Com a farmacogenômica, especialistas conseguem indicar a medicação mais eficaz

Com o auxílio da farmacogenômica, médicos já podem prever a chance de sucesso de um tratamento antes mesmo de o paciente iniciá-lo. Um exame genômico ajuda o especialista a entender como o organismo interage com os medicamentos, possibilitando uma compreensão personalizada de como cada indivíduo reage a determinada substância.

"Farmacogenômica envolve analisar o DNA para entender como é que um paciente vai se comportar ao ingerir medicações específicas. São as diferenças em como a medicação funciona para cada paciente e que podem contribuir para uma terapia mais eficaz e com menor toxicidade", explica Jeffrey A. Shaman, CSO (Chief Science Officer) na Coriell Life Sciences, na Filadélfia, nos EUA, um dos palestrantes do Genomic Summit 2022. O especialista destaca que a farmacogenômica ajuda a evitar, por exemplo, 100 mil mortes por ano, nos EUA, que seriam causadas por reações adversas a medicamentos.

Pacientes que utilizam certas classes terapêuticas, como os antidepressivos, estão sendo especialmente beneficiados. "Sabemos que leva muito tempo para que as medicações funcionem. Estamos falando de antidepressivos e ansiolíticos que podem levar de 6 a 8 semanas para apresentar alguma resposta. Mas se, com um simples teste de DNA, o paciente receber aquela medicação que nós sabemos que vai funcionar melhor, temos mais chances de sucesso e diminuímos o uso do método de prescrição de tentativa e erro, que se tornou padrão no mundo", afirma Shaman.

Segundo ele, a farmacogenômica é uma ferramenta importante para os profissionais da saúde. "Agora nós não fazemos mais um experimento com o paciente. Estamos usando um computador para nos ajudar a escolher a melhor medicação", diz. As funções do médico e do farmacêutico, lembra ele, seguem fundamentais. "A prática da medicina continua sendo importante, a diferença é que agora estamos nos empoderando com uma ferramenta para fazer prescrição de maneira rápida, escalável e com maior chance de acerto."

Dr. Leandro Brust, head de Farmacogenômica da Dasa Genômica
Dr. Leandro Brust, head de Farmacogenômica da Dasa Genômica - Divulgação

Estamos falando de uma tecnologia que deve ser vista como investimento. A farmacogenômica já faz parte de uma estratégia, de uma política de saúde

Dr. Leandro Brust

Head de Farmacogenômica da Dasa Genômica

Dr. Leandro Brust, head de Farmacogenômica da Dasa Genômica, que nesta área oferece o PharmOne, destaca a importância da farmacogenômica para toda a sociedade. "Estamos falando de uma tecnologia que pode representar e deve ser vista como investimento. Não estamos falando só de um exame que o paciente faz e no mês seguinte já tem um retorno, mas de uma ferramenta que, quanto mais utilizada, mais retorno todos terão. É algo que já faz parte de uma estratégia, de uma política de saúde de governos de vários países do mundo."