Os especialistas são unânimes. Um programa de compliance deve envolver toda a empresa e criar métodos de educação continuada capazes de mudar a cultura. Uma das formas para isso é o envolvimento dos funcionários. Na Petrobras foi criado um grupo formado por 150 profissionais que atuam como agentes de compliance. A missão principal desse time é disseminar a cultura da conformidade e as boas práticas de governança.
Os agentes de compliance da Petrobras não estão vinculados à gerência executiva de conformidade. Eles atuam nas várias áreas de negócios, como exploração e produção, refinarias e administrativo, incentivam as discussões sobre leis e normas internas e o combate a fraudes. Ajudam ainda na identificação de riscos e na prevenção e detecção de desvios de conduta.
"As empresas são feitas de pessoas, e são elas que devem transformar o papel do compliance de apenas regulatório para cultural", afirma o professor Renato Santos, da Trevisan Escola de Negócios. "Formar agentes de compliance é uma maneira de multiplicar a cultura, propagar o código de ética e adaptar as regras à linguagem de cada departamento", diz Santos.
Funcionários bem treinados conseguem antever riscos e sugerir melhorias constantes nos mecanismos de preven- ção. "Treinamentos periódicos, casados com uma boa estratégia de comunicação, geram excelentes resultados", afirma Heloisa Macari, sócia da consultoria Protiviti. Mas as atividades devem ser diferentes para cada área, alerta Heloisa. Afinal, os dilemas éticos da alta direção não são os mesmos que os de um operador de fábrica.