Prêmio destaca sucesso de cidades na alfabetização de crianças na idade certa

PAR, promovido pelo Sesi-SP e pela Fiesp, reconhece esforços de oito municípios de São Paulo, que receberão espaços maker completos para desenvolver ainda mais o conhecimento dos alunos

Izolda Cela, do MEC, Denize de Paula Jacob, secretária de Educação de Brejo Alegre, e Rafael Alves dos Santos, prefeito da cidade
Izolda Cela, do MEC, Denize de Paula Jacob, secretária de Educação de Brejo Alegre, e Rafael Alves dos Santos, prefeito da cidade - Masao Goto/Estúdio Folha

Alfabetizar a criança na idade certa, até o término do segundo ano do Ensino Fundamental, é garantir que ela terá condições de aprender com mais autonomia e de desenvolver seus saberes ao longo da vida. Infelizmente, menos da metade dos alunos no Brasil alcança essa meta. Por isso, cidades com histórias de sucesso na alfabetização antes dos 8 anos devem ser reconhecidas.

É o caso de oito municípios paulistas: Braúna, Brejo Alegre, Franca, Fernandópolis, Guariba, Meridiano, Mirante do Paranapanema e Pinhalzinho, que foram os vencedores do prêmio PAR, iniciativa do Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Eles foram selecionados entre 645 municípios avaliados.

Maria Slemenson, superintendente do Instituto Natura, e Maria Luciene do Carmo, secretária de educação de Braúna
Maria Slemenson, superintendente do Instituto Natura, e Maria Luciene do Carmo, secretária de educação de Braúna - Masao Goto/Estúdio Folha

A cerimônia de premiação reuniu, além de prefeitos e gestores da área da educação de municípios paulistas, a secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Izolda Cela, e representantes de organizações que apoiam a iniciativa, do Sesi-SP e da Fiesp.

Para receber o prêmio, compareceram os prefeitos de Brejo Alegre, Rafael Alves dos Santos; Franca, Alexandre Augusto Ferreira; Meridiano, Fábio Paschoalinoto; Mirante do Paranapanema, Átila Ramiro Menezes Dourado; e Pinhalzinho, Paulo Rogério Pereira.

Devair Fanelli, secretário de Educação de Meridiano, João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho (centro), e Fábio Paschoalinoto, prefeito da cidade
Devair Fanelli, secretário de Educação de Meridiano, João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho (centro), e Fábio Paschoalinoto, prefeito da cidade - Masao Goto/Estúdio Folha

Dois municípios foram representados pelos secretários de Educação: Guariba, João Marques Gouvêa Neto, e Braúna, Maria Luciene do Carmo. O prêmio de Fernandópolis foi entregue à assessora de gabinete da prefeitura, Jessica Guimarães.

Os vencedores receberão um Espaço Maker completo. O objetivo é dar oportunidade para os estudantes ampliarem suas experiências de aprendizagem.

José Ortolan, presidente da Ass. dos Municípios de Pequeno Porte do Estado de SP, e Átila Ramiro Menezes Dourado, prefeito de Mirante do Paranapanema
José Ortolan, presidente da Ass. dos Municípios de Pequeno Porte do Estado de SP, e Átila Ramiro Menezes Dourado, prefeito de Mirante do Paranapanema - Masao Goto/Estúdio Folha

Boas práticas

O prêmio PAR tem o objetivo de dar visibilidade a boas experiências nessa área e chamar a atenção para a importância do tema. Ele está associado ao Programa de Alfabetização Responsável, lançado pelo Sesi-SP em 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização.

"A alfabetização na idade certa é um esforço de todos nós. O Sesi e o Senai são instituições modelares, mas tínhamos que fazer mais, e a maneira de fazer mais era dando as mãos para a escola pública no estado de São Paulo", afirmou Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, do Sesi-SP e do Serviço Nacional da Indústria de São Paulo (Senai-SP), referindo-se ao PAR.

O PAR é um programa do Sesi-SP para apoiar redes públicas de São Paulo a melhorarem seu desempenho na alfabetização. Ele será implementado a partir de 2024 em 405 municípios, que já aderiram ao programa. A iniciativa abrange recursos didáticos para serem usados em sala de aula e formação presencial de professores da educação infantil e do ensino fundamental, ofertados gratuitamente às prefeituras.

