Nova filosofia de liderança estimula o aprendizado constante, gera autoconfiança e melhora o desempenho das equipes
Qual é o papel de um bom líder nas empresas modernas? Diante das mudanças cada vez mais velozes e dos problemas a que as equipes estão expostas no dia a dia, cabe ao líder criar um ambiente colaborativo e formar times com profissionais engajados e capazes de solucionar problemas com criatividade e inovação. Mas isso não é o suficiente.
O líder tem ainda o desafio do cotidiano, de orientar, saber escutar, dar feedback constante, gerir as diferenças e mediar a aprendizagem de seus liderados para que passem a atuar com mais autonomia. Por tudo isso, tem sido cada vez mais valorizado nas empresas o chamado líder mediador. "A gestão do dia a dia, da rotina, é o ponto mais delicado para um líder mediador, porque ele precisa trabalhar questões como foco, organização, aprendizagem constante, visão estratégica e também promover um ambiente acolhedor para todos", afirma Maurício Pedro, gerente do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo.
Um líder mediador deve estar preocupado em promover na sua equipe o aprendizado contínuo, por meio do estabelecimento de metas e desafios de trabalho que contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissional de todos no time. Com ações planejadas, ele transforma a empresa em uma organização que continuamente aprende e evolui. "O líder mediador deve ter a capacidade genuína de acreditar nas pessoas, de perceber que elas podem melhorar seu desempenho", diz Maurício Pedro. "Quando ele está focado nas pessoas de sua equipe, não importa o nível, estimulando o aprendizado, ouvindo e observando, todos passam a ficar confiantes, mais felizes e produtivos".
Preocupado com um universo mais amplo, o líder mediador está distante daquele chefe que simplesmente cobra a execução de uma determinada tarefa e exige resultados a qualquer preço. A liderança mediadora é uma nova filosofia de gestão, que tem como foco a geração de mudanças significativas e duradouras nas pessoas e, como consequência, no ambiente corporativo.
Isso traz uma série de benefícios para as equipes e as organizações, pois desperta a motivação, eleva a autoestima e o sentimento de competência e estimula a capacidade analítica e o pensamento reflexivo para a tomada de decisões. O resultado reflete-se em maior produtividade.
Liderança aprende-se
Por ajudar as empresas privadas e públicas a formar líderes com esse perfil, o Senac São Paulo desenvolveu o Programa Líder Mediador, na modalidade presencial, organizado em três módulos de oito horas cada, e fundamentado nos princípios da chamada teoria da modificabilidade estrutural e na teoria da experiência de aprendizagem mediada, formuladas pelo psicólogo israelense Reuven Feuerstein. Essas duas teorias buscam ampliar o nível de concentração, promover a flexibilidade de pensamento e desenvolver métodos para a resolução de problemas, produzindo mudanças nas pessoas e no ambiente.
"O espaço de trabalho é um grande centro de aprendizagem e quanto mais bem preparadas estiverem as equipes, melhores serão os resultados", afirma Maurício Pedro. Para desenvolver o líder mediador, o programa trabalha conceitos como intenção e reciprocidade, a capacidade que deve ter o líder de observar, entender e acreditar nas pessoas da equipe; significado, a explicação do porque aquela tarefa deve ser feita; e transcendência, a crença de que todos no time podem evoluir. "O profissional volta para a empresa com outra mentalidade e os resultados aparecem", afirma Maurício Pedro.