Os desafios e oportunidades para a saúde suplementar

Seminário da Abramge e do Estúdio Folha reúne especialistas para debater a sustentabilidade financeira do setor, fraudes e desperdícios, incorporação de novas tecnologias e judicialização da saúde

Renato Casarotti, presidente da Abramge, na abertura do seminário

Renato Casarotti, presidente da Abramge, na abertura do seminário Masao Goto Filho/Estúdio Folha

A saúde suplementar passa por um momento decisivo. O setor que cuida da saúde de 25% da população brasileira e atende a quase 51 milhões de pessoas, mais do que a população da Argentina, é grande também em desafios a superar.

Há quase três anos, a saúde suplementar enfrenta uma crise de sustentabilidade financeira, com prejuízo operacional que chegou a R$ 10,7 bilhões no ano passado. Enfrenta ainda um aumento nas fraudes e desperdícios, com perdas estimadas em cerca de R$ 30 bilhões no mesmo período, o que representa quase 13% da receita.

"O setor vem de anos desafiadores. Em 2020, por uma questão de restrição até física de acesso, houve um fôlego financeiro para as operadoras, mas nos anos seguintes isso mudou de forma aguda, e caminhamos para o terceiro ano de prejuízos operacionais significativos", afirmou Renato Casarotti, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) na abertura do Seminário Saúde Suplementar: Acesso e Sustentabilidade, iniciativa da Abramge em parceria com o Estúdio Folha, o ateliê de conteúdo patrocinado da Folha de S.Paulo.

Outra preocupação para as operadoras é a transformação do perfil demográfico no Brasil, com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida em velocidade maior do que a que ocorreu na economia dos países desenvolvidos.

"Além dessa mudança demográfica, no Brasil existe um fenômeno adicional, que é uma pressão na outra ponta da pirâmide. Na faixa etária de 0 a 18 anos, o número de terapias por beneficiário tem sido igual ao das pessoas com mais de 80 anos", afirma Casarotti.

"Esse é um desafio importante, principalmente no cuidado das crianças com transtorno do espectro autista, que é um problema mais recente, ou que ficou mais evidente agora", diz o presidente da Abramge.

Entidade sem fins lucrativos que representa as empresas privadas de assistência à saúde nas cinco regiões do país, a Abramge apresentou ainda no seminário a campanha "Todos por Todos com Muita Saúde", criada para informar às pessoas sobre como funcionam os planos de saúde.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha