A crise sanitária da Covid-19 foi um dos vários desafios enfrentados pela Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, que comemora seu centenário em novembro deste ano. Durante as décadas que se passaram, a instituição se tornou referência em saúde não só no Brasil, mas em todo o mundo. "Temos orgulho de dizer que, desde o início do funcionamento do hospital em São Paulo, em 1961, participamos ativamente dos últimos avanços da medicina. E, em muitos deles, fomos pioneiros no Brasil", diz Gustavo Fernandes, oncologista e diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês em Brasília. "Para nós, a excelência técnica e a pesquisa científica são marcas tão perseguidas quanto a humanização do cuidado com nossos pacientes".
Equipe assistencial especializada e corpo clínico renomado são os pilares que tornaram a instituição centenária um polo de inovação e conhecimento, sempre à frente em pesquisa, ensino e implementação de novas tecnologias. "Um corpo clínico forte, processos seguros e uma equipe multiprofissional comprometida com o paciente. Tudo isso, medido por indicadores de performance de qualidade e assegurado por auditorias independentes, garante a excelência", diz José Mauro Vieira Junior, médico nefrologista e diretor do Instituto de Qualidade e Segurança do Hospital Sírio-Libanês.
Para Luiz Francisco Cardoso, cardiologista e diretor de governança clínica da instituição, a imagem que a sociedade tem do Sírio-Libanês é resultado de uma rede de apoio multidisciplinar altamente qualificada. "São enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e demais profissionais que dão condições ao médico de exercer as melhores práticas. Mas o que importa mesmo é o desfecho na visão do paciente e em sua qualidade de vida", explica.
Segundo Cardoso, os protocolos assistenciais e o corpo clínico estão em constante atualização. Os médicos das diversas especialidades se reúnem periodicamente no Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa para discutir casos e estudos e desenvolver diretrizes e protocolos que balizam a assistência clínica da instituição. A qualidade médica e hospitalar é atestada por várias entidades, entre elas a JCI (Joint Commission Internacional), que avalia a instituição como um todo, analisa suas diversas unidades e ouve pacientes após a alta hospitalar. Uma certificação, em geral, é conferida a aproximadamente apenas 5% dos cerca de 5.000 hospitais no Brasil. Ter uma certificação da JCI é algo mais exclusivo ainda.
FUTURO DA MEDICINA
Para celebrar seu centenário e reforçar o compromisso com a saúde pelos próximos 100 anos, o Sírio-Libanês realizará um evento online e aberto ao público, com apresentações em oito especialidades sobre o futuro da medicina.
As apresentações acontecerão entre 16 e 26 de novembro, sempre às 19h, sem necessidade de inscrição. O evento "Sírio-Libanês 100 anos – Passado e Futuro da Medicina" será transmitido pelo canal do YouTube do Hospital, e a programação completa está disponível no site 100anos.hsl.org.br.
Infectologia é destaque contra a Covid-19
A área de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês teve papel fundamental na pandemia de Covid-19. Organizou o atendimento de urgência no Pronto Atendimento, expandiu internações nas UTIs e nas enfermarias de acordo com a demanda e teve grande participação na consultoria sobre o enfrentamento da doença, desde os protocolos de prevenção até a orientação no retorno às atividades. Participou, por exemplo, da orientação ao Tribunal Superior Eleitoral, em 2020, na prevenção à transmissão da Covid-19 nas eleições municipais.
"A infectologia fez parte da assistência aos pacientes internados, por meio de equipes multiprofissionais e multidisciplinares, até os protocolos de ajustes do ponto de vista de como lidar com a Covid-19 nas empresas, indústrias, escolas e em serviços de saúde. Foi um desafio imenso", explica o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Infectologia do Sírio-Libanês.
O hospital trabalha com a infectologia em vários setores, ressaltando-se a atuação nos convênios que mantém com o município e o estado de São Paulo na gestão de equipamentos públicos, como o Hospital Geral do Grajaú e o Municipal Infantil Menino Jesus. Nesses hospitais, além da área de doenças infecciosas, atua na organização da prevenção de infecções hospitalares e do tratamento e prevenção de infecções em pacientes imunodeprimidos, oncológicos e transplantados. "Em tudo isso tem a infectologia, tanto na infecção hospitalar como nos doentes internados", diz Uip.
Paralelamente, a infectologia está presente na prevenção de doenças, com imunização ativa e passiva, por meio de vacinas e soros. "Isso é algo que vem sendo muito desenvolvido no hospital", diz.
O Sírio-Libanês se prepara para o enfrentamento daquilo que virá, para o futuro. "Isso ficou claríssimo para nós. O enfrentamento à Covid-19 foi bem-sucedido porque tinha uma ótima estrutura hospitalar e equipes multidisciplinares muito bem treinadas e integradas", conclui Uip.