O presidente da Fiesp enfatizou ainda a importância da alfabetização na idade certa para o enfrentamento das desigualdades. "É um imperativo garantir às crianças um futuro como cidadãos produtivos, consumidores e pessoas que vão poder levar um país tão rico para um cenário de menos desigualdade", disse.

União de forças pela alfabetização

Izolda Cela reiterou a relevância da iniciativa por promover a união de forças em torno do desafio de garantir o sucesso das crianças na alfabetização.

"Eu acredito cada vez mais nas parcerias, que têm por objetivo fortalecer a educação pública de qualidade, para permitir que a trajetória na escola seja regular e que os estudantes tenham bons resultados", declarou a secretária executiva do MEC. Na visão dela, o desenvolvimento do Brasil está diretamente relacionado à melhoria da escola pública.

Vagner Freitas, presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jessica Guimarães, assessora de gabinete da prefeitura de Fernandópolis, Dalilio Pivaro, secretário de gabinete da cidade
Vagner Freitas, presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jessica Guimarães, assessora de gabinete da prefeitura de Fernandópolis, Dalilio Pivaro, secretário de gabinete da cidade - Masao Goto/Estúdio Folha

A importância das parcerias na educação e a necessidade de os gestores públicos perceberem a urgência de priorizar a alfabetização foram enfatizadas por Veveu Arruda, diretor executivo da Associação Bem Comum.

"É impossível o setor público fazer sozinho. Se todos os prefeitos e prefeitas do Brasil, governadores e governadoras resolvessem fazer da alfabetização prioridade, ainda assim seria difícil cumprir a agenda da alfabetização na idade certa", disse Arruda.

Terezinha Favari, vice-prefeita de Pinhalzinho, Paulo Rogério Pereira, prefeito da cidade, e Dirce Matiko, vice-presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de São Paulo
Terezinha Favari, vice-prefeita de Pinhalzinho, Paulo Rogério Pereira, prefeito da cidade, e Dirce Matiko, vice-presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de São Paulo - Masao Goto/Estúdio Folha

Por isso, o sentido de urgência precisa estar presente na cabeça das lideranças do país. "O ser humano só faz 7 anos uma vez e ele tem que estar alfabetizado até os 7 anos", afirmou.

A alfabetização na idade certa tem um grande impacto positivo na vida de uma pessoa, pois aumenta as chances de sucesso na trajetória escolar e na vida adulta, com impactos positivos na renda e na qualidade de vida.

Olhar para os vulneráveis

Nesse sentido, Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em São Paulo, chamou a atenção para a abrangência do compromisso em torno da garantia da alfabetização, que envolve a união do governo com a sociedade civil.

"Além de alfabetizar na idade certa, é preciso olhar para as populações mais vulnerabilizadas ao longo da nossa história. Crianças negras, periféricas, indígenas, quilombolas e com deficiência são mais afetadas", destacou Adriana. "O desafio ainda é colocar todas as crianças na escola e garantir que quem está na escola esteja realmente aprendendo", complementou.

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, do SESI e do SENAI-SP, Alexandre Augusto Ferreira, prefeito de Franca, Márcia
Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, do SESI e do SENAI-SP, Alexandre Augusto Ferreira, prefeito de Franca, Márcia - Masao Goto/Estúdio Folha

Critérios

As redes de ensino premiadas foram selecionadas com base em critérios técnicos elaborados com apoio do Unicef, da Associação Bem Comum e do Canal Futura.

Os municípios do estado de São Paulo foram divididos em oito categorias e classificados de acordo com o número de escolas e matrículas no 2º ano do ensino fundamental (de acordo com o Censo Escolar de 2022). A avaliação considerou ainda dados do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e o nível socioeconômico do município, medido pelo Inep.

Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Unicef em São Paulo, professora Marlene Toniati Garavelo, coordenadora pedagógica, e João Marques Gouvêa Neto (dir.), secretário de Educação de Guariba
Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Unicef em São Paulo, professora Marlene Toniati Garavelo, coordenadora pedagógica, e João Marques Gouvêa Neto (dir.), secretário de Educação de Guariba - Masao Goto/Estúdio Folha

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha