"Cão sem Plumas" empolga ao misturar cinema e dança

Boa parte dos 4.200 lugares disponíveis no Centreventos Cau Hansen estavam tomados pelo público nesta quarta-feira (19), durante a Noite de Abertura do 35° Festival de Dança de Joinville.

A atração foi o novo espetáculo da premiada Cia. Deborah Colker, "Cão sem Plumas", que empolgou os espectadores ao promover uma simbiose interessante entre cinema e dança.

Nilson Bastian/Divulgação
Apresentação de "Cão sem Plumas" no Festival de Joinville
Apresentação de "Cão sem Plumas" no Festival de Joinville

Logo de início, os bailarinos - cobertos por lama - se movimentam embalados por um som moderno, com batidas fortes e empolgantes, e mostram de forma poética a situação de abandono das pessoas que vivem às margens do rio Capibaribe, em Pernambuco.

O universo árido e em preto e branco transmitido pelas imagens projetadas ao fundo do palco complementam a coreografia encenada ao vivo, que ganha força com a iluminação especial. Inspirado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, a montagem é plasticamente muito bonita e instigante.

TEMPOS DIFÍCEIS

Antes da apresentação, o presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz, fez questão de falar sobre os "tempos difíceis" na área da cultura e citou os problemas atuais de dois grupos que já participaram de outras edições do festival.

"Temos visto com o coração sofrido a situação dos bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, principal companhia de balé clássico do Brasil, que, com os salários atrasados, estão há meses sem conseguir sequer ensaiar por não ter dinheiro para transporte e alimentação."

Outro grupo lembrado foi o Balé do Teatro Guaíra, de Curitiba, que também passa por dificuldades. "Desde fevereiro ele está parado e tentando se reerguer para voltar às atividades ainda neste ano."

Mesmo em meio a esse momento crítico, Diniz salientou a importância do governo do Estado, que está conseguindo manter o apoio ao Festival de Dança e à Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, com sede em Joinville. "Por entender que a dança traz prestígio e gera recursos para Santa Catarina."

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