Os brasileiros amam Bariloche e Buenos Aires, mas a Argentina oferece um sem número de destinos, para todos os perfis de viajantes –das paisagens desérticas de Salta ao norte às geleiras e montanas do extremo sul, sem esquecer da diversidade da vida cultural e gastronômica da capital Buenos Aires, que não para de se reinventar.

A guia do Inprotur (Instituto de Promoção Turística da Argentina) Paula Fariña compartilhou uma série de dicas para viagens inesquecíveis, começando por Salta, a capital do norte argentino. "A paisagem passa do vermelho e amarelo das áreas desérticas a uma área de selva na altitude", disse. Entre os passeios imperdíveis ela cita o Trem das Nuvens, que leva o visitante a 4.220 metros acima do nível do mar.

O roteiro do norte inclui ainda as províncias de Tucumán e Jujuy. Nesta última, está a Quebrada de Humahuaca, declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Unesco. São 155 km de montanhas coloridas, entre elas o Cerro de Los Siete Colores e a cadeia de montanhas Serranía de Hornocal, além de pequenos povoados. É possível visitar Humahuaca em um passeio de um dia, que inclui as Salinas Grandes com seus 12 hectares de sal situados a 3.500 metros de altitude – o segundo maior salar do mundo num cenário que parece de um outro planeta.

Paula aproveitou também para falar sobre outra preciosidade local. "Na culinária típica do norte estão as melhores empanadas da Argentina. São chamadas de saltenhas (de Salta) e tucumanas (de Tucumán). A comida é bem temperada, com diferentes tipos de batatas e destaque para os ensopados."

Em relação à hospedagem, a natureza impressionante do país forma o cenário ideal para os glampings, opção que une camping e glamour, colocando o viajante em contato direto com a natureza, mas com todo o conforto. "A procura por esse tipo de hospedagem cresceu muito na pandemia, com opçõs no norte, no sul, na região de Buenos Aires e até em Mendoza."

Destino querido dos brasileiros, Bariloche se modernizou. "Há novos meios de elevação, as pistas foram renovadas e houve a implantação de um moderno sistema de prevenção de avalanches", afirmou Paula.

Ela lembrou que Bariloche deve ser considerada como uma opção de destino o ano todo, pois oferece diversas atividades além da neve, como trekking, tiroleza e caiaque.

Na região fica também Villa La Angostura e a Rota dos Sete Lagos, opções para percorrer de carro. "É possível pegar um voo direto para Bariloche, alugar um carro e dirigir cerca de 80 km até Villa La Angostura, que é uma mini Bariloche e conta com um centro de esqui boutique, o Cerro Bayo", recomenda. O passeio pode incluir também San Martín de Los Andes (Chapelco) pela Rota dos Sete Lagos, com paisagens lindíssimas. "Temos três centros de esqui a poucas horas de distância."

Para quem quer ficar frente a frente com baleias, pinguins, leões e lobos marinhos vale conhecer a Península Valdés, na província de Chubut. "É perfeito para as crianças, principalmente entre setembro e novembro, quando aumentam as chances de ver a fauna completa." Segundo Paula, o ideal é ficar cinco noites, pois as distâncias são longas. "A visita à região das baleias leva um dia inteiro. Para ver os pinguins é preciso mais um dia."

Outra atração obrigatória na Argentina é visitar o Parque Nacional Los Glaciares, na província de Santa Cruz, de onde é possível chegar ao Glacial Perito Moreno por terra. "Sugiro fazer a visita tradicional, andando por todas as passarelas em terra e, no mesmo dia, fazer a navegação que chega bem perto da parede de gelo. Quem gosta de aventura pode caminhar sobre a geleira e, no final, tomar um uísque com o gelo milenar."

Na Terra do Fogo, carinhosamente chamada de "fim do mundo" por sua posição no extremo sul, Paula recomenda Ushuaia. A região é rodeada de bosques, montanhas e lagos cor de esmeralda. E tem um centro de esqui com excelente infraestrutura, o Cerro Castor, que oferece neve até setembro ou outubro. "Vale ficar ao menos dois ou três dias em Ushuaia para entender a história local. O passeio no Trem do Fim do Mundo, que passa no meio dos bosques patagônicos, é imperdível. Na tarde do mesmo dia dá para fazer uma navegação no canal Beagle. Também vale passar um dia na Laguna Esmeralda, que tem trilhas lindas em volta do lago."

E ainda há mais destinos para conhecer, que incluem a culinária de Córdoba, o espetáculo das Catarata do Iguazú, o apelo histórico de Missiones e, claro o vinho. Segundo Paula, são várias opções. Dos potentes e consagrados malbecs de Mendoza, passando pelos brancos de altitude do norte até os surpreendentes tintos do sul da Patagônia, o visitante tem muito o que explorar num roteiro que segue pelas regiões produtoras e oferece ainda o melhor da gastronomia de cada província.

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