Cerca de 200 mil pessoas passaram pela 26ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, realizada entre 28 de março e 9 de abril. O número superou o registrado no ano passado, que foi de 180 mil.
As mais de 350 atrações - que incluíram peças, shows, debates e oficinas - foram vistas tanto por moradores da cidade quanto por turistas que já se acostumaram a invadir a capital paranaense nesta época do ano para curtir o maior evento brasileiro do gênero.
Annelize Tozetto/Divulgação/Estúdio Folha | ||
Marcelo Médici em "Cada um com Seus Pobrema" |
"É um ponto de encontro, um ponto de troca'', diz o diretor do festival, Leandro Knopfholz, que também destaca a importância da programação como uma vitrine das artes cênicas. "Há profissionais que ficam no evento o período inteiro buscando novos rostos e fazendo banco de imagens, além de programadores de teatro do Brasil e do mundo em busca de novidades.''
Para viabilizar as duas semanas de agenda cheia, mais de 2.000 pessoas trabalharam direta ou indiretamente nas produções: são artistas, produtores, maquinistas, camareiras, iluminadores, motoristas e sonoplastas, entre outros. Enquanto isso, outros milhares aproveitaram para curtir as apresentações. "Teve dias em que estavam lotados o Guairão, o Risorama e o Teatro Bom Jesus, então são umas sete, oito mil pessoas que estavam na rua'', afirma Knopfholz.
MONÓLOGOS
Pelo segundo ano consecutivo, a mostra principal do festival teve curadoria de Guilherme Weber e Marcio Abreu - a ideia inicial era que ficassem responsáveis por três edições consecutivas, então já estão confirmados para o ano que vem. E os monólogos ganharam bastante espaço na programação, começando pela atriz Fernanda Montenegro, que fez sessões lotadas de "Nelson Rodrigues por Ele Mesmo'', uma na abertura e outra para estudantes de teatro.
Também subiram sozinhos ao palco nomes como Luis Miranda ("7 Conto''), Fernanda Torres ("A Casa dos Budas Ditosos''), Andrea Beltrão ("Antígona''), Marcelo Médici ("Cada um com Seus Pobrema''), Marcelo Serrado ("Os Vilões de Shakespeare'') e os seis participantes do projeto"Blank'', entre eles Eduardo Moscovis e Camila Pitanga.
INGRESSOS ESGOTADOS
Muitas apresentações da mostra principal e do Fringe (sem curadoria específica) tiveram ingressos esgotados com antecedência. Foi o caso de "Mata Teu Pai'', com Debora Lamm, "O Pão e a Pedra'', da Companhia do Latão, "Nós'', do Grupo Galpão, e "E se Elas Fossem para Moscou?'', uma mistura de teatro e cinema escrita por Christiane Jatahy.
Outro que continuou sendo sucesso de público foi o Risorama, mostra de humor que precisou abrir sessões extras nas datas nas quais se apresentaram Danilo Gentili, Marco Luque e Sergio Mallandro. As oficinas e os debates realizados com artistas e diretores também atraíram bastante gente durante os 13 dias.
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SHOWS E DANÇA
Foi a primeira vez que o festival incluiu shows musicais na programação. A cantora paraense Gaby Amarantos fez a estreia da turnê "Eu Sou'' no Guairão, enquanto Mart'nália subiu ao mesmo palco no domingo (9), último dia de evento, para apresentar o show "+ Misturado''. Segundo Knopfholz, a ideia é expandir cada vez mais o leque de atrações e aproveitar "o teatro como diversas possibilidades'', referindo-se ao fato de que o local pode abrigar espetáculos variados, como também ópera e circo.
Outra novidade foi reunir a dança em uma mostra específica, Movva. Cinco produções foram selecionadas, dentre elas "Olympia'' e "O que Podemos Dizer ao Pierre'', interpretados pela artista portuguesa Vera Mantero.