Turismo em Minas Gerais é o que mais cresce no Brasil

Pesquisa do IBGE revela que nos últimos 12 meses a atividade turística no estado aumentou mais que o dobro da média nacional

Capitólio, em Minas Gerais

Capitólio, em Minas Gerais Divulgação

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) posicionam Minas Gerais como líder em crescimento turístico. Por 12 meses consecutivos, entre outubro de 2022 e setembro de 2023, Minas Gerais avançou 103% acima da média nacional, garantindo o 1º lugar na variação do volume da atividade turística acumulada no período. O crescimento acumulado do estado foi de 23,9% contra os 11,8% da média nacional, ainda segundo o IBGE.

Esses números atestam não apenas que o estado de Minas se consolida na liderança do crescimento do turismo no país como também supera seus próprios recordes. O pico foi no mês de abril, quando Minas registrou crescimento 720% acima da média nacional. Esse pico coincidiu com as campanhas de promoção turística do estado "Minas Santa" e "Semana da Inconfidência".

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), em conjunto com o trade turístico e os municípios, lançou importantes ações estratégicas e campanhas durante o ano de 2023. Um trabalho vigoroso e consistente com intuito de promover as belezas naturais, o patrimônio histórico e a cultura do estado, movimentando a economia.

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Maracatrupe, em Ouro Preto - Ane Souz/Divulgação

Somente no mercado formal, o segmento emprega atualmente 387.320 pessoas. O grande destaque, entretanto, é o setor de entretenimento, que teve aumento de 489% na criação de postos de trabalho em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

Segundo o Governo de Minas, esse é um exemplo de como o trabalho voltado para o investimento, o planejamento, a capacitação e a promoção da atividade turística gera emprego e renda.

INVESTIR PARA COLHER FRUTOS

O Governo de Minas investiu pesado no turismo em 2023. O resultado pode ser medido também no número de passageiros desembarcados nos aeroportos do estado. Segundo a BH Airport, que administra o aeroporto de Confins, este ano serão cerca de 10,4 milhões de passageiros, maior número desde o início da pandemia de Covid-19. O aeroporto é o terceiro maior do país em voos domésticos e internacionais.

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Bloco Havayanas Usadas, em Belo Horizonte - Divulgação

Apenas no mês de julho, mais de 551 mil turistas desceram em solo mineiro. Dos voos domésticos, a maior parte dos turistas veio de São Paulo (39%). Entre os internacionais, os países que mais enviaram visitantes foram Panamá (30%), Portugal (29%) e Colômbia (21%). Para o Governo de Minas, vale ressaltar as ações para a internacionalização do destino, a fim de que o turismo seja cada vez mais reconhecido como uma base sólida para o desenvolvimento econômico, social e humano de Minas Gerais.

Diversas campanhas lançadas pelo Governo de Minas e trabalhadas em importantes feiras do setor turístico têm como objetivo atrair mais brasileiros e estrangeiros. Um exemplo é a campanha "A Liberdade Mora em Minas", cujo objetivo é posicionar o estado como principal destino turístico do Brasil e que foi trabalhada em feiras no Brasil, como WTM Latin America e Festuris Gramado. Já "Minas para o Mundo" trabalha a grande quantidade de Patrimônios Culturais da Humanidade mineiros para destacar o estado internacionalmente, nas feiras mais importantes do mundo.

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Cachoeira Farofa de Cima, no Parque Nacional da Serra do Cipó - Edward Elias Júnior/Divulgação

Neste ano, a Secult marcou presença na BTL, em Lisboa, Portugal, pela primeira vez com estande próprio; na 43ª Fitur, em Madri, na Espanha; na Vitrina Turística Anato, em Bogotá, Colômbia; na ITB, em Berlim, Alemanha; e na WTM London. Nesta última, o objetivo foi firmar acordos de cooperação internacional com o Reino Unido, além de gerar oportunidades de negócios e parcerias.

CULTURA PUXANDO O CORDÃO

O Governo de Minas entende que a explicação para o estado ter mantido um crescimento 103% acima da média nacional se deve ao turismo cultural. Segundo o governo, mais de 30% das pessoas que viajam ao estado têm como motivação atividades de lazer e passeio, com destaque para shows, museus, bares e restaurantes.

