DA HORTA AO PRATO

O padrão de consumo de alimentos está mudando. Hoje a população, mais bem informada, tem se preocupado em melhorar seus hábitos alimentares. A mudança é geracional e segue na agenda com a ajuda de figuras públicas.

Produtores e varejo estão se adaptando a essa mudança de comportamento. O consumidor busca cada vez mais alimentos "fair trade", e, para atender à nova demanda, o St Marche criou uma logística para abastecer sua categoria de legumes, frutas e verduras com alimentos orgânicos.

É uma cadeia complexa, que opera com produtos muito sensíveis. O supermercado, além de necessitar se readequar para otimizar as perdas, precisa estabelecer vínculos com novos produtores e, mais ainda, reeducar o consumidor.

"Produtos orgânicos são sazonais. E além disso requerem outra logística de entrega e acompanhamento em loja. Ainda assim, conseguimos estabelecer parcerias com pequenos produtores e estabelecer um portfólio fixo em loja, fomentando uma cadeia de agricultura familiar e tentando conter, ao máximo, as perdas", explica Fabiana Farah, gerente de Perecíveis do St Marche.

A preocupação é pertinente, pois os produtos orgânicos têm uma durabilidade menor, justamente por não terem conservantes. O reabastecimento nas lojas segue outra frequência e, para que o produto seja vendido como os demais, é preciso explicar ao consumidor qual é o seu diferencial.

"Fazemos palestras nas nossas unidades e levamos os produtores orgânicos para conversar com os nossos personal shoppers, fazendo com que eles entendam esse universo e possam fomentar esse tipo de produto em loja", contou Farah.

A comunicação entre o produtor e o funcionário de base é fundamental ao varejo. "Essa ponte é muito importante para fazermos o produto girar. O funcionário, quando está engajado, entende o diferencial daquele produto e educa o cliente a consumi-lo. É um ciclo virtuoso", concluiu.