Sinônimo de neve bastante conhecida e admirada pelos brasileiros, Bariloche se prepara para uma de suas mais esperadas temporadas, renovada após dois anos de restrições impostas pela pandemia. Ao lado das vizinhas San Martíns de los Andes, Villa La Angostura e El Bolsón, todas nas províncias de Río Negro e Neuquén no norte da Patagônia, compõe o cenário perfeito tanto para os amantes do esqui e do snowboard como também para quem sonha em pisar na neve pela primeira vez.
Além dos bem estruturados centros de esqui instalados nos cerros Catedral, Chapelco, Bayo e Perito Moreno, entre outros, essa região da Argentina conta ainda com charmosas cidades repletas de bons hotéis e restaurantes, adegas de respeito, cervejarias artesanais, bares animados, lojas de doces típicos e, claro, chocolate, muito chocolate, ingredientes que agradam aos mais diferentes perfis de visitantes.
Outra boa notícia é que a partir de julho a Aerolíneas Argentinas terá voos diretos desde São Paulo até Bariloche e San Martín de los Andes, facilitando a vida de quem tem como principal objetivo nessas férias deslizar pelas montanhas nevadas ou simplesmente conhecer de perto uma natureza de perder o fôlego em atividades como passeios em trenós puxados por cães, caminhadas em trilhas na floresta e circuitos em motos de neve, por exemplo.
Conheça a seguir um pouco mais sobre cada uma dessas estações de esqui e escolha qual delas se encaixa no seu perfil.
Bariloche e o imponente Cerro Catedral
Faz bastante sentido que tanta gente tenha as primeiras experiências de neve em Bariloche. A base de Cerro Catedral, a apenas 19 km do centro da cidade, é uma espécie de parque de diversões de neve ideal para passar o dia ou, para quem se empolgar, até mesmo mais tempo. Além de hotéis e escola de esqui, há um shopping, restaurantes, bares e lojas para locação de roupas de neve e equipamentos de esqui e snowboard.
A base do Catedral é também o ponto de partida para prática de outros esportes de neve que não exigem aulas, como o "tubing" (circuito com boias deslizantes), trenós, caminhadas com raquetes e até um roteiro de motos de neve que leva até La Cueva, um pitoresco restaurante no meio da montanha, a 1.400 metros de altitude.
Para quem vai pela primeira vez, vale dizer que Cerro Catedral funciona independentemente de Bariloche, pois trata-se de um centro de esqui com vida própria e que, neste ano, está ainda maior com a finalização de um projeto de expansão que custou US$ 22 milhões. Um novo meio de elevação e as novas pistas somam agora um total de 1.200 hectares esquiáveis com 32 meios de elevação e capacidade para levar montanha acima 28 mil pessoas por hora.
Localizada na província de Río Negro, Bariloche é uma cidade linda, repleta de restaurantes charmosos, hotéis confortáveis e muito o que fazer no centrinho – das lojas de chocolate da calle Mitre aos animados bares e pubs, passando pelos cassinos. Sem contar a beleza dos picos nevados ao redor, que dão uma cara ainda mais alpina a todo conjunto.
Esse combo de bela montanha e cidade cheia de atrações já poderia facilmente explicar o sucesso de Bariloche, mas há mais. Cerro Catedral é a maior, mas não a única montanha próxima à cidade. Cerro Campanario, por exemplo, fica às margens do lago Nahuel Huapi e, do alto de seus 1.050 metros alcançados por teleférico, descortina-se uma das melhores vistas da região. Não é um morro esquiável, mas ali no alto há uma cafeteria feita sob medida para apreciar o cenário deslumbrante.
Já o Cerro Otto, a apenas 10 km da cidade, é a melhor montanha para a prática de esqui nórdico (no qual o calcanhar da bota não está fixado ao esqui, ao contrário do esqui alpino) ou para apenas subir de teleférico e almoçar em sua lanchonete giratória. Outro cerro que vale a visita é o Piedras Blancas, onde também não é possível esquiar, mas que conta com um divertido circuito de 3 km de "trineos" (trenós em português), mais conhecidos por aqui como "esquibunda", além de tirolesa e "snow tubing" (descida com boia em um escorregador de neve).
El Bolsón e a novidade Cerro Perito Moreno
Seguindo 120 km para o sul de Bariloche pela Ruta 40, a cidade de El Bolsón, ainda na província de Río Negro, é uma versão, digamos, mais alternativa de Bariloche, com feiras orgânicas, cervejas artesanais e uma atmosfera bastante tranquila. É ali também que está a novidade do inverno patagônico: o Cerro Perito Moreno, um centro de esqui ainda pouco conhecido pelos brasileiros.
