Descrição de chapéu América Latina

7 jeitos de explorar a natureza argentina

Conheça as formas mais bacanas de curtir a diversidade de paisagens que formam La Ruta Natural da Argentina

Maioria dos trechos Rota 40 tem boas condições de segurança

Maioria dos trechos Rota 40 tem boas condições de segurança Visit Argentina/DVG

De montanhas nevadas a planícies a perder de vista, de um litoral visitado por grandes mamíferos a locais mágicos para observar o céu, de parques nacionais cujas estrelas são os glaciares a outros onde quem brilha são os cactos gigantes. Pode-se dizer que as belezas naturais argentinas são algo de outro mundo.

Tamanha diversidade de cenários é o pano de fundo perfeito para uma forma de viajar que a cada dia ganha mais adeptos: o turismo de natureza. Afinal, o viajante pós pandemia percebeu que não tem nada mais agradável que estar ao ar livre e se conectar com o planeta.

Esta tendência fez com que o governo argentino investisse 33 milhões de dólares para desenvolver, de norte a sul, destinos e experiências que conectem o viajante com as belezas naturais do país. O resultado é um grande projeto batizado La Ruta Natural, que divide o país em 17 grandes circuitos com características semelhantes. A seguir, algumas atividades perfeitas para curtir as mais incríveis paisagens argentinas.

1. Ver pinguins e outras aves

Pinguins da Península de Valdés
Pinguins em Chubut, no sul da Argentina - Visit Argentina/Divulgação

O turismo de observação de aves é um dos segmentos que mais crescem no universo de viagens de natureza. A Argentina conta com mais de mil espécies de pássaros espalhados por diversos ecossistemas, além de guias de turismo e agências especializados em levar grupos para esta atividade. Além de colônias de pinguins, há lagoas repletas de flamingos de várias espécies, condores e muitos outros pássaros exóticos. Cada uma das 17 rotas naturais argentinas guarda suas surpresas.

ONDE É MELHOR: Para ver de perto as figurinhas mais populares desta categoria, os divertidos pinguins, basta ir ao sul do país nos meses mais quentes do ano. Os pinguins de magalhães batem ponto em Punta Tombo, em Chubut, entre setembro e março. Já no extremo sul do país, a Ilha Martillo, no Canal Beagle, Terra do Fogo, abriga uma das maiores colônias do mundo desta espécie de pinguins, além das espécies gentoo e dos mais raros pinguins-rei. Chega-se ali em excursões de barco a partir de Ushuaia. E, na costa do estado de Santa Cruz, Patagônia, outra raridade: a Ilha Pinguino, onde está a única colônia reprodutiva do pinguim de penacho amarelo da Argentina.

SÓ TEM NA ARGENTINA: A maior colônia de papagaios do mundo pode ser vista em Balneário El Condór, uma linda praia repleta de falésias na Província de Rio Negro, próxima a Viedma. Estima-se que a região seja morada de 170 mil desta espécie conhecida como papagaio da patagônia.

2. Se surpreender com uma fauna única

Observação de baleias na Península Valdés, em Chubut
Observação de baleias na Península Valdés, em Chubut - Visit Argentina/Divulgação

Não é novidade para ninguém que a Argentina é um dos melhores lugares do planeta para ver as baleias francas austrais, estrelas da temporada que começa em junho e se estende até dezembro. Apenas na Península de Valdés, classificada como Área Natural Protegida e, desde 1999, Patrimônio Natural da Unesco, todo ano mais de mil exemplares destes belos animais que chegam a 17 metros e 40 toneladas vêm para a época de procriação. Surpreendente é a quantidade de outros animais que podem ser avistados nos mais variados ecossistemas argentinos o ano inteiro.

ONDE É MELHOR: Para ver os quatro ícones da fauna argentina – huemul, guanacos, pumas e nandus de darwin— basta ir à Patagônia Austral. Trilhas pelos parques nacionais Perito Moreno e Los Glaciares são quase garantia de encontrar os huemul, espécies de veados típicos dos Andes, enquanto as estepes da região são moradas de guanacos e nandus de darwin, uma espécie de ema. Já os pumas estão mais ao norte, em locais como o Parque Nacional Patagonia. E em todos estes lugares os condores são figurinhas fáceis.

SÓ TEM NA ARGENTINA: A 35 quilômetros de Santa Rosa, capital da província de La Pampa, a Reserva Parque Luro atrai todo ano, entre março e abril, visitantes para ver uma experiência única, o ritual de acasalamento dos cervos colorados. Numerosas manadas, cerca de 1.500 animais, habitam estas planícies e fazem seu show na época da reprodução. No fim da tarde, começam os altos bramidos ("la brama") de machos que disputam fêmeas, e duram até a manhã seguinte.

