Num mercado competitivo, com desemprego oscilando na casa dos 14% e profissionais cada vez mais qualificados, ter uma pós-graduação no currículo pode ser um facilitador para conquistar uma vaga ou subir na carreira. É o que afirmam os especialistas Wilma dal Col, diretora do ManpowerGroup, e Sandro Magaldi, coautor de “Gestão do Amanhã” (Editora Gente).
“Se a pessoa estiver considerando a porta de entrada no mercado de trabalho ou para uma promoção, a pós-graduação é importante”, diz a executiva. “Ela é necessária e demonstra a capacidade de buscar mais informação e mais conhecimento.”
“Tenho certeza que [uma pós-graduação no currículo] pode ajudar. Sou fruto disso”, afirma Magaldi, que é cofundador da plataforma de empreendedorismo meuSucesso.com.
Ambos reforçam, no entanto, que somente o diploma não é garantia para ascender profissionalmente ou abocanhar uma vaga. É preciso que o estudante seja protagonista no aprendizado, “construindo conhecimento e absorvendo informações com análise crítica”, segundo Magaldi.
ZONA DE CONFORTO
Conquistar uma colocação melhor vai exigir algo a mais: vivenciar o curso para tirar o melhor proveito do conteúdo, desenvolver habilidades juntamente com conhecimento técnico e relacionar o aprendizado aos desafios de carreira e propósito.
É por isso que a pós-graduação deve vir acompanhada também de motivação para desenvolver competências relacionais – exigidas tanto em um processo seletivo quanto em uma análise de promoção.
“Agora, até por esse momento de pandemia que a gente está vivendo, questões de colaboração, relacionamento e inteligência emocional são diferenciais importantes”, assinala Wilma. Ter isso em mente e focar não somente o conhecimento que será adquirido, mas também as relações com colegas e professores, “vai enriquecer muito mais esse conteúdo da pós-graduação para o currículo”.
A dica, segundo ela, é interagir e sair da zona de conforto. Isso implica conhecer colegas, estabelecer relações, fazer trabalhos com alunos que tenham posicionamentos divergentes, aprender a ouvir, exercitar o jeito certo de se colocar e aprimorar a argumentação.
Magaldi recomenda ainda absorver o conteúdo sem abrir mão de análises críticas. “O profissional tem de desenvolver o pensamento lógico e sistêmico. O mundo passa por uma adaptação sem igual”, considera.
Não dá para fugir desse novo cenário. Os profissionais de RH estão preparados para fazer perguntas que evidenciem o aproveitamento do aluno no curso e o desenvolvimento de habilidades relacionais.
“Não só conhecimento técnico, mas idiossincrasias das relações, movimentos do mundo corporativo”, diz Wilma. O aprendizado e sua aplicabilidade são avaliados por meio de situações reais, em que o candidato é convidado a expor uma situação vivida.
Nesse sentido, algumas instituições de ensino como o Senac-SP valorizam a aplicabilidade do que se aprende. O conteúdo teórico caminha lado a lado com o ambiente profissional, permitindo que o aluno vivencie o dia a dia do trabalho e adquira confiança para enfrentar os desafios que surgirão pela frente.
ESCOLHA
Entre tantas possibilidades, como escolher a pós mais adequada para conquistar uma recolocação ou uma promoção? O primeiro passo é investigar o quanto o programa está alinhado ao propósito e ao objetivo profissional.
Quando a pessoa está empregada, é possível ter uma conversa franca com a chefia. Vale perguntar ao líder: Qual é minha contribuição para a empresa? O que se espera de mim? Quais são suas expectativas em relação a meu desenvolvimento de carreira? A partir das respostas, é possível definir estratégias e chegar ao curso ideal.
Mas há vezes em que a liderança não tem maturidade ou experiência suficientes para esse bate-papo. Se não houver liberdade ou se o profissional busca recolocação, o indicado é eleger um mentor, alguém que seja referência.
“Troque uma ideia com essa pessoa, busque trazer um pouco de suas angústias, dúvidas, a questão da aplicabilidade [do curso]. Mesmo que ela não entenda da sua área, provavelmente pode trazer uma visão de como administrar isso e como argumentar com a liderança sobre sua necessidade de cursar essa pós”, orienta Wilma.
E esse deve ser um processo permanente de construção de carreira, segundo Magaldi. Até porque já se fala em duas ou três reinvenções durante a trajetória no mercado de trabalho. “O profissional tem de reunir um mix de competências, um mosaico que preencha lacunas e contemple oportunidades.”
Wilma finaliza: “Estamos vivendo um grande momento para entendermos mais sobre nós como pessoas, como profissionais e como seres humanos. Então é tentar aproveitar ao máximo, mesmo que muitas vezes a gente saia da zona de conforto”
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