Atividades culturais podem explicar também o fato de Belo Horizonte ter registrado a marca inédita de 100% de ocupação hoteleira entre o fim de novembro e início de dezembro em determinadas regiões da cidade, como a Centro-Sul. Bem nesta época acontecia a abertura do Natal da Mineiridade, shows internacionais e a Feira Nacional de Artesanato.

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Artesanato em Minas Gerais - Acervo Setur-MG/Divulgação

O Natal da Mineiridade, programa que sustenta iniciativas culturais no período natalino em todo o estado, como festejos, cantatas e presépios, já nasceu grande, com 200 municípios no ano passado, dobrando de tamanho na edição atual. Uma injeção de R$ 5 milhões em editais da Secult em parceria com a Cemig oferece uma vasta programação no Circuito Liberdade e em mais de 400 municípios.

Outro ótimo exemplo de parceria é o Projeto Diversifica, da Secult junto ao Sebrae Minas, que tem como objetivo estruturar 16 rotas turísticas, entre 2023 e 2026, nos segmentos gastronômico, aventura, natureza, religioso e cultural. As 3 primeiras – Rota das Artes, Rota Cafés do Sul de Minas e Rota Café do Cerrado – foram lançadas durante a Festuris, em Gramado.

Alguns meses antes, em julho, a Secult lançou também outras duas importantes iniciativas que têm como diretrizes fortalecer a atividade turística de forma sustentável. Tratam-se do Minas Criativa e o Mais Turistas, programas estruturantes que se somarão ao Secult no Município. Juntos, têm como meta a criação de 100 mil empregos na economia da criatividade até dezembro de 2024. A expectativa é de realização de 100 projetos, que alcancem os 853 municípios mineiros.

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Semana Santa, em Ouro Preto - Ane Souz/Divulgação

O investimento total nos programas será de aproximadamente R$ 1 bilhão, a partir de recursos diretos, das Leis Paulo Gustavo, Aldir Blanc, do Fundo Estadual de Cultura, do ICMS Turístico e do Patrimônio, de captação via leis de incentivo, além de parcerias, como a do Sebrae, que investirá R$ 10 milhões em ações que contemplam a transversalidade entre a cultura e o turismo.

Datas comemorativas, feriados religiosos e festas populares também têm sido fomentados pela Secult. Caso do réveillon Virada da Liberdade, que estreou em 2022 com shows de luzes, fogos e muita música para a praça da Liberdade, em BH. Já em 2023 estrearam o Carnaval da Liberdade, que atraiu 11 milhões de pessoas e movimentou R$ 1,5 bilhão; o Minas Santa; o Semana da Inconfidência, que promove uma série de atividades culturais em Tiradentes e Ouro Preto; e Minas Junina, que busca valorizar, estruturar e promover as festas populares do período junino, impulsionando a economia da criatividade em todo o estado.

O estado também investiu na cozinha mineira, lançando o 1º Festival de Cozinha Mineira Contemporânea, em setembro, evento pensado para promover um intercâmbio cultural entre países que possuem patrimônios culturais reconhecidos internacionalmente.

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Monte Verde, em Minas Gerais - Rafael Marri/Divulgação

Já a moda mineira foi contemplada com o Passarela Liberdade, programa executivo realizado pela Secult em parceria com as Secretarias de Desenvolvimento Social, de Desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Com foco na mineiridade, na economia da criatividade e no desenvolvimento sustentável, econômico e social, o trabalho conjunto entre as pastas garante a transversalidade entre moda, cultura, turismo e desenvolvimento socioeconômico.

O EXEMPLO DE GRÃO MOGOL

Reflexo do extraordinário momento por que passa o turismo em Minas, é o emblemático caso de Grão Mogol. A pequena cidade histórica do ciclo da mineração de diamantes localizada na Cordilheira do Espinhaço, no norte do estado, ostenta patrimônio histórico tombado, um parque estadual cheio de cachoeiras, trilhas e espécies endêmicas de fauna e flora. Mesmo assim, nunca tinha implementado políticas públicas eficientes para o desenvolvimento da atividade, de modo que não via o turismo acontecer no seu território.