3. Observar as estrelas

San Juan
San Juan - Visit Argentina/Divulgação

O turismo astronômico é um dos pilares das viagens de natureza e novamente a Argentina é especial para isso, já que tem alguns dos principais centros astronômicos e observatórios abertos ao público. Além de obviamente ter uma condição muito propícia para ver corpos celestes.

ONDE É MELHOR: A província de San Juan, ao norte de Mendoza, é a capital nacional do turismo astronômico. No Parque Nacional El Leoncito, o céu é tão límpido que foram instalados ali dois importantes observatórios, o Observatório Carlos U. Cesco (CESCO) e o Centro Astronômico El Leoncito (CASLEO), que podem ser visitados durante o dia e à noite, para observação através de telescópios. Além disso, em San Juan pode-se visitar (com reserva prévia) o Observatório Felix Aguilar, além de mirantes astronômicos distribuídos pela província como o Mirador Cuesta de Huaco, no entroncamento das rodovias 150 e 40.

SÓ TEM NA ARGENTINA: Cerca de 4 mil anos atrás, uma chuva de meteoros caiu da divisa dos estados de Chaco e Santiago del Estero, no nordeste argentino. No lugar conhecido como Campo del Cielo pode-se ver 2 dos maiores meteoritos do mundo, além de inúmeras crateras e um interessante museu.

4. Fazer esportes radicais

La Hoya e Esquel - Visit Argentina
La Hoya e Esquel - Divulgação

A variedade de climas e paisagens argentinas é um prato cheio para quem deseja se jogar no turismo de aventura. Se no inverno, o esqui e snowboard movimentam os excelentes centros que se destacam internacionalmente como referências de esportes de neve, nas estações mais quentes do ano não faltam lugares para fazer trekking e caminhadas, alpinismo e escalada, além de rafting, mergulho e muito mais.

ONDE É MELHOR: A cidade de El Chaltén, área norte do Parque de Los Glaciares, é conhecida como a capital nacional do trekking. A cidade minúscula que está mais para uma vila é a base para caminhadas para todos os níveis de aventureiros. Podem durar entre 1 e 5 horas ou muito mais e acessar vistas magníficas do Monte Fitz Roy e Cerro Torre. Já os arredores da cidade de Esquel, em Chubut, vale rodeado pelas montanhas andinas, foi apelidada de "Queenstown argentina" pela oferta de esportes radicais e atividades de ecoturismo no verão. Caminhadas, trekking, cavalgadas e muitas outras atividades estão disponíveis no belíssimo Parque Nacional los Alerces.

SÓ TEM NA ARGENTINA: Nem tão radical, mas uma experiência fascinante é mergulhar de snorkeling com lobos marinhos. Para isso é preciso ir a Puerto Madryn, cidade que virou a meca do mergulho na Argentina justamente pelas águas cristalinas do Golfo Nuevo.

5. Caçar dinossauros

Museo Paleontológico Egidio Feruglio (MEF), uma importante instituição dedicada à palenteologia, onde estão fósseis de 15 dinossauros patagônicos
Museo Paleontológico Egidio Feruglio (MEF) é uma importante instituição dedicada à paleontologia - Visit Argentina/Divulgação

Outra forma interessante de viajar na natureza é buscar os rastros do passado do planeta e a Argentina é um dos países mais importantes do mundo para o turismo paleontológico. Fósseis de dinossauros; de gliptodontes, um antepassado do tatu; de tigres dente de sabre e até de florestas inteiras fossilizadas podem ser vistos de norte a sul.

ONDE É MELHOR: Em San Juan, o aspecto lunar do Parque Provincial Ischigualasto é testemunha da história, ali foram encontrados fósseis dos dinossauros mais antigos do mundo, de 230 milhões de anos. Cenários de outro mundo também podem ser vistos na Área Protegida Bosque Petrificado Sarmiento, em Chubut, onde a pré-histórica floresta tropical se transformou em pedra há 65 milhões de anos. Outro cenário surrealista e repleto de pegadas e vestígios de animais pré-históricos fossilizados está na Reserva Natural Pehuen-Có Monte Hermoso, já na província de Buenos Aires. E, por fim, a cereja do bolo: a Rota dos Dinossauros Neuquina, em Neuquén, que, pela quantidade de sítios, é o circuito paleontológico mais importante da América do Sul.

SÓ TEM NA ARGENTINA: O maior dinossauro da face da terra é argentino. Trata-se do Patagotitan mayoran, da família dos Titanossauros e medindo 40 metros de comprimento e quase 8 de altura. Mais de 180 ossos deste esqueleto foram encontrados em 2013, em excelente estado de preservação, numa fazenda próxima a Trelew. O importante Museo Paleontológico Egidio Feruglio (MEF), com fósseis de 15 dinossauros patagônicos, está em processo de ampliação justamente para receber o grandalhão e reabrirá em breve.