A palavra de ordem aqui é variedade. A estação é pequena (12 km esquiáveis e 10 pistas), mas foi pensada para oferecer opções para todos os níveis de esquiadores com o objetivo de permitir uma progressão técnica segura. Seus 11 meios de elevação levam até o topo acima apenas 2 mil pessoas por dia a altitudes que superam as montanhas da região. Aqui, o cume está a 2.216 metros sobre o nível do mar, o que garante algumas das mais belas vistas da região. Além disso, é uma montanha coberta de bosques, que deixa o cenário invernal ainda mais surpreendente.
Outra vantagem é o preço. Os passes custam 20% menos do que os de Cerro Catedral e as aulas de esqui coletivas também são mais acessíveis. Ou seja, é um lugar bom para começar e avançar no esqui ou snowboard, mas também há uma série de outras atividades como esqui alpino, nórdico, descidas de "esquibunda", caminhadas com raquetes de neve e um snowpark para manobras mais radicais.
San Martín de los Andes e o premiado Cerro Chapelco
San Martín de los Andes fica a 190 km ao norte de Bariloche, já na província de Neuquén, e conta com um dos mais importantes centros de esqui da Argentina. Eleito em 2020 pela quinta vez a Melhor Estação de Esqui do país pelo World Ski Awards, Cerro Chapelco é indicada para esquiadores e snowboarders de todos os níveis. A apenas 20 km do centro, a estação conta com 1.600 hectares de área esquiável e 28 pistas com variados graus de dificuldade acessíveis por 12 meios de elevação. A altitude máxima chega a 1.980 metros, com opções gastronômicas espalhadas pela montanha, indicadas para tomar desde um simples chocolate quente passando por um almoço rápido até uma completa refeição gourmet.
Quem não esquia pode simplesmente curtir a montanha subindo de teleférico até o patamar de 1.600 metros e aproveitar alguns dos restaurantes e, claro, observar a impactante visão da Cordilheira dos Andes. Chapelco é uma estação bastante flexível em relação a passes – dá para comprar somente a ida e volta de teleférico ou apenas uma tarde de esqui, por exemplo. Há ainda outras atividades na montanha perfeitas para famílias, como trenó puxados por cães, trekking com raquetes e passeios de moto de neve.
San Martín também é generosa com quem não tem apenas a montanha como objetivo da viagem. Às margens do lago Lácar e a um pulo do Parque Nacional Lanín, o lugar é uma das grandes atrações da Rota dos 7 Lagos, o caminho cênico de 105 km que leva até Villa La Angostura. Além da natureza ao redor, a cidade tem atmosfera de vila alpina e é repleta de restaurantes deliciosos. A vida noturna não é tão movimentada quanto à de Bariloche, o que faz da cidade o local ideal para quem busca uma atmosfera mais tranquila ou para passar férias com a família.
Para o turista brasileiro se programar, a partir de julho a Aerolíneas Argentinas passa a operar, duas vezes por semana, um voo direto de São Paulo até San Martín de los Andes, facilitando ainda mais o acesso à região.
Villa La Angostura e o charmoso Cerro Bayo
Villa La Angostura é uma cidadezinha que parece de conto de fadas, praticamente no meio do caminho entre Bariloche e San Martín de los Andes. Às margens do Lago Nahuel Huapi, na província de Neuquén, é ali que oficialmente começa a Rota dos 7 Lagos. A natureza na região é algo de outro mundo em perfeita sintonia com o vilarejo de estilo alpino cuja maioria das casas ainda é de madeira.
A 9 km do centro, Cerro Bayo é uma pequena joia. Conhecido como "centro de esqui butique", tem apenas 14 km de pistas, mas que raramente ficam tumultuadas. Os seis restaurantes da montanha apostam em cardápios mais elaborados no lugar do fast food, as escolas de esqui são ótimas e tudo segue um ritmo mais tranquilo e intimista, ideal para apreciar as incríveis paisagens do alto da montanha.
O charme e o bom gosto continuam nos hotéis e restaurantes da cidade, o que faz dela uma ótima opção para casais que procuram um lugar romântico para passar as férias na neve. Não é uma estação indicada para esquiadores mais experientes, mas intermediários e iniciantes têm uma boa oferta de pistas. Para quem não esquia, há "snow tubing", passeio com raquetes de neve, arvorismo e trilhas para caminhada.
Mais informações em Visit Argentina.