Para ter o melhor tratamento, o paciente precisa saber nome, sobrenome e apelido do câncer diagnosticado. O oncologista clÃnico e oncogeneticista da Oncologia D’Or Rodrigo Guindalini afirma que, com testes moleculares, é possÃvel conhecer as caracterÃsticas especÃficas dos tumores e, assim, usar as estratégias mais indicadas para cada um.
Para que servem testes moleculares?
Cada tumor tem mutações únicas nas células. Quando você conhece as informações genéticas do tumor, consegue determinar a melhor estratégia terapêutica.
Há um momento ideal para realizar o teste molecular?
Dependendo do tumor, sim. Num câncer de pulmão metastático, por exemplo, o tratamento sem levar as caracterÃsticas do tumor em conta tinha taxa de sucesso em torno de 30%. Com avaliação genética, a taxa subiu para 60%, 70%.
É feito no SUS?
Alguns testes tumorais são cobertos por convênio não de última geração. Não é simples para o laboratório fazer o teste com o que o convênio paga. Muitas farmacêuticas desenvolvem programas facilitando o acesso à testagem. No SUS, existem alguns hospitais públicos, principalmente atrelados a centros de pesquisa, que podem pedir esses testes. Infelizmente, o SUS ainda não tem cobertura para testes moleculares, aumentando o abismo entre os pacientes das instituições públicas e privadas.
O que pode ser feito para mudar?
Uma das principais barreiras era a falta de infraestrutura de sequenciamento genético na rede pública. Por causa do coronavÃrus, os laboratórios públicos receberam equipamento de sequenciamento genético de última geração. Não podemos usar essa infraestrutura carÃssima para o câncer e outras doenças? Não podemos deixar que máquinas de sequenciamento virem os estádios da Copa.