100 anos de cuidado, excelência e solidariedade

Alta qualidade do corpo clínico e assistencial, com o paciente no centro da atenção, é um dos pilares da centenária história do Sírio-Libanês

Fachada histórica (tombada) do Hospital da Bela Vista, em São Paulo

Fachada histórica (tombada) do Hospital da Bela Vista, em São Paulo Divulgação/Hospital Sírio-Libanês

O ano de 2021 marca o centenário da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês. Há 100 anos, um grupo de 27 senhoras da comunidade sírio-libanesa, em retribuição ao acolhimento que haviam recebido em nosso país, criou os alicerces para a construção do que, décadas depois, viria a ser um dos melhores hospitais do mundo.

No início da década de 1940, tudo caminhava rumo ao início da operação do hospital, quando o prédio foi solicitado pelo Governo de São Paulo para sediar a Escola Preparatória de Cadetes. A devolução definitiva só aconteceria em 1959.

Complexo hospitalar da Bela Vista
Complexo hospitalar da Bela Vista - Divulgação/Hospital Sírio-Libanês

“É gratificante saber que, 100 anos depois, o norte estabelecido por um grupo de mulheres continua sendo respeitado e reafirmado por nossos colaboradores, médicos, parceiros e beneméritos”, afirma Marta Kehdi Schahin, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, que está encerrando seu mandato à frente da instituição.

Desde a inauguração oficial, em 1965, o hospital uniu o acolhimento à excelência médica. Enquanto o médico e professor Daher Cutait se empenhava em formar o corpo clínico, a Sociedade Beneficente de Senhoras, liderada por Violeta Jafet (filha de Adma Jafet, idealizadora do hospital), arrecadava fundos para obras e equipamentos.

O centenário da instituição chegou em meio à pandemia de COVID-19, e a solidariedade do Sírio-Libanês se manifestou no apoio aos pacientes e às famílias, no cuidado com os mais vulneráveis e no acolhimento aos profissionais de saúde, colaboradores e sociedade em geral, com a participação em pesquisas para o combate ao novo coronavírus e constante propagação das medidas protetivas.

“É uma instituição filantrópica na sua essência, sem fins lucrativos, que atua em parte assistindo ao paciente e em parte ajudando a desenvolver um sistema de saúde melhor", diz Paulo Chapchap, que esteve à frente da Diretoria Geral da instituição pelos últimos cinco anos e agora dá lugar ao também médico Fernando Ganem, Diretor de Governança Clínica desde novembro de 2018. "Nosso compromisso se renova fortemente neste marco histórico e nos mantém firmes na busca por uma sociedade mais justa e fraterna para todos”, diz o novo diretor-geral da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês

Com um olhar humanizado e individualizado, o Sírio-Libanês atende cerca de 120 mil pacientes por ano. Sua estrutura é composta por três unidades em São Paulo, sendo um hospital de alta complexidade e duas unidades de medicina diagnóstica e outras especialidades. Em Brasília, um hospital foi inaugurado em 2019 e se juntou aos dois centros de oncologia e a um de diagnósticos na cidade. “Hoje, temos um serviço líder no Centro-Oeste, conquistamos a primeira acreditação da Joint Commission International (JCI) na região”, diz Gustavo Fernandes, diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.

 Fachada do Hospital em Brasília
Fachada do Hospital em Brasília - Divulgação/Hospital Sírio-Libanês

Excelentes profissionais, acolhimento da equipe clínica e assistencial, humanização do atendimento ao paciente e investimento em inovação e tecnologia permitiram que o Hospital Sírio-Libanês se tornasse uma referência em atendimento.

“O Sírio-Libanês sempre teve tradição na assistência, com um corpo clínico muito qualificado e uma equipe multiprofissional passando por uma seleção e treinamentos criteriosos”, diz Fernando Ganem.​

“Nosso compromisso se renova fortemente neste marco histórico e nos mantém firmes na busca por uma sociedade mais justa e fraterna para todos”

Fernando Ganem, diretor-geral da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês

Qualidade, segurança e experiência do paciente também permeiam as atividades do hospital desde o início. “Nas últimas décadas, organizamos esses conceitos, definimos métricas e objetivos, monitoramos e mergulhamos no conceito de melhoria contínua, sempre lançando ações que sejam construídas juntamente com os colaboradores, os médicos e lado a lado com pacientes e familiares”, diz José Mauro Vieira Júnior, diretor do Instituto de Qualidade e Segurança do Hospital.

“Inserir o profissional assistencial na gestão do cuidado ao paciente é uma forma de proporcionar melhorias”, afirma Wania Baia, diretora Assistencial do Hospital Sírio-Libanês. “Nossos profissionais têm escuta ativa para acolher as necessidades e expectativas dos pacientes”, diz Cristina Mizoi, superintendente Assistencial e de Operações em Brasília.

O Sírio-Libanês adota uma abordagem para planejamento, avaliação e revisão do cuidado sempre incluindo a perspectiva do paciente e do familiar. “O paciente precisa participar e opinar em cada decisão do tratamento. Essa transparência dá segurança”, diz Daniel Forte, gerente de Humanização e Experiência do Paciente.

Para assegurar a entrega de valor, o hospital se dedica a avaliar a experiência e o desfecho clínico, com intuito de verificar se, além de tratar a doença, os pacientes recuperaram suas funcionalidades e qualidade de vida. Para medir a satisfação, é utilizada a metodologia NPS, Net Promoter Score, na sigla em inglês, que estabelece o índice de recomendação dos pacientes. “Nosso NPS oscila próximo a 88%, é um dos mais altos do Brasil”, diz Forte.

Para Marina Muto, superintendente de Facilities e há 30 anos no hospital, investir na capacitação da equipe, atrelada ao mundo digital, mas sem perder o calor humano, é a maneira de a área da saúde se reinventar. “As pessoas chegam ao hospital em momentos de extrema fragilidade e são abraçadas e acolhidas”, diz. “A humanização dos processos nos torna resilientes.”