A qualidade da formação do professor influi na aprendizagem dos estudantes. Afinal, é ele que atua como um facilitador, guia e mediador do conhecimento na sala de aula, favorecendo a aprendizagem dos conteúdos e estimulando o pensamento crÃtico e o raciocÃnio dos estudantes.
E não é apenas a experiência que mostra isso: a qualidade do professor impacta 57,6% do aprendizado dos alunos do ensino fundamental nas redes municipais, segundo o estudo "Qualidade do Professor Brasileiro", do Instituto PenÃnsula, em parceria com o Movimento Profissão Docente e a Fundação Getúlio Vargas. No ensino médio estadual, o impacto da qualidade do professor na aprendizagem foi calculado em 36%.
Embora seja essencial para a qualidade da aprendizagem, formar docentes é um dos principais gargalos enfrentados pelo Brasil na área da educação. Aqualidade da formação docente no Brasil é o tema do segundo episódio da série de podcasts "Pra Falar de Educação", uma iniciativa do Estúdio Folha e o Sesi-São Paulo (Escute abaixo).
Nesse episódio, a jornalista Marta Avancini conversa com a educadora Terezinha Rios, que foi professora da PUC-São Paulo e é pesquisadora no GEPEFE (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores) da Faculdade de Educação da USP; com Luis Paulo Martins, diretor da Faculdade SESI de Educação e gerente de Ensino Superior do SESI-São Paulo, e com Jerry Chacon, coordenador da Residência Educacional e do Estágio Supervisionado da Faculdade SESI de Educação.
No podcast, os especialistas falam sobre o risco de um "apagão de professores" em 2040, com um déficit calculado em 235 mil profissionais, segundo estudo do Instituto Semesp.
Em Matemática, por exemplo, 30% dos professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio não têm formação na área. Já na licenciatura em Matemática, a evasão chega a 68%. Os dados são do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
"Será que as pessoas percebem que esse apagão existe? Pergunto em função do que a gente vê da formação e da prática desses profissionais. No mundo complexo e cheio de desafios que vivemos, a formação dos professores é uma dos maiores desafios a serem enfrentados", problematiza a educadora Terezinha Rios.
Mais do que uma tomada de consciência do tamanho do desafio, Terezinha chama a atenção para um aspecto fundamental para a melhoria da formação nos cursos de pedagogia e licenciaturas. "Professor para quê? Qual a finalidade do trabalho do professor? Se a gente souber com clareza qual é esse papel, saberemos responder quais devem ser as exigências da formação", analisa a educadora.
Outro aspecto importante é a articulação entre teoria e prática. "O professor deve receber uma formação integral, o que envolve uma estreita articulação entre teoria e prática", aponta Terezinha.
Em sintonia com essa perspectiva, a Faculdade SESI de Educação oferece cinco cursos de licenciatura organizados por área do conhecimento – Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Educação FÃsica. Um dos pilares desses cursos é a Residência Educacional.
"Formamos essencialmente professores e profissionais que atuam na escola básica e nosso trabalho se fundamenta em três grandes aspectos", explica Luis Paulo Martins, do SESI São Paulo.
O primeiro é possibilitar o conhecimento aprofundado sobre os objetos e conhecimento e a realidade da escola e da sala de aula numa perspectiva interdisciplinar. "Queremos que os professores que formamos compreendam o que eles ensinam, para quem eles ensinam e qual é o lugar onde eles ensinam".
O segundo é a formação pautada pela pesquisa e pelo conhecimento cientÃfico.
O terceiro é o que Martins chama de "conhecimento da prática". "A escola básica produz conhecimento e nossos alunos têm essa experiência desde o inÃcio do curso. Eles entendem a teoria e a realidade da escola", detalha Martins, referindo-se à Residência Educacional, que integra o currÃculo das licenciaturas da Faculdade SESI de Educação desde o primeiro semestre do curso.
A proposta da Residência Educacional foi inspirada nas experiências de currÃculo clÃnico, como ocorrem em Medicina. "A Residência Educacional tem a intenção de oferecer aos estudantes uma experiência aprofundada dentro da escola, como acontece com os estudantes de Medicina nos hospitais", explica Jerry Chacon, da Faculdade SESI de Educação.
"O objetivo é fazer com que, de fato, a formação aconteça na escola, enquanto lugar que produz conhecimento e onde se aprende a ser docente", aprofunda o coordenador.
Assim, a Residência Educacional não é um anexo do currÃculo, mas está totalmente inserida nele. "A Residência é o que move a Faculdade. As licenciaturas são uma construção interdisciplinar com a Residência atravessando o ensino, a pesquisa e a extensão", detalha Chacon, explicando que os alunos passam por diversas áreas e atividades na escola, em articulação com o que está sendo estudado no curso.
Por exemplo, se em um semestre o graduando cursa disciplinas sobre avaliação, ele irá vivenciar situações e experiências de avaliação na escola onde faz a Residência. Existe também um diálogo constante entre os orientadores da Faculdade com os docentes das escolas que recebem os residentes. Além disso, para receber os residentes, as escolas e seus docentes passam por um processo seletivo e recebem formação.
*conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha