Brasileiros temem pela segurança de seus dados, informa Datafolha

Pesquisa aponta que cresce a preocupação com roubo de informações, como o CPF, e que a maioria já foi alvo de ataques cibernéticos

Aulas online, consultas médicas virtuais, compras pela internet. O brasileiro nunca esteve tão conectado e, ao mesmo tempo, tão preocupado com a segurança dos seus dados.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido da Mastercard, constatou que 70% dos entrevistados já ouviram falar de ataques cibernéticos e, desses, 73% já foram alvo de cibercriminosos e 60% expressaram elevado temor de serem vítimas de um deles.

Esse medo é justificável. "A utilização de serviços digitais foi alavancada pela pandemia de Covid-19. Ao mesmo tempo, cresceram os golpes, fraudes e ataques cibernéticos contra pessoas e empresas", afirma Estanislau Bassols*, Presidente da Mastercard Brasil.

A pesquisa do Datafolha foi realizada entre os dias 5 e 8 de janeiro deste ano, por telefone, com 1.517 pessoas acima dos 16 anos de idade. O levantamento nacional constatou que a digitalização no país é um caminho sem volta: 89% dos brasileiros têm acesso online, especialmente por meio de celulares, e 95% têm conta em redes sociais.

O aumento da transposição dos brasileiros para os meios virtuais para resolver problemas do dia a dia – de consultas médicas às transações financeiras - trouxe consigo um ambiente propício a novos tipos de crime e as pessoas têm consciência disso.

Para a grande maioria dos entrevistados, 94%, o vazamento do número do CPF é a principal preocupação. Mas os riscos são muito maiores e cabe as empresas a responsabilidade pela segurança dos dados dos seus clientes.

A nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde o ano passado, prevê punição às empresas em caso de falhas ou negligência na armazenagem e uso das informações dos clientes.

Um dos dados da pesquisa serve de alerta para as empresas: quando questionados sobre "o quanto você considera que suas informações estão seguras nas mãos das empresas", a nota média obtida foi 5,1 em uma escala de 0 a 10, onde 0 é nada seguras e 10, muito seguras.

"A segurança digital ganhou ainda mais relevância para os consumidores e para as organizações e será um aspecto cada vez mais crítico para o futuro", afirma Bassols, ao destacar que a Mastercard tem feito inúmeros investimentos e adquirido empresas para oferecer soluções completas de segurança digital para seus clientes e parceiros.

São inúmeras tecnologias disponíveis: do uso da biometria comportamental, por meio do NuDetect, ao sistema desenvolvido pela RiskRecon, que consegue avaliar, de forma contínua, a probabilidade de as empresas serem atacadas, com a análise de dados públicos e das medidas de segurança em vigor.

Além de atuar para reduzir riscos e aumentar a segurança de operações, a Mastercard busca facilitar a vida do consumidor. "A estratégia de inteligência conectada que a Mastercard oferece aos seus clientes vincula milhares de pontos de decisão baseados em dados que atenuam a fraude a cada passo da jornada do consumidor. Com isso, a empresa é capaz de avaliar riscos, reduzir a necessidade de atritos desnecessários, aprimorar as decisões e otimizar a experiência", diz o executivo.

Bassols ressalta que a segurança digital não é determinante apenas para o cumprimento da lei. A quebra da confiança entre empresa e cliente, decorrente de vazamento de dados e fraudes causados por ataques cibernéticos, gera prejuízos e pode afetar a credibilidade da instituição por um longo prazo.

A pesquisa revela que, apesar do temor em relação a ataques cibernéticos, as pessoas não vão abrir mão das vantagens de um mundo cada vez mais conectado: 66% dos entrevistados disseram concordar que é mais seguro pagar contas pela internet do que ir até uma agência bancária com dinheiro.

*Atualização: até 31 de agosto de 2022, quando foi sucedido por Marcelo Tangione, atual Presidente da Mastercard Brasil