Conheça quatro estações de esqui para aproveitar a neve que está chegando

Além de Bariloche e San Martín de Los Andes, a vizinha Argentina conta com outros bem estruturados centros para a prática de esportes de inverno em províncias como Terra do Fogo, Chubut, Mendoza e Neuquén

Praticante aproveita a neve em La Hoya, na província de Chubut, ideal para o snowboard

Praticante aproveita a neve em La Hoya, na província de Chubut, ideal para o snowboard Divulgação

Com uma bem montada infraestrutura de hospedagem, gastronomia de primeira, facilidade de acesso e natureza exuberante, Bariloche e San Martín de Los Andes abrigam duas das mais populares estações de esqui da Argentina. A cada temporada, essas regiões atraem cada vez mais visitantes do mundo todo, sendo consideradas sinônimo de neve para argentinos e brasileiros. Mas ainda há mais quando falamos de inverno no país vizinho. Montanhas ao norte e ao sul acomodam centros igualmente perfeitos para a prática do esqui e de outras atividades que merecem ser explorados e conhecidos.

São estações com características próprias, como Cerro Castor, no extremo sul da Terra do Fogo, conhecida pela excelente qualidade de sua neve, ou La Hoya, em Esquel, na província de Chubut, que tem a temporada mais longa. Las Leñas, não muito longe de Mendoza, é a mais indicada para quem quer uma experiência completa de montanha, enquanto a caçula Caviahue, em Neuquén, é amada por famílias com crianças pequenas. Conheça um pouco mais de cada uma dessas regiões, veja qual delas se encaixa no seu perfil e programe-se para aproveitar ao máximo próxima temporada de neve.

1. Cerro Castor e Ushuaia ​

Teleférico que leva os visitantes ao início das pistas de esqui em Cerro Castor
Teleférico que leva os visitantes ao início das pistas de esqui em Cerro Castor - Divulgação

Ser a estação de esqui mais austral da América do Sul tem lá suas vantagens. Cerro Castor, que fica a 26 km de Ushuaia, a capital da Terra do Fogo, conta com uma neve ótima, do estilo "powder" – aquela recém-caída na montanha, tão suave que dá a sensação de flutuar sobre uma nuvem – e por muito tempo. A temporada começa no dia 24 de junho e vai até o começo de outubro, sendo que até finalzinho de setembro, o esqui é garantido. Tanto que 25 equipes de competição internacionais, como França, Itália e Suíça, treinam ali justamente pela qualidade da neve, duração da temporada e estrutura de primeira.

Visitar Ushuaia no inverno significa curtir a montanha, até por que as atividades de verão, como observar os pinguins ou fazer cruzeiros pelo canal de Beagle, só começam a partir de meados de outubro. Pitoresca e interessante, a cidade possui bons restaurantes, pubs animados e museus bem montados como o Museu Maritimo & del Presidio e o Museo del Fin do Mundo, um complemento perfeito para antes ou depois dos dias de esqui em Cerro Castor.

Com 650 hectares esquiáveis, 31 pistas para todos os níveis e 12 meios de elevação, Cerro Castor é um respeitável centro para práticas de atividades de inverno. Além de pista de patinação no gelo, conta também com loja de aluguel de equipamento e uma escola de esqui e snowboard para adultos e crianças. Outra vantagem é que a altitude não deixa ninguém sem fôlego, pois não passa dos 1.057 metros.

Tanto na base quanto espalhados pela montanha há oito restaurantes, bares e cafeterias – do sofisticado Morada del Águila, que serve o tradicional "cordero fueguino", ao famoso sushi de pescados locais do Terrazas del Castor, passando pelo imperdível choripan do La Barra 600.

Quem quiser se hospedar em Cerro Castor, a dica é ficar no Castor Ski Lodge. Localizado bem na base da montanha, oferece 15 cabanas em meio a um bosque centenário. Outra opção é o Llanos del Castor, a cinco minutos dali. Trata-se de um centro de atividades de inverno como trenós puxados por cães, passeios de moto de neve e caminhadas com raquetes. Ali também está localizado o Llanos Ecolodge, onde a hospedagem é estilo glamping, em domos geodésicos em total conexão com a natureza.

2. La Hoya e Esquel

A neve fofa, tipo “powder”, é perfeita para a prática de snowboard em La Hoya
A neve fofa, tipo “powder”, é perfeita para a prática de snowboard em La Hoya - Divulgação

A 12 km da cidade de Esquel, na província de Chubut, La Hoya ainda é um segredo bem guardado dentre os mais tradicionais destinos de inverno. Ela nunca fica lotada, é colada à cidade e, surpreendentemente, tem a temporada de neve mais longa do país com tarifas bem em conta. Tudo isso coroado com neve estilo "powder", aquela dos sonhos de qualquer esquiador ou snowboarder. E antes que você pergunte se o lugar acabou de abrir, a resposta é não, uma vez que a estação foi inaugurada em 1974.

O que a manteve fora do circuito turístico mais popular é, em primeiro lugar, a distância das cidades turísticas – fica a quatro horas de carro ao sul de Bariloche, por exemplo – e o fato de não ser uma montanha com muitas opções para iniciantes e para quem não esquia.

Esquel é apelidada de "Queenstown argentina", numa referência à capital de esportes radicais da Nova Zelândia, por sua grande oferta de esportes de aventura e atividades de ecoturismo no verão. No inverno, até dá para fazer caminhadas no belíssimo Parque Nacional los Alerces ou tomar um chá da tarde em Trevellin, cidade colonizada por galeses no século 19, mas a grande estrela é mesmo o seu centro de esqui.

La Hoya é relativamente pequena, com um total de 14 km esquiáveis, oito meios de elevação que levam a 30 pistas, sendo apenas duas para iniciantes. Intermediários se dão bem com 12 pistas e os experts podem se esbaldar nas difíceis (7) e fora de pistas (5). No local há uma pequena escola de esqui, loja para alugar equipamento, dois restaurantes na base e outros dois espaços gastronômicos na montanha. Nada muito sofisticado, mas conveniente. Afinal, quem chega ali quer mesmo é saber de neve boa até meados de outubro, quando muitas vezes já está quente o bastante para esquiar sem casaco.

3. Las Leñas e Mendoza

O esqui noturno é uma das atividades oferecidas em Las Leñas
O esqui noturno é uma das atividades oferecidas em Las Leñas - Divulgação

Famosa em toda a Argentina, Las Leñas é considerada uma das melhores estações de esqui e snowboard do hemisfério Sul. Diferentemente dos demais, não depende de uma cidade próxima para completar sua infraestrutura, uma vez que todas as suas instalações localizam-se na própria montanha, onde todos ficam hospedados. O complexo conta com hotéis de várias categorias, além de um hostel e apartamentos para alugar. Da cidade mais próxima, Malargüe, a 80 km, os visitantes, no máximo, passam pelo aeroporto. Isso quando não chegam vindos de Mendoza, capital da província e do vinho argentino, localizada a 342 km dali, o que favorece uma interessante viagem combinando vinho e esqui.

Devido a essa localização peculiar, uma vez em Las Leñas, ninguém sai dali. E nem precisa. Em plena Cordilheira dos Andes, sua base está a uma altitude de 2.240 m e seu pico mais alto chega a 3.430 m, revelando vistas de tirar o fôlego. São 65 km esquiáveis, com 30 pistas para todos os níveis e uma estrutura digna de resort que já sediou os Jogos Panamericanos de Inverno. Além do Parque de Neve, cheio de atividades, o centro oferece de esqui noturno a heliski para os experts.

De tão movimentada, a base de Las Leñas é quase uma pequena cidade. Além dos hotéis, há restaurantes, bares, boates, lojas, cinema, supermercado, museu, salão de beleza e até mesmo um cassino. Uma estrutura tão boa que, mesmo para famílias nas quais nem todos esquiam, todo mundo encontra o que fazer.

4. Caviahue, em Neuquén

Pistas em meio a belezas naturais como lagos, montanhas, bosques e vulcões impressionam em Caviahue
Pistas em meio a belezas naturais como lagos, montanhas, bosques e vulcões impressionam em Caviahue - Divulgação

Localizada praticamente na fronteira chilena em meio às montanhas da Cordilheira dos Andes, Caviahue é uma das mais jovens e belas estações de esqui da Argentina. Com vista para um lago de águas azuladas aos pés de um vulcão e rodeada por bosques da araucária típica da Patagônia, a pequena vila, que não conta nem com mil habitantes, encanta logo à primeira vista o visitante, que precisa percorrer 360 km de estrada a partir de Neuquén, capital da província de mesmo nome e onde fica o aeroporto mais próximo. De Bariloche, é ainda mais longe: 574 km em direção norte.

Quem encara o desafio encontra não apenas essa paisagem incrível, mas também um centro de esqui relativamente grande para um lugar tão pequeno. O Caviahue Ski Resort, a 1,5 km da cidade, conta com 13 meios de elevação para acessar 22 pistas para todos os níveis de esquiadores. Há também escola de esqui para adultos e crianças, loja de aluguel de equipamento e cinco restaurantes, sendo três deles na base e dois na montanha. É até possível se hospedar no Grand Hotel e Spa, bem aos pés da pista, mas a boa parte dos visitantes opta por ficar na cidade.

Em Caviahue também estão disponíveis passeios para quem não pretende passar o tempo todo esquiando, um dos motivos pelo qual o local é bem avaliado por famílias. Excursões em moto de neve ou veículos Oruga, espécie de tratores de neve, levam o turista a lugares incríveis como a Laguna Escondida, a Cascata Congelada do Vale de Jara ou para Copahue, uma vila de águas termais. Além disso, há trenós puxados por cães e caminhadas pelos bosques com raquetes de neve. Ou seja, a diversão é garantida.

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