 15 minutos na vida desses usuários.

Em 2019, foram retomadas as obras de extensão da Linha 9-Esmeralda, com a construção de duas estações, Mendes-Vila Natal e Varginha, além da nova estação João Dias, em mais uma parceria com a iniciativa privada.

A Linha 10-Turquesa recebeu melhorias e novos trens entraram em circulação, com um aumento de 6% na oferta de lugares e redução de cinco minutos no trajeto. Já a Linha 7-Rubi foi ampliada até a Estação Brás, reduzindo baldeações.

Esses investimentos se refletem na avaliação positiva dada pelos passageiros: 85% dos usuários aprovaram os serviços da CPTM, segundo Pesquisa de Avaliação da Satisfação e dos Serviços de 2021.

Nem mesmo a pandemia de Covid-19, quando a circulação de passageiros chegou a cair 80%, emperrou os planos de expansão da STM. Para que as operações continuassem, o governo do Estado injetou R$ 1,6 bilhão no sistema em 2020 e R$ 700 milhões em 2021.

Além disso, as empresas adotaram medidas para reduzir despesas gerais, além de buscar novos recursos com a geração de receitas não tarifárias.Também foram ampliados os contratos de mídia para exploração de espaços publicitários em trens, estações e terminais; entre outras medidas.

Ao mesmo tempo em que amplia as opções de mobilidade à população, há uma preocupação em investir em um transporte mais sustentável. Em 2021, o Metrô evitou a emissão de 518 mil toneladas de CO2. Os ganhos sociais no mesmo ano são estimados em R$ 8,6 bilhões.

A CPTM tem priorizado a instalação de placas solares nas estações, uso de plantas para o tratamento biológico de esgoto, além de água de reuso para irrigar os jardins verticais.

Já a EMTU realiza testes com tecnologias menos poluentes, como trólebus, ônibus elétricos, e a retomada da operação de veículos movidos a célula de combustível de hidrogênio.

Em Santos, está em operação o Veículo Leve Sobre Trilhos da Baixada Santista, o primeiro VLT elétrico do Brasil, com zero emissões e que contempla projetos de compensação ambiental com restauração ecológica e plantio de árvores.

Trem Intercidades irá conectar São Paulo e Campinas

Obra da linha 6-Laranja do Metrô
Obra da linha 6-Laranja do Metrô - Folhapress

São Paulo vai ganhar o primeiro trem intermunicipal do Brasil desde a década de 1970. Depois de mais de 50 anos sem investimento nesse tipo de modal entre cidades, começa a ser viabilizado o projeto do Trem Intercidades (TIC), que irá ligar a Linha 7-Rubi, da CPTM, à malha ferroviária para chegar até Campinas, no interior do estado. Estão previstos investimentos de R$ 10,2 bilhões pelo Poder Público e pela iniciativa privada.

O TIC terá 100 quilômetros de extensão e a previsão é transportar até 565 mil passageiros por dia. Haverá um serviço expresso entre Campinas, Jundiaí e São Paulo, e outro entre Campinas e Francisco Morato com paradas em Louveira, Valinhos e Vinhedo.

O governo do estado de São Paulo ressalta que um projeto deste porte aumenta a acessibilidade entre metrópoles e cidades polo, gera oportunidades de negócios e de empregos nos segmentos ferroviário e tecnológico, e também viabiliza a expansão da infraestrutura de transporte para passageiros e cargas, aliviando rodovias e vias urbana.

Além do desenvolvimento econômico de toda a região e o benefício aos passageiros, um dos principais objetivos do estado é diminuir o uso do automóvel e, consequentemente, a emissão de gases de efeito estufa. A depender do trânsito, gasta-se cerca de 90 minutos para ir de São Paulo a Campinas de carro. Com o TIC, esse trajeto deverá levar 60 minutos.

O projeto, é claro, traz enormes desafios. É preciso assinar convênios de cooperação entre os municípios que serão beneficiados pela obra, além de acordos com o governo federal. Caberá ao estado fiscalizar as obras, aplicar eventuais penalidades, providenciar as Declarações de Utilidade Pública (DUPs) para desapropriações, e coordenar o contato entre as estações operadas pela CPTM e outras concessionárias.

A futura concessionária irá comprar novos trens, adequar o traçado e a infraestrutura existentes, construir novas vias, implantar pátios e equipamentos de manutenção. Terá que promover também obras especiais, drenagem e vedação da faixa de domínio, modernizar sistemas de sinalização e energia, recuperar e implantar estações, incluindo novas estações de integração da Linha 7-Rubi na Lapa e na Água Branca, na zona oeste da capital. A previsão é a de lançar o edital do Trem Intercidades no primeiro semestre de 2023.

O projeto compreende também a operação, manutenção e obras, com melhoria do desempenho e da qualidade do serviço da linha 7-Rubi da CPTM, beneficiando diretamente o passageiro, destaca a Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Uma das propostas que está em estudo é a do trem "double decker", os vagões de dois andares. Com esse modelo, será possível transportar um número maior de passageiros e evitar grandes alterações nas plataformas atuais.

Um dos que mais aguardam o início das operações do TIC é o setor de turismo. As cidades de Jundiaí, Valinhos, Louveiro e Vinhedo fazem parte do Circuito das Frutas, que atraem milhares de turistas de todo o estado.