Pamela do Nascimento e a filha Ana Carolina são atendidas por clínica geral da Unimed Guarulhos |
Uma das propostas defendidas durante o 2º Fórum de Saúde Suplementar já está sendo colocada em prática por algumas operadoras: um modelo de assistência focado na atenção primária. Nesse sistema, o beneficiário é atendido primeiro por um clínico geral antes de ser encaminhado para um especialista ou realizar algum exame.
A atenção primária traz vantagens para as operadoras e para os beneficiários. O paciente não corre o risco de se consultar com diversos médicos até achar o especialista certo para o seu caso. Para as empresas, há redução de custos com a diminuição de consultas ou de exames desnecessários.
"O objetivo da atenção primária é colocar o paciente com o profissional certo, na hora certa, no local certo", disse Gustavo Diniz Ferreira Gusso, professor da USP (Universidade de São Paulo), durante o evento da FenaSaúde.
Outro benefício é otimizar o trabalho dos especialistas, já que casos de menor gravidade são atendidos e resolvidos pelo clínico geral. "Estudos mostram que um bom médico de família resolve 80% dos problemas das pessoas. A coisa é tão distorcida que tem cardiologista atendendo casos de dor lombar", diz Thiago Trindade, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
Os beneficiários ganham qualidade de atendimento, pois passam a ficar vinculados a uma equipe multidisciplinar -formada também por enfermeiro, nutricionista-, que se responsabilizará pelo acompanhamento da sua saúde.
"Se ele fica pingando de médico em médico, não vai conseguir nunca mudar para uma vida de saúde. O fundamental é a orientação, ter seu cuidado coordenado a partir de uma mesma equipe de saúde", afirma Hans Dohmann, diretor de Gestão de Saúde da Amil.