Alta tecnologia a favor da mobilidade

A busca por uma melhor mobilidade nos grandes centros urbanos conta cada vez mais com uma aliada quase invisível, a tecnologia. Utilização de aplicativos, análise inteligente de dados com o cruzamento de informações sobre diferentes modais disponíveis e inteligência artificial em conexões com fibra ótica ajudam a otimizar o uso da infraestrutura com ganho para os passageiros, que conseguem se deslocar com mais rapidez e menor custo.

Empresas do Grupo CCR são um bom exemplo do uso inteligente da tecnologia. Seja no recém-lançado aplicativo desenvolvido pela startup de mobilidade Quicko (leia texto abaixo) seja nas linhas de metrô operadas em São Paulo e Salvador.

Muito da tecnologia de ponta é criada pelo braço de desenvolvimento de soluções do grupo, chamado CCR EngelogTec. Foi onde nasceu o Painel de Lotação do Próximo Trem, já em uso na Linha 4-Amarela e que estará também na Linha 5-Lilás, ambas em São Paulo.

O sistema mede o nível de ocupação de cada carro do trem e exibe os dados em monitores espalhados pelas estações, antes que a composição chegue à plataforma.

Isso permite que os usuários sigam para as portas que darão acesso às partes mais vazias, aumentando o conforto da viagem.

Também na Linha 4-Amarela os monitores exibem a contagem regressiva que avisa aos passageiros o tempo para a chegada do próximo trem. Outros diferenciais da Linha 4-Amarela são o sistema driveless (que prescinde de condutor e permite a supervisão permanente da velocidade e menor intervalo entre os trens) e a existência de portas que impedem o acesso aos trilhos.

As portas só abrem quando o trem já parou, o que, além de aumentar a segurança dos passageiros, ajuda a organizar o embarque ao mostrar precisamente a localização das entradas dos carros.

Informações em tempo real atendem à expectativa dos usuários, diz Francisco Pierrini, presidente das concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade, que operam as linhas 4 e 5, respectivamente.

A ViaQuatro já investiu mais de US$ 450 milhões -por exemplo, na compra dos trens e de sistemas operacionais que estão entre os mais modernos da malha metroferroviária brasileira, diz Pierrini.

O valor também inclui melhorias no sistema de telecomunicação, no Centro de Controle Operacional (CCO) e nas condições de acessibilidade para os 2,8 milhões de pessoas com necessidades especiais que vivem na cidade de São Paulo.

As empresas estudam continuamente como melhorar a integração com outros modais e o acesso físico às estações.

Exemplo disso, afirma Pierrini, foi a conclusão, no mês passado, de uma série de ações de readequação na estação Capão Redondo, feitas pela ViaMobilidade. Elas não estavam previstas no contrato de concessão, mas a empresa percebeu que atenderiam ao expressivo aumento de demanda.

Para facilitar o acesso à estação, por onde passam 100 mil pessoas por dia, foi ampliada a linha de bloqueios, criado acesso exclusivo para o terminal de ônibus, instalada rampa de acessibilidade à estação e reposicionadas as máquinas de autoatendimento de recarga de bilhetes.

A CCR Metrô Bahia segue o mesmo caminho de investir em tecnologia. No mês passado, implantou um sistema baseado em inteligência artificial para analisar informações captadas por meio de sensores instalados ao longo da via dos trens, que identificam as condições normais de operação do metrô e detectam eventos que fogem ao padrão.

Importante para aumentar a segurança e a confiabilidade do serviço, o sistema deve ser implantado em outras linhas operadas pela CCR.

André Costa, diretor da CCR EngelogTec, revela que está em estudo outro uso da inteligência artificial no metrô. Desta vez na manutenção preventiva de trens e vias permanentes. A ideia é fazer o monitoramento, acompanhamento e inspeção das condições de funcionamento dos equipamentos.

A importância da otimização permitida pela tecnologia fica clara quando se sabe que o Grupo CCR vai ser responsável por quase um terço das viagens do transporte metroviário na cidade de São Paulo quando começar a operar a Linha 15-Prata.

À espera da assinatura do contrato com o governo do Estado de São Paulo, o Grupo CCR já prevê investimentos da ordem de R$ 4 bilhões em operação, manutenção e conservação da linha.

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