6. Encarar uma road trip

Maioria dos trechos Rota 40 tem boas condições de segurança
Maioria dos trechos Rota 40 tem boas condições de segurança - Visit Argentina/DVG

Rotas cênicas para uma viagem de carro incrível não faltam no país que tem paisagens tão impactantes e dramáticas quanto variadas. Talvez a travessia mais icônica seja a Ruta 40, com seus 5.301 quilômetros, que atravessa 11 províncias argentinas margeando a Cordilheira dos Andes e levando dos glaciares do sul aos desertos nortenhos. Mas há inúmeras outras rotas cênicas sob medida para seu tempo de viagem e disposição.

ONDE É MELHOR: Algumas das mais cênicas estradas do país estão no norte. Em Salta, a Quebrada de Las Conchas, começa a 12 km de Cafayate e segue 70 quilômetros pela RN68 até Alemanía, passando por formações rochosas surpreendentes como a Garganta do Diabo e o Anfiteatro. Também em Salta, a rota A La Nubes, segue 106 km da RN51 em altitudes surpreendentes. Começa próximo a cidade de Salta, a 1.500 metros de altitude e acaba em San Antonio de Los Cobres a 4.000 metros, onde fica a estação do Trem das Nuvens. Chega-se ali também num circuito maior, de 606 quilômetros e circular, a partir de San Salvador de Jujuy, passando por inacreditáveis pueblos, montanhas coloridas e salinas. Esta é épica.

SÓ TEM NA ARGENTINA: Difícil encontrar uma rota cênica de apenas 96 quilômetros e que concentre tantas paisagens deslumbrantes quanto a Ruta do Siete Lagos, que liga Villa La Angostura a San Martín de Los Andes pela ruta 40. São sete lagos, mas se você desviar um pouquinho do caminho pode contar até 10.

7. Se hospedar em glamping

Glamping oferece conforto e sofisticação sob medida em meio à natureza
Glamping oferece conforto e sofisticação sob medida em meio à natureza - Visit Argentina/DVG

Glamping é a junção de duas palavras que no passado poderiam soar contraditórias: glamour e camping. A ideia é brincar de acampar, juntando a sensação de estar mais inserido no ambiente que só uma casa móvel pode trazer a uma cama de verdade e outros mimos de hotel de luxo. Nada mais propício para curtir a natureza do que essas tendas chiques que pipocam por todo o país.

ONDE É MELHOR: Mendoza, região que produz 70% dos vinhos argentinos, foi uma das que mais aderiu à onda do glamping. A experiência é acampar entre as videiras e admirar, ali no horizonte, as montanhas andinas. No Valle do Uco, por exemplo, a vinícola Alpasión conta com 3 domos luxuosos sobre deques privados de madeira com ofurô, com a vantagem que hóspedes podem usar também as facilidades do Alpasión Lodge, o hotel da vinícola, como restaurante e piscina. Na mais simples Casartero Eco Posada, em San Rafael, os destaques são as 2 suítes em containers.

SÓ TEM NA ARGENTINA: Imagine se hospedar num domo de luxo no meio de uma salina. É a proposta do Pristine Camps, com tendas que parecem flutuar sobre as Salinas Grandes, um dos maiores desertos de sal do mundo, uma imensidão branca a 3.400 metros de altitude. Quem não tem o privilégio de dormir neste cenário lunar, pode ao menos tentar uma reserva no restaurante do glamping e provar iguarias locais.

SERVIÇO GERAL

Melhor época para ir

Viagens de natureza requerem um cuidadoso planejamento para acertar a melhor época do ano para ver determinado animal, para fazer com segurança a atividade escolhida ou então para curtir da melhor forma a experiência. Ou então faça o contrário: eleja a data da viagem e a partir daí escolha a atividade ou a região perfeita para ir no período.

Como se preparar

Dependendo da atividade escolhida pode ser necessária uma preparação física especial, além de, em alguns casos, organizar permissões ou autorizações específicas com antecedência. Além disso, pense com carinho no que levar. Por exemplo, se for fazer um trekking o ideal é comprar uma bota com antecedência e já levar ela para a viagem pré amaciada.

Guias

Muitos destinos de natureza necessitam de um guia ou agência para serem explorados de uma forma eficiente e segura. Contrate prestadores de serviço autorizados.

Câmbio

O peso argentino está desvalorizado diante do dólar (US$ 1 = 232 pesos) e do real (R$ 1 = 47 pesos, de acordo com a cotação média oficial). Assim, está vantajoso para o turista brasileiro viajar pelo país.

Documentação

Para entrar na Argentina, os brasileiros devem apenas apresentar uma cédula de identidade válida (RG) ou então o passaporte internacional também válido. O período de permanência no país não deve ultrapassar 3 meses.