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A Igreja Matriz de Santo é um importante patrimônio cultural de Grão Mogol - Divulgação SECULT Grão Mogol

"A partir da parceria com o Governo do Estado, o patrimônio histórico começa a ser restaurado, como a famosa Igreja Matriz de Santo Antônio, considerada uma das dez mais imperdíveis de Minas, programas de qualificação têm sido implementados, a infraestrutura tem sido melhorada, e eventos têm sido realizados para atrair turistas e principalmente reposicionar o destino, atraindo turistas com maior gasto médio e mais tempo de permanência, interessados em conhecer a natureza, a história e a cultura local, vivenciar as experiências de enoturismo e adquirir o artesanato e a produção associada", conta Ítalo Mendes, secretário de turismo do município.

Com a implementação de iniciativas como essas, a cidade chegou a um crescimento médio anual de mais de 20% no número de turistas, as taxas de ocupação hoteleira chegaram a quase 100% durante a alta temporada, e os empreendimentos do setor passaram a contratar mais. Com isso, o emprego formal no setor de turismo cresceu 50% nos dois primeiros anos e espera fechar 2023 com números ainda mais positivos.

Cachoeira Mirante, na cidade histórica Grão Mogol
Cachoeira Mirante, na cidade histórica Grão Mogol - Divulgação SECULT Grão Mogol

Segundo o secretário Mendes, esses empreendimentos passaram a comprar mais dos fornecedores locais, o que tem gerado um ciclo positivo em toda a economia, atraindo novos investidores e, principalmente, resgatando a autoestima da população, que antes enxergava na migração a única forma de prosperar. "Hoje veem a cidade ganhar destaque como o principal destino turístico do Norte de Minas, e a maior chegada de turistas no município tem feito com que procurem se qualificar e empreender na cidade", conta Mendes.

A coroação desses esforços aconteceu no final de outubro, quando a cidade sediou o Abeta Summit, maior evento de turismo de natureza do Brasil. "Já começa a mostrar resultado, com o aumento do interesse de empresas em comercializar pacotes para o destino, de influenciadores e blogs de viagem cada vez mais presentes e, principalmente, de potenciais investidores interessados em apostar no bom momento por que passa o turismo em Minas Gerais. O próprio fundador da CVC esteve visitando Grão Mogol recentemente", resume Mendes.

Rua Direita em Grão Mogol
Rua Direita em Grão Mogol - Divulgação SECULT Grão Mogol

A IMPORTÂNCIA DO TURISMO

Mesmo para cidades muito maiores e com economia diversificada, o turismo é fundamental para a economia. "Ouro Preto é um município minerador, ontem o ouro, hoje o ferro. Na pauta da diversificação da economia, o turismo ganha uma projeção especial. Cerca de 5.000 pessoas, numa população total de 74 mil, trabalham no campo do turismo, que é vital para o desenvolvimento social e econômico de Ouro Preto", afirma Angelo Oswaldo, prefeito de Ouro Preto e presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais.

O prefeito conta que apenas o Museu da Inconfidência, em julho deste ano, recebeu 50 mil pessoas. "O turismo se intensificou bastante em Ouro Preto, envolvendo também os nossos distritos", diz Oswaldo. São Bartolomeu, um núcleo urbano dos primórdios da mineração no século 18, Lavras Novas, com sua superestrutura de hotéis, pousadas e restaurantes de charme, e a bela Glaura recebem milhares de visitantes ao longo do ano.

"O apoio da Secult é decisivo para o êxito de uma agenda de grandes eventos, como o Natal, o Carnaval, a Semana Santa e os festivais, como o CineOP, Tudo é Jazz e Festival de Inverno. A Secretaria de Estado é parceira permanente e abre caminhos para mais parcerias", resume Angelo Oswaldo.

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Rua do Bancos, em Ouro Preto - Pedro Vilela/Agencia i7/Divulgação

Em 2022, a receita turística estimada de Minas Gerais foi de aproximadamente R$ 30 bilhões. A expectativa é que esse montante seja superado em 2023. Segundo a Fundação João Pinheiro (FJP), no ano passado, o estado teve sua maior participação no PIB brasileiro das duas últimas décadas, cerca de 9,3%, com um volume de aproximadamente R$ 925 bilhões. Deste total, 63,7% são atribuídos ao setor de serviços. O segmento foi o que mais cresceu no país (4,2%), quase o dobro do PIB nacional geral, que aumentou 2,9